sábado, 2 de julho de 2011

Yes, nós temos caipifruta.....

Há algum tempo, para variar, comentei em um e-mail sobre os sabores de minha infância:a manga, a goiaba, o cajá-manga, o tamarindo, a banana, a laranja, a tangerina, o coco-de-catarro, a romã, a fruta-do-conde, o jambo, a carambola, a uva, a jaca. Outro dia estava batendo um papo com o Dudu e falávamos sobre carne seca, costelinha de porco defumada, bacalhau do porto, paio e de pratos como rabada com agrião, dobradinha com feijão branco, carne seca com tutu e todas estas iguarias que ainda degustamos mas que o sabor se rendeu ao fast food globalizado e congelado; com algumas exceções do lar é claro.
Eu e a Lu, para fugir um pouquinho da friaca sulista,o Vini e a Gi, para relembrar a honeymoon, fomos dar uma olhada no “o que que a baiana tem”. De fato a Bahia é bem legal, tem um visual bacana, os baianos são gente boa mas de tudo que ‘experienciamos” o que mas chamou atenção foi o everythingfruta (entendam o everything como qualquer coisa que tenha algum teor de álcool), realmente os descendentes dos tupinambás e tupiniquins mandam muito bem na combinação álcool-açúcar-gelo-fruta; o resto virou fast food.
Com certeza a fruta tem aquele toque sensual, mas para segurar a onda um rango saboroso complementa qualquer prazer.
Não estou fazendo críticas, se trata apenas da constatação de que independente do folclore e cultura locais , e isto é do Oiapoque ao Chuí, a tradição e as festas estão focadas em bebidas, pois o rango, em função dos requintes necessários para o preparo, demanda tempo e tempo é algo que o mundo FAST não dispõe.
Não podemos perder tempo degustando um belo alimento em detrimento ao “calor humano” dos trios elétricos.
A infraestutura dos pontos turísticos, festas, mega eventos etc, direcionam esforços para permitir a viagem, by álcool, do povão que precisa se libertar do stress do cotidiano.
Muitos irão pensar: o Brother está exagerando, não é nada disso, tem muito rango bom por aí etc. Eu responderei que quem tem mais de 40 sabe do que estou falando.
O grande barato do rango não é comer um bigmac na China com o mesmo sabor do bigmac no Brasil, o grande barato do rango é degustar uma moqueca na Bahia e degustar um pato de Pequim em Beijim.
Bem, para resumir o contexto segue uma da galera do Slow Food.
É inútil forçar os ritmos da vida. A arte de viver consiste em aprender a dar o devido tempo às coisas.
Carlo Petrini, fundador do Slow Food
Em tempo : na minha humilde opinião o rango na ilha, sem considerar o que eu preparo (hshshshs), é no Ponta das Caranhas, no Porto do Contrato, na Mão na Massa ( Lagoa ), no Central.
http://www.youtube.com/watch?v=8UNy4RHXeGw&feature=related

Um comentário:

  1. Meu amigo Brother, que saudade de vcs!!!
    Valeu o texto! Concordo com você que hoje em dia os tempos são outros e fica na memória os bons tempos daqueles rangos preparados com todo o carinho por hs e que levavamos mais alguma hs degustando e envolvidos naquele bom bate-papo. É verdade que às vezes ainda rola, mas para mim, pelo menos, é algo raríssimo.
    Gde. Abç. Saudoso! Valeu o passei (mesmo com o caramarã) :-)
    Vinicius, Giovanna e Guilherme

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