domingo, 27 de fevereiro de 2011

O poder da palavra


O espiritismo tenta nos ensinar que :
“...nossos pequenos mundos individuais são criados pelas nossas palavras...” e “...uma vez proferida uma palavra , nada mais a destrói...”
O pensamento do poeta, refletido na letra da música, diz :
“...todo verbo que é forte se conjuga no tempo...”
Nesta sexta eu e a Lu assistimos ao , na minha opinião, magnífico “The kings speech” , um drama real baseado na vida de uma “celebridade”, o rei .
O mote do filme trata a relação de Bertie ( o rei na intimidade ) e Lionel Logue, um terapeuta de fato que o clero tenta sacanear, pois o brilhante profissional não tinha sua titulação por “direito”.
Durante as seções de terapia da palavra o grande rei tem que descer do seu pedestal de orgulho e abrir seu coração para Lionel , cuja experiência com o tratamento dos soldados da primeira guerra o capacitou e diplomou para o exercício competente da profissão.
No desenrolar da película descobrimos que mesmo a realeza está sujeita as mazelas existenciais e até o filho do rei, igual aos filhos da classe média do mundo contemporâneo, está sujeito ao sadomasoquismo das profissionais intituladas “babás”; internalizando os conflitos psicológicos que “atrapalham” a vida de adulto. Afinal, como diz Lionel, ninguém nasce gago.
Nossa história nos presenteou com grandes oradores, para o bem e para o mal, como :
- Martin Luther King , com seu insuperável “ ...I have a dream ...”, tentando convencer aos yankees latifundiários do sul, que comungavam com as diretrizes nazista, que a cor da pele não altera a essência do ser.
- Adolf Hitler, que em seus discursos , trabalhou com perspicácia a carência e o orgulho do povo alemão que havia ficado no maior sufoco e pagando o ônus da primeira guerra, convencendo-os de que “amar a seu próximo como a ti mesmo” era um privilégio da raça ariana e o resto seria apenas o resto.
E aqui, não poderia deixar de citar o nome de um grande ser humano, o qual tive o privilégio de ouvir, o brilhante orador e escritor espírita Divaldo Pereira Franco. Divaldo tem o poder da palavra, sabe como ninguém dosar a palavra e a emoção que a dimensão do tema exige.
Atualmente os “grandes oradores” estão atuando, principalmente, no mercado corporativo para influenciar, ou direcionar,o “inconsciente coletivo” dos pretensos colaboradores/gestores.
Bem , nosso pequeno planeta mudou radicalmente e as relações humanas vivenciam a tríade solidão-medo-virtualização, sendo a tecnologia e a Internet nossa maior e mais significativa forma de se expressar. Até que estamos tendo resultados satisfatórios pois o “anonimato” tecnológico está nos permitindo a coragem da liberdade de expressão e estamos até conseguindo “demitir” ditadores de plantão dos altos cargos de Gestão de Pessoas, cuja diretriz visa o próprio lucro, luxo e os prazeres mundanos. Afinal o povo é apenas o resto...
Pensando no poder mágico das palavras e na oportunidade de dizer-lhes algo com alguma consistência, juntei algumas frases e pensamentos que refletem o meu desejar:
“ Embalados na premissa de que tudo nos é lícito mas nem tudo nos convém; tudo na vida vale a pena.
Se não valeu pela leveza das folhas,
Que tenha valido pela beleza das flores,
Se não valeu pela leveza das folhas ou pela beleza das flores,
Que tenha valido pela doçura dos frutos,
Se não valeu pela leveza das folhas ou pela beleza das flores ou pela doçura dos frutos,
Que tenha valido pela força e firmeza do caule,
E se mesmo assim, se não valeu pela leveza das folhas ou pela beleza das flores ou pela doçura dos frutos ou pela força e firmeza do caule,
Que tenha valido pela intenção da raiz”.
http://www.youtube.com/watch?v=gZLvSnr6s50&feature=related

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Where is my IPV4? Game over...


Após a leitura de meu post semanal,o nosso brother que largou o Sul e foi para Kuala Lumpur me e-maiô ( o mesmo que enviar um e-mail ) o seguinte:
Você tem que escrever alguma coisa referente ao “fim” do IPV4!
Bem, fiquei pensando como iria abordar o assunto pois a maioria desconhece , ou pouco conhece, a tecnologia/protocolos de “transporte da informação” utilizados na Internet, mas vamos tentar.
Endereços IP é algo similar ao CEP,ou zip code, que para o sistema de Correios é um identificador/localizador de uma residência, organização etc . Para o mundo Internet um endereço IP é o identificador/localizador de um micro, notebook, servidor etc. Quando em certo alguém “A” envia um e-mail para outro certo alguém “B”, abstraindo da aplicação e outras nuanças tecnológicas , a identificação/localização do equipamento da origem “A” e do equipamento do destino “B” é através de um endereço, ou seja,atualmente é o endereço IPV4.
O IPV4 é constituído de 32 bit´s e traduzindo isto para nosso habitual, ou seja, um sistema decimal, seria um número tipo 201.101.188.121, um CEP seria 77.897-200, uma placa de carro seria MHA 7045. Isto implica que CEP , PLACA e também os endereços IP tem uma limitação em termos de combinações/quantidades possíveis. Ocorre que em função da proliferação do “everything over IP” não há mais endereços IP disponíveis.
Vocês devem estar pensando:
E agora, como os futuros internautas vão se comunicar?
Prevendo isto os organismos que tratam da “gestão”(e aqui não cabe detalhar) da Internet, desde 1994, começaram a definir um novo esquema de endereçamento: o “IP Next Generation”, ou o que atualmente chamamos de IPV6.
Então está tudo resolvido ? Pensarão vocês.
Não é muito bem assim. Vamos supor que em um determinado momento os correios, ou quem de direito, determine que devido ao esgotamento de combinações, o CEP passará a ter 48 dígitos em substituição da codificação antiga que era de 8 dígitos, algo tipo: 789643.567324.987654.098765.098765.098765.674635.526378
Duvido que alguém guarde de cabeça...
No tocante ao IP ocorrerá o seguinte : passará dos 32 bits para 128 bit´s, algo tipo:
2001:0db8:85a3:08d3:1319:8a2e:0370:7344 sendo esta representação em sistema hexadecimal.
Esta nova numeração traz vários aspectos tecnológicos e humanos que merecem alguma reflexão ( e aqui não quero ser o cavaleiro do apocalipse):
01 – o quanto as empresas se prepararam, ou prepararam seu corpo técnico, para essa mudança,
02 – quais as implicações tecnológicas nos equipamentos de rede ( upgrade de versões, bug´s, compatibilidades etc)são conhecidas,
03 – quais implicações no tocante a diversidade de aplicações e sistemas operacionais que hoje rodam nos servidores;
04 – quais implicações envolvem o “convívio” das duas versões de IP;
05 – quais as vulnerabilidades conhecidas no tocante a segurança;
06 – quais as variações/alterações nas configurações de QoS, MPLS, VPN, MTU etc;
e por aí vai.
Galera da rede! Mandar um ping no 201.101.188.121 tá no sangue, mais mandar um ping no 2001:0db8:85a3:08d3:1319:8a2e:0370:7344 vai ser punk...Acho melhor começarmos a mudar, vamos dizer: o modelo mental.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Oi ! Desemprego simples assim....


Em agosto de 2009, por mérito, coincidência, falta de opção ou sorte, meu artigo “Telecomunicações : a evolução tecnológica e a empregabilidade do setor”, foi aprovado , apresentado e divulgado no XII-Semead ( Seminário de Administração PPGA-FEA-USP).
O mote do artigo era o desafio perene da atualização, ou upgrade, dos conhecimentos tecnológicos, imposto ao profissional do setor, visando a garantia da empregabilidade.
O artigo tem como resumo :

“O mundo chegava ao início de uma nova década, os anos 70. As duas grande guerras já eram recordações sombrias do passado cujo legado era um mundo politicamente e economicamente dividido, todavia nas artes, na música, na ciência, na tecnologia e na sociedade várias inovações eram vislumbradas e iniciávamos um período fértil da criatividade humana no seu contexto mais amplo sob o signo da aurora de uma nova revolução.
A evolução tecnológica e a Internet começam a disponibilizar para as organizações e para o ser humano uma nova dinâmica nas relações sociais, culturais, profissionais e educacionais. Este artigo tem por objetivo evidenciar o desafio imposto por essa transformação, através da análise e da formatação de informações obtidas em uma pesquisa realizada em 2008 com trezentos profissionais, para manutenção da empregabilidade na área de Telecomunicações”.

A Revolução do Informacionalismo, como comentado pelo Manuel Castell em seu livro “Sociedade em Rede” (recomendo a leitura) ,é com certeza o grande acontecimento do final do século XX e somos afetados, direta ou indiretamente, para o nosso bem ou nosso mau; pela mesma. Já pensaram no “The day the Internet die.....”, algo tipo o 2012 tecnológico, onde o worflow genérico das organizações mundiais , cuja fundação tecnológica é o “everything over IP”, ficaria inoperante por 24 horas?
No Brasil , a privatização do setor de telecomunicações, a regulamentação do setor e o avanço tecnológico, com certeza permitiram melhorias significativas no oferecimento do serviço prestado, mas devido ao ranço cultural da colonização baseado na garantia do atendimento ao próprio interesse, os conchavos “político&empresarial” permaneceram e algumas “fusões de empresas” patrocinadas pelo BNDES com a anuência do CADE e da Anatel implicaram no “bônus” da perda de emprego para uma legião de profissionais da área de Telecomunicações.
O meu caso, como o de outros profissionais do setor, deveria servir de insumos para tese de mestrado da área do comportamento humano, algo tipo :
“ A mudança do modelo mental imposto pela necessidade da mobilidade operacional visando a otimização de processos e recursos humanos para garantia da lucratividade do setor e do emprego”
Para exemplificar : 10 anos de empresa privada (viajando pelo Brasil), 12 anos de empresa estatal, 12 anos de empresa privatizada com direito a automação de processos, centralização de processos, redução de RH, disponibilidade e pressão “diuturna”, mudança de cidade/estado etc.....
Algumas considerações:
Mudança da relação empregadoXempregador
Dinâmica do mercado
Globalização
Opções profissionais em constante mutação ( daqui há uns dez anos várias profissões não mais existirão)
Mobilidade, inovação, mudança, criatividade, disponibilidade etc
Necessidade da manutenção da competitividade
Estratégia
Lucro
Tecnologia
Sistemas, Procedimentos e Processos
Todos estes aspectos devem ser considerados pelas empresas visando a sua sobrevivência, mas sinceramente,e aqui eu falo por experiência própria, o grupo gestor de algumas empresas no Brasil é INEPTO e lembra um partido político cujo discurso e a prática viraram uma, vamos dizer, dicotomia.
Hoje, conforme divulgado pela RBS, a empresa Oi demitiu quinhentos profissionais de Call Center. Ainda bem que o nosso ilustre poder executivo tem um tal de “auxílio desemprego”.
Tudo pelo Social.........................
http://www.youtube.com/watch?v=V25dmbvf4p4