terça-feira, 20 de janeiro de 2015

O jacaré, o farol e a infiel




Eu, Lu, Wal, Leandro, Arthur e o jacaré.

Há algum tempo eu praticava minhas corridas no parque ecológico do Córrego Grande,  mas devido a artopratia degenerativa ( um belo nome não?) no pé direito, sempre que me permito, vou caminhar no parque.
Em dezembro meu brother Leandro, e sua galera, vieram nos visitar e em uma manhã fomos passear no parque. A Lu sempre fala que tem medo de caminhar na trilha, pois pode aparecer um jacaré e eu sempre retruco dizendo que isto é uma bobagem, pois os jacarés sempre ficam no laguinho ou na mata e jamais apareceriam na trilha.
Neste dia a Lu foi caminhando na frente com a Wal e eu, Leandro e Arthur íamos mais atrás, de repente escuto a Wal  comentar :
- aquilo não é um jacaré?
A Lu deu um berro que foi ouvido no parque inteiro, e realmente tinha um jacaré na frente delas passeando na trilha.
Creio que o jacaré ficou bem assustado com o grito da Lu e correu rapidinho para dentro da mata. O pior é que o Arthur, como não viu o jacaré, queria vê-lo de qualquer maneira e foi difícil explicar para ele que dificilmente o jacaré apareceria de novo.
Essa ilha tem coisas.

Eu, Lu os Ths e o farol.

Depois de alguma pesquisa na Internet, a Lu propôs passarmos o ano novo no Farol de Santa Marta.
Os Ths  mais novo e o mais velho toparam, o Th do meio foi para o RJ visitar a pequena Bia.
No dia 28/12 partimos para o Farol iniciando nossa aventura.
No sul da BR101 o trânsito estava tranquilo e fomos bem até pegar a balsa em Laguna, pois chegando lá a galera estava fazendo uma greve em protesto ao aumento do valor da balsa. Esperamos um pouco e como o negócio estava enrolado, decidimos dar a volta mais para o sul e ir por terra para o Farol.
Chegamos ao Farol e começamos a descobrir que a região é tudo de bom, conhecemos várias praias paradisíacas: Cardoso, Cigana, Ipuã, Grande, Galheta do Sul, Galheta do Norte, Tereza.
Em algumas praias só dá para ir por trilha e outras o bom é ter um 4x4, pois senão corre-se o risco de atolar como aconteceu conosco, o que foi uma experiência interessante.
A passagem do ano em frente a prainha foi bem legal pois ficamos na sacada de nosso quarto na pousada, com a ceia improvisada ( espumante, vinho tinto Blanc, pão, queijos, frios e frutas) pela Lu, curtindo o som do palanque que estava ao lado.
Outra experiência bem legal foi ver a Farol acesso à noite, algo que nunca tínhamos visto, é incrível.
Agora podemos dizer que conhecemos o belo litoral de Santa Catarina, do norte: Mariscal, Bombas etc  ao sul : Guarda, Rosa, Ibiraquera etc. Um litoral belíssimo que até o momento não foi impermeabilizado por asfalto, prédios, restaurantes, barracas etc e eu espero que continue assim por muito tempo.
A ilha também tem praias fantásticas no leste e no sul, mas do jeito que anda a especulação e o poder da grana que desfaz e destrói coisas belas (plagiando e Caetano), irá se tornar algo tipo a praia Brava, Ingleses etc;  terá cada vez mais estradas, prédios, elevados, shopping’s, restaurantes etc e serão construídos emissários para o esgoto chegar dissimulado nas praias . O clima irá mudar radicalmente pois a vegetação dará lugar a novos empreendimentos e com certeza a  ilha da magia será uma nova versão da ilha do Governador-RJ.
Ainda bem que aqui, ainda, tem inverno.


Infiel

Coincidente com atentado ao jornal Charlie Hebdo, terminei de ler o livro Infiel que retrata a história de Ayaan Hirsi Ali. Uma autobiografia magnífica escrita por uma mulher que nasceu na Somália, fez peregrinação por alguns países da Africa, foi para Holanda onde se tornou deputada do parlamento holandês e atualmente vive, sob proteção, nos USA.
Com a leitura do livro comecei a entender o que é o Islan, comecei a entender o motivo pelo qual ocorreram os ataques as torres nos USA e os atentados que ocorrem pelo mundo afora.
Como ocorreu na interpretação da bíblia, pois várias religiões a adotam como diretriz definindo diferentes “diretrizes”, o Alcorão tem suas interpretações e a princípio trata a mulher como, vamos dizer, um objeto de desejo que não pode ter desejos; que tem que passar pela dolorosa clitorectomia, que não pode mostrar o corpo, que só pode casar com quem for designado pelo pai, que sempre é culpada por sofrer estupro e por aí vai. Guardando as devidas proporções o ocidente, há poucos anos, também considerava a mulher desta maneira e até nos dias de hoje  as mulheres estão sujeitas a “truculência” masculina.
Acho interessantes alguns posicionamentos em relação ao povo islâmico e no meu entendimento toda maneira radical de pensar é perigosa e todos os seres humanos, independente do gênero, tem o direito de se posicionar diante da vida e decidir seu caminho;  todavia a radicalização “velada” também deve ser combatida. O que eu quero dizer com isso:
Imaginem uma charge na qual Jesus está na ceia com seus discípulos onde sua vestimenta é a camisa do Flamengo (com certeza Jesus torce para o Mengão) e os demais com a camisa do vasco. São trocados o pão e o vinho, por um churrasco e cerveja e há uma aposta, onde rola trinta dinheiros, para quem acertar o placar do clássico.
Imaginem uma charge onde aparece Jesus tendo relações amorosas com Madalena, conforme “sugerido” no livro “O evangelho segundo Jesus Cristo”, do Saramago. Em tempo: não sou contra o Saramago, gosto muito de seus livros, pois os mesmos sempre me levam a uma grande reflexão.
Creio que os católicos, protestantes e etc, não matariam os chargistas, mas ficariam muito chateados.
Não podemos desrespeitar a crença, ou melhor, o símbolo máximo da religião de ninguém, podemos sim protestar, criticar e ser contrário a como mulheres e crianças são tratados, independente de crenças religiosas.
Jamais serei a favor do assassinato de pessoas seja por qualquer motivo, mas existe uma máxima na bíblia que gosto muito: “ Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém”.
Além disso tudo, eu não sou Charlie, eu sou os 2000 seres humanos que foram assassinados e outras dezenas de meninas sequestradas pelos "radicais" do Boko Haram.
O mundo ocidental é muito hipócrita.





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