terça-feira, 19 de outubro de 2010

Os meninos da natação.



Quando tinha 14 anos (como diz o Valdeca : “ o Brother não presenciou o dilúvio, mas pisou na lama”) estava na linda praia da Barra da Tijuca no RJ (quando os “*barra*” eram apenas um grande mangue e avenida era apenas a Sernambetiba), quase morri afogado , mas fui salvo por um surfista.
Desde então permaneci por vários anos com pavor de lugares com água superior a 1,70m de profundidade.
Quando cheguei no DF, por vários momentos, comecei a fazer natação para tentar superar minha fobia, mas ficava naquela “começava e parava” e ainda tinha um agravante: eu fumava. Após a nascimento do Th do meio, e graças a ele ( teve broncopneumonia aos seis meses), parei de fumar.
Comecei então, a encarar meu desafio com mais seriedade e fui fazer aulas de natação no SESC GUARÁ.
Conheci muita gente boa na natação, principalmente um professor chamado Wellington, que teve uma paciência enorme com seu aluno mais “medroso”. Após algum tempo, eu já sabia nadar, todos os dias o Wellington me convidava :
- vamos nadar lá no fundo ?
Eu dizia :
- ainda não.
Um dia, talvez um daqueles dias em que você aposta todas as fichas e se impõe um auto desafio tipo é hoje ou nunca, eu disse :
- vamos lá
E foi algo magnífico e emocionante para mim, conseguia finalmente me libertar de um de meus bichos, um de meus medos, um paradigma “equivocado”, como tantos outros que temos por hábito nos “punir” ou merecer.
O mundo masculino tem por hábito mencionar ou lembrar das “mulheres” de suas vidas, mas o Wellington foi para mim um dos “homens” de minha vida, foi o Freud de meu divã submerso.
Essa mesma emoção eu senti quando pulei da pedra na piscina natural da Barra da Lagoa ( na época, compartilhei essa “aventura” em um e-mail que enviei para alguns de vocês), onde outros homens ( o Th do meio e o Th mais novo) e a mulher de minha vida ( a Lu ) se fizeram “Wellington” e eu pulei, foi muito bom.
Atualmente faço natação na UFSC que é o “lugar” para fazer natação em Floripa. Fico observando os meninos/as professores ( todos estudantes de educação física) ajudando alguns “Emerson” a superar suas “limitações” e encarar a água com serenidade. Muito legal observar a evolução dos alunos e a dedicação e atenção dos meninos/as professores para com os alunos dos 10 aos 60 anos. Esses “atletas” ( donas de casa, crianças, aposentados, professores, alunos, enfim, o povão) conseguem uma medalha toda vez que não usam mais a “boinha” para flutuar e alcançam a “liberdade” traduzida em braçadas e pernadas.
Em muitas situações em nossas vidas, alguns amigos e outros “anônimos” nos auxiliam a dar algumas braçadas e a saltar da pedra para superar algumas dificuldades e ir ao encontro de nossas escolhas, de nossas realizações, de nossas pequenas grandes vitórias.
http://www.youtube.com/watch?v=xzh0j4xt7io

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