sexta-feira, 8 de abril de 2016

O Debate


O Th mais novo olhou para mim e disse:
- amanhã tem um debate no CCJ na UFSC às 18:30h referente a situação política atual, queres ir ?
A situação política atual me faz pensar que vivemos em um remake do magnífico 1984 do George Orwel, com um enfoque diferente , mas com alguns Big Brother  tupiniquins espalhados pelos respectivos poderes, manipulando a informação de acordo com seus respectivos interesses. Diante deste fato, respondi: 
- to dentro
A mesa do debate foi composta por dois juristas e uma historiadora, durante 90 minutos nos foi apresentado os aspectos jurídicos, políticos e históricos em relação ao processo de impeachment.
Não vou entrar em julgamento de valores pois o tema é complexo e  inusitado, até o judiciário tem interpretações distintas em relação a matéria, mas a conclusão após debate foi que juridicamente o processo de impeachment não tem sustentação, ou seja, é insipiente. Diante deste fato surge a seguinte dúvida: Porque o processo então ?
Entendo que a presidente não soube fazer o que poderíamos chamar de “networking político” , é aquela coisa que funciona muito bem, na cabeça hipócrita de alguns, visando a perenidade do cargo, é chamar o povo que tem poder de decisão para aquele famoso churrasco, aquela degustação de vinho, aquele dia na casa da praia (no caso em questão no palácio da Alvorada) e por aí vai. O cara pode até não gostar de você, mas aquela picanha uruguaia/argentina, aquele destilado doze anos estavam excelentes e era boca livre.
Independente das pedaladas fiscais, ou qualquer outro “deslize”, serem legais ou não, o networking bem “praticado” irá manter o poder, acho que o processo contra o “ilustre” presidente da câmara é uma prova disto.
Na minha visão de leigo, nossa democracia de coalizão é feita na base do “aos amigos tudo e aos inimigos apenas o rigor da lei”, infelizmente. Creio que esta quantidade exorbitante de partidos “P EVERYTHING”, facilita esta politicagem do toma lá da cá.
Sinceramente minha intenção não é polarizar ou criar radicalismos, mas é lastimável algumas pessoas, nos dias de hoje, dizerem que tem saudades da “Dita Dura”, ou constatar que na preferência do eleitorado fluminense/carioca, na última eleição, em relação a quantidade de votos, foi :
Jair Bolsonaro
Clarissa Garotinho
Eduardo Cunha
Hoje é imputado, a presidente Dilma todas as mazelas de nosso povo, pois somos muito facilmente influenciáveis e passionais em relação as informações tendenciosas apresentadas pela mídia.
Não estou defendendo a presidente ou o Lula, não estou defendendo a corrupção, mas aqui para nós meu brother, em relação aos poderes, quem tem respaldo moral para atirar a primeira pedra?
Este fato histórico,  nos permiti uma oportunidade ímpar, ou seja, conhecer um pouquinho do “modus operandi” do jogo do poder, cabe a todos uma reflexão e uma tomada de decisão em relação ao que poderemos fazer para mudar algo tão vergonhoso.
Nosso país não se resume a um pão com  mortadela versus um pão com presunto, podemos e devemos ser muito mais do que este posicionamento radical, temos nossos direitos e deveres como cidadãos e toda forma de radicalização empobrece o debate, acaba com a troca de ideias e permite a manipulação, afinal :
“Não concordo com nada do que dizes, mas defenderei até a morte o teu direito de dize-las.” Voltaire.
Quem sabe um “iluminista” descerá dos céus em seu cavalo alado para nos salvar.
Nota : gratificante poder participar de um debate tão importante, idealizado por jovens alunos do curso de Direito da UFSC. Isto é o que podemos chamar de:  o exercício da cidadania sob a batuta do Estado Democrático de Direito. Parabéns meninas e meninos.

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