quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Então, é natal........

Estamos chegando ao final de mais um ciclo anual e este é o penúltimo, pois o último é algo definitivo e não condiz com nossa realidade, post de 2010.
Neste espaço digital já foram publicados 45 post e espero que de alguma maneira estes tenham sido o fator motivador de alguma reflexão e que vocês tenham gostado.
Em tempo : nossos ilustres representantes do legislativo e executivo começaram muito bem seus mandatos com um pequeno aumento salarial de 61%.
Plagiando o Cazuza "Eu vejo o futuro repetir o passado onde a piscina continua cheia de ratos"


...Há algum tempo havia mencionado em um daqueles e-mail semanais, before post, a época em que ia fazer exames de laboratório no INSS da Rua do Matoso – RJ ( a long time ago) com a mamãe Dadá. Era uma época em que o sangue era colhido naquelas seringas antigas que assustavam um pouco mas o engraçado é que eu não chorava e minha grande expectativa era após o exame tomar uma média com pão e manteiga no antigo bar perto do posto médico. Mesas e cadeiras de madeira, café e leite na xícara esterilizada e aquele pão na manteiga, que na minha visão do mundo menino, era o manjar dos deuses.
Na esquina da Vidal Ramos com a Osmar Cunha, há um bar chamado “Central do Café” que me remete a infância de meu café com pão da Rua do Matoso; é um lugar pequeno que também tem janelas, mesas e cadeiras de madeira e um quadro na parede com a ilustração do povoado do Monte Cristo em 1940.
Semana passada, estive cedo no Centro e aproveitei para saborear o café e a paisagem no “Central do Café”, sentei em um lugar próximo à janela, dei uma folheada no diário Catarinense, fiquei observando as pessoas caminhando pela rua e fiz uma viagem solitária e emocionada ao tempo de menino. Como é bom ser criança e ter como “desejo maior” um café e um pão com manteiga.
Ontem assistimos, mais uma vez, o filme “O menino do pijama listrado” cujo tema nos remete naturalmente a questionamentos existenciais.
Mesmo no século XXI continuamos a conviver com a holocausto da Vila Cruzeiro, o holocausto do Complexo do Alemão, o holocausto do Haiti, o holocausto da Afeganistão, o holocausto dos países africanos onde milhares de “Schmuel” não tem o básico, não tem o café com leite e o querer é limitado pela rudeza da vida e onde os dezenas de “Brunos” tem o tudo, além do café e do pão, o sucrilhos, o queijo e o desejo e a vaidade atendidos.
Continuamos a conviver com algumas demonstrações universal de crueldade onde alguns seres, que se intitulam torcedores de time de futebol, espancam até a morte e covardemente, um menino de 19 anos .
São cenas fortes , tristes e que infelizmente acontecem com certa freqüência em nosso pequeno planeta.
Mas devemos continuar a persistir na mudança e acreditar que nosso amanhã será melhor. Cada um tem a responsabilidade de cuidar do espírito para que este não encontre a decadência, afinal nossa busca, nossa meta é a evolução.
Bem, como disse nosso brother John, em um momento mágico de inspiração, “So this is Christmas”, e para mim, dentro da minha auto limitação existencial e carente de ação, resta o desejo, o desejo de que os Brunos e os Schmuels de nosso tempo consigam sentar na mesma mesa no “Central do Café” para saborear o alimento, ler o jornal, bater um papo, apreciar a paisagem e quem sabe apertarem as mãos e em um abraço repleto de ternura possam descobrir juntos que o nosso desejo maior deve ser o de amor e respeito da vida de um para com outro, similar a tudo aquilo que um "menino" tentou nos ensinar há 2010 anos.
Um dia iremos perceber que nossa grande aventura se resume em internalizar que nada possuímos apenas usamos e que sempre em uma "janela" do tempo e em algum lugar estaremos sendo.
Para todos vocês HAPPY CHRISTMAS, até 2011......
http://www.youtube.com/watch?v=s8jw-ifqwkM

domingo, 12 de dezembro de 2010

Dos meninos do Chilli ao velho Arantes.........



Estamos iniciando o período da “anfitrianeidade” (não achei uma palavra que permitisse o perfeito entendimento do contexto sazonal dos visitados de Floripa) na ilha, que vai até o carnaval e como praxe devemos levar o povo para um rolé na night, e foi exatamente isto que fizemos com Mara e Vanessa; afinal nem só de salvar tartarugas vivem as meninas.
Levando em consideração as opções locais acabamos indo para Lagoa da Conceição, local onde na night poderíamos considerar como a “Lapa” do manezinho. Alguns botecos, cafés, pizzaria e opções gastronômicas que vão do sushi ao nachos.
Fomos caminhando pelo centrinho e dando uma olhada nas opções de som e rango.
Pausa:
Para galera entender como funciona a parada cabe explicar que no centrinho da Lagoa há várias opções e em cada uma fica um carinha ou uma menina, fazendo o “boca de urna” do seu negócio, blues, samba, rock, Double chopp e por aí vai.
Continuando:
No meio do caminho fomos “abordados” por dois “meninos” que faziam propaganda de um bar mexicano que abriu há 09 meses. Conversamos um pouquinho e eu falei de uma experiência não muito agradável em um outro “mexican food” e um dos meninos me afirmou que o rango deles era muito bom e ele garantia a qualidade pois era o cozinheiro.
Depois de olhar outras opções resolvemos conferir o rango dos meninos e foi uma grata surpresa. O lugar é bem estruturado, os meninos atendem muito bem e o nosso jovem brother cozinheiro manda muito bem nos nachos, tacos, quesadillas e até na sobremesa de banana flambada com tequila.
Como não poderia deixar de ser tem também os “mariachi” que passam de mesa em mesa dando uma canja na base do Besame Mucho, La barca etc e o cowboy mexicano armado com garrafas de tequila na cintura oferecendo um trago com direito a algumas "chacoalhadas" na cabeça, aquela coisa de "quem não aguenta com a mandinga não me chama para o bar",saca?
Para fechar com chave de ouro nossa apresentação do melhor da ilha para as meninas, fomos ao Arantes, que é um lugar que dispensa apresentação.
O Arantes do bilhetinho, o Arantes do meu querido mago das lentes, o Arantes do pastel de berbigão, o Arantes da pinga, o Arantes do :
- mofas ca pomba na balaia,
- si quéx quéx si num quéx dix,
- se olhares para o céu e não veres mais as estrelas se liga istepô, já amanheceu....
No Arantes as "turtle woman" jogaram conversa fora,que nem os meninos nas reuniões da TPM, lembrando o old time no DF, afinal são candangas.
Se você vier à ilha não deixe de conferir o “Mexican food” dos meninos no Chilli Cocina Mexicana e vá conferir o pastel de berbigão e deixar um bilhetinho no velho Arantes lá no Pântano do Sul onde sopra o vento suli.
Valeu meninos! Valeu velho Arantes!
http://www.youtube.com/watch?v=HSIkLedM7mw

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Extinção ! Destino ou herança ?


Estava no Açores e o telefone tocou:
- amor, vem aqui com o carro traz uma bacia, um pano que nós pegamos uma tartaruga,
- Lu, onde você está ?
- estou em frente ao posto dos salva- vidas,
- tô indo.
Pegamos uma tartaruga ? Pensei, bem vamos lá.
Como o posto fica perto de casa, cheguei lá rapidinho e ao olhar para a praia estavam Lu, Mara e Vanessa com a visita inesperada.
Nossa jovem amiga estava bastante debilitada, com dificuldades para respirar e com o casco cheio de moluscos o que denotava que ela estava nesta condição há algum tempo.
A Lu havia telefonado para a galera do Projeto TAMAR e um dos especialistas informou as dicas de como tratar nossa amiga, água gelada e pano molhado, até sua chegada para buscá-la.
Nosso brother do TAMAR chegou às 15h, elogiou a atitude das meninas e nos forneceu os seguintes dados:
- a tartaruga é da espécie tartaruga verde,
- deve ter entre 3 e 5 anos,
- mede 35 cm,
- estava debilitada devido a provavelmente ter ingerido plástico pensando que era alga,
- estava “a deriva” há alguns meses pois havia uma quantidade razoável de moluscos no casco,
- tinha 50% de chances de sobreviver.
Nossa amiga foi levada para exames e tratamentos e só nos resta torcer para que a força de sua natureza consiga superar os efeitos da atitude hostil dos chamados animais racionais.
Permanecemos no processo de auto destruição, hoje são as tartarugas, os peixes, os tigres, os leões etc e em um futuro não muito distante seremos nós a alcançar o estágio do que chamamos extinção, algo tipo "Não verás país nenhum"do Ignácio de Loyola Brandão.
Hoje, depois de um dia nublado e muita chuva, o sol deu aquela colher de chá e nos brindou com um dia para carioca nenhum botar defeito.
Fizemos uma caminhada de 30 minutos na praia e comecei a “colher” a herança de nossa irresponsabilidade e o resultado está na foto tema deste post:
Copos plásticos, sacos plásticos, isopor, isqueiro, pedaço de balde, pote de goiabada, embalagem de cereal, embalagem de sorvete, pote de margarina, esponja, enfim todo um banquete contemporâneo para nossos queridos amigos do mar.
É bem provável que não seja 2012, mas continuando neste ritmo, locupletando nossos mares, rios e matas com coliformes fecais e muito plástico, daqui a uns 50 anos nossa vida, literalmente, será uma merda e mesmo com grana só teremos “plástico” para ingerir.
http://www.youtube.com/watch?v=-gB3YDpdRBI&feature=fvsr

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

New Power Balance Solution


Estava lendo algumas matérias em revistas e algumas denotam o que poderíamos chamar de inversão de papéis de gênero, ou seja :
- mulher presidente,
- pais que passaram a ter dupla jornada de trabalho pois optaram em "sacrificar" a carreira profissional para cuidar dos filhos e privilegiar a carreira profissional da mãe,
- mulheres se destacando, cada vez mais, em cargos de chefia etc.
Além da revolução do informacionalismo, poderíamos dizer que somos "vítimas" de uma grande revolução comportamental e suas consequências.
Indepedente de revoluções, informações, comportamentos e tecnologias, temos algo que norteia uma busca, uma procura e que não muda.
É bem curioso a continuidade desta busca interior a qual todos somos acometidos, de tempos em tempos, de maneira, vamos dizer, mais acentuada.
Vivemos a mercê da loucura existencial de nosso tempo, nossas eternas dúvidas e nossa busca frenética para encontrar o caminho do tão desejado “equilíbrio”.
Nosso carro novo, nossa casa, nosso emprego, nossa família, nossa “alma gêmea”, o clímax eterno, nossos filhos, aquela viagem, o querer “poder”, o poder não “ter” , a disputa contínua, o medo e essa solidão perene.
Um conjunto de carências as quais “marqueteiros”, cartomantes, mães de santo, “personal tudo” etc conhecem bem e disponibilizam seus produtos e serviços oferecendo–nos a suposta cura para o corpo, para mente e para alma.
Entendo que uma proposta de solução para nossa pretensa cura se resume em duas coisas : aprender e praticar.
Lendo e aprendendo sobre nosso povo e nossa história, buscando o entendimento de nossa caminhada cultural, social e humana .
Lendo e aprendendo os “postulados” filosóficos.
Lendo e aprendendo os “ postulados” religiosos, libertos das amarras das crenças.
O conjunto de conhecimento advindo deste aprendizado nos permiti traçar um caminho mais consciente, liberto de muitas dúvidas e ansiedades e nos propicia o dever da ação, da prática, do trabalho.
Mas vivemos sob a batuta do sincretismo político&religioso e o povo necessita dos santinhos, patuás, água benta, fitinhas, imagens, pulseirinhas ( uma solução mais sofisticada, científica e quântica ) para sarar as “feridas”; o remédio a ser adotado só depende da disponibilidade, ou não, de grana.
Talvez a política social dos governos deva adotar , além da distribuição de camisinha ( uma incitação subliminar à prática do sexo ou uma solução para evitar DST ?) a distribuição de pulseirinhas do equilíbrio para os jovens, adolescentes, para os pretensos "Fernandinhos", "Elias" , "Marcinhos",...
Pensando nisso e como também sou "vítima" das revoluções contemporâneas, tive uma idéia brilhante para alcançar o equilíbrio do "bolso" e passo a oferecer à vocês a New Power Balance Solution.
Em breve, não percam :
O “Blog do Equilíbrio”, o Mantra da Salvação, a alquimia para a felicidade eterna.
Adeus tristeza, dores, aflições.
Saiba como será o "amanhã" e encontre definitivamente o seu amor, o seu emprego, a sua casa, o seu carro novo.
Você só terá que entrar no site, durante o dia, de quatro e quatro horas e seguir o passo a passo das instruções.
Você só precisará de 5 minutos de intensa devoção e dedicação para alcançar o tão sonhado equilíbrio e todos os seus desejos serão atendidos.
Lembre-se, só precisa acessar o site durante o dia, à noite você se diverte.
Será esse o “Segredo”?........
http://www.youtube.com/watch?v=vFE86bgNGOY

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Tropa de Elite 3


Na cidade maravilhosa, o caos parece ter sido instaurado e entendo que o “estado de direito”,no tocante aos criminosos, está sub judice; pelo menos na consciência de alguns.
Vejo como “hipócrita” afirmar que os “detentos” devam ter direito a visitas de advogados, visitas íntimas etc, ou seja, o estado de direito deveria ser proporcional ao delito cometido, pois é demagogia entender “recuperável” alguém que alcançou 200, 300, 400 anos de cadeia e que já tem carimbado o visto para o umbral.
Enquanto permanecermos sob a jurisdição de uma legislação “piegas”; polícia, presídio, direitos humanos etc não irão resolver absolutamente nada em relação a violência.
No momento eu e outras milhares de pessoas assistimos, via telinha, ao documentário em real time e on-line sobre a ocupação da Vila Cruzeiro no RJ, o Tropa de Elite 3 .
Cenas inusitadas da ação da guerrilha urbana aos pés da Igreja da Penha. Polícia, carros blindados, helicópteros, bandidos, incêndios, muita arma e uma população acuada e a mercê de horas incertas. Como em uma seção de cinema estamos acompanhando o desenrolar da trama e torcendo para que o basta chegue definitivamente.
A estratégia adotada pelo governo carioca, tem o apoio de uma população que não tem mais a magia e a alegria do jeito carioca de ser. O carioca contemporâneo é triste, estressado, vive sob o signo do medo. O turista no Rio de outrora se sentia em casa mesmo a quilômetros de distância da mesma, hoje passear no Rio é como estar na faixa de gaza.
As cenas filmadas pelas redes de TV foram inéditas, surpreendentes e não consigo encontrar um adjetivo para descrever o que senti ao ver um bando de bandidos fugirem pelo chamado inferno verde, que fica entre a Vila Cruzeiro e o Complexo do Alemão e cuja população é cerca de 400.000 pessoas, da perseguição policial.
Entendo que a ação governamental não tem volta, é agora ou não será nunca. É a oportunidade para firmar posição e literalmente comprovar , ou provar, que “vai pegar geral”.
Nossa primeira constituição, elaborada por D. Pedro I, foi considerada na época, moderna e inovadora, similar a primeira constituição norte americana, criada em 1787. O curioso entre as duas nações é que a “carta magna” norte americana é a mesma até hoje, e a nossa está na oitava versão (1988), entendo que o fato é merecedor de uma grande reflexão.
Temos o dever, a obrigação de apoiar as ações no RJ e cobrar ações daqueles que foram agraciados com o nosso cheque em branco da representação legislativa visando por o fim, definitivamente, ao caos.
“Todo poder emana do povo e em seu nome será exercido”
O fato histórico motivador da canção (link abaixo) é bem diferente, a DITADURA DO MEDO é similar e neste momento a “farda” é o alento.
http://www.youtube.com/watch?v=R7xRtSUunEY

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

1822


Ao terminar a leitura do livro 1808, do Laurentino Gomes, havia ficado surpreso com o estilo da narrativa dos fatos históricos adotado pelo autor.
Uma nova maneira de aprender a nossa histórica em um livro baseado em uma vasta bibliografia e que denotava um trabalho de pesquisa brilhante visando nos oportunizar o conhecimento real dos acontecimentos históricos, dos povos colonizados e colonizadores, em seu contexto mais amplo, ou seja, cultural, social, comportamental, humano etc.
Hoje terminei a leitura do livro 1888, outra obra magnífica do autor. Fiquei maravilhado com o conteúdo, no mesmo estilo de 1808, onde pude descobrir personagens e fatos, até então, por mim totalmente desconhecidos.
Entendo que uma das maiores riquezas de um povo é o perfeito entendimento dos fatos de sua história, pois é através do conhecimento das raízes, do passado político, social, econômico etc é que passamos a entender , em relação ao Brasil, questões como : escravidão, corrupção, interesses, políticas, relação de poder , heranças etc.
No livro há personagens que merecem citação e conhecimento por parte de nosso povo:
José Bonifácio – o ser pensante, o mentor de todo o processo político da época, com idéias reformadoras bem interessantes como, educação primária gratuita para todos, a criação de uma universidade, transferência da capital para o interior, reforma agrária, fim da escravidão, direitos e deveres iguais para todos. Um homem que foi responsável direto pelos desígnios do Brasil colônia e até pós colônia. (“O regime de escravidão, dizia ele, corrompia tudo e impedia que a sociedade evoluísse” citação do livro 1822, pág 153).
Thomas Alexander Cochrane – o escocês que foi herói e vilão. Um tremendo mala, mercenário, que fazia dinheiro ganhando batalhas, libertando povos e depois saqueando o que podia.
Maria Quitéria – a heroína da Independência, lutou com homens e como homem.
Chalaça – o alcoviteiro de imperador. O que hoje poderíamos chamar de “empresário” de celebridades.
D. Pedro I – o executor, um ser humano contraditório, amante da vida, amante dos amores, amante dos desafios, um inconseqüente, um imperador brilhante, um homem dividido entre duas pátrias, a de coração e a de opção.
Além das personagens, fatos marcantes como a Batalha de Jenipapo , o 02 de julho ( data marcante para o povo baiano) e a heróica resistência do povo, composto por mulatos, negros e índios, que deram suas vidas defendendo os sertões nordestinos, Bahia, Piauí, Maranhão, Pará, fatos bem pouco conhecidos pela maioria de nossa população.
Me emocionei ao ter este contato mais próximo com os fatos e personagens de nossa bela e intrigante história onde o improvável foi desmistificado por aqueles que fizeram a diferença.
“Os livros 1808 e 1822 merecem ser lidos por vocês, seus filhos, seus netos..........."
Se a inspiração continuar batendo à porta do Laurentino, quem sabe seremos presenteados com os 1889 e 1964.
http://www.youtube.com/watch?v=3SfYMxPNVTE

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Resposta


Na sexta eu e a Lu estávamos de bobeira e resolvemos ir conferir o ambiente da Lenha&Oliva, uma nova pizzaria no Córrego. O lugar tem uma certa sofisticação e foi concebido no “estilão” do Benvenuto, aliás estão surgindo novas opções para galera da bacia do Itacorubí, aquela coisa do eletronic house (que saudades do clube da esquina) , double chopp, sushi e um toque de requinte no rango e na birita. O Lenha&Oliva fica em uma “colina” no Córrego, o visual é muito legal e as opções de pizza e vinho são interessantes.
Retornando ao lar fui dar uma olhada na telinha e no Vh1 estava passando um show com os meninos do Skank e o grande Nando Reis. Entre uma música e outra, rolava um papo do Samuel com Nando onde eles comentavam algumas particularidades durante o processo criativo de letras e melodias que emergiram da brilhante parceria.
Enquanto ouvia as canções fiquei pensando sobre o que chamamos de inspiração, que é algo “divino”; uma paisagem, um encontro, um momento, um amor, um desamor, um fato, uma lágrima, um sorriso, uma foto, enfim, insumos para que algo seja intuído ou concebido quando o universo conspira para permitir que o belo e o poético seja incorporado e transmitido.
Ao homem foi permitido, ou designado, o dom de transmitir através de uma tela, um livro, um poema, uma música, uma dança, uma escultura, uma peça, um filme, mensagens que nos fazem refletir ou nos permitem o discernimento sobre a vida e nossa existência.
No sábado, após degustar o guacamole do teacher nicaragüense, fomos curtir a amizade do meu grande brother Cezar e da mamãe Carlinha, que está toda boba com a proximidade da chegada da Lauren. Enquanto a mulherada ficava “tricotando” no chá de bebê eu e meu brother fomos apreciar as águas do norte da ilha e ficamos algumas horas “discutindo” a saideira.
Ainda no sábado, para variar, o Obina sacaneou o mengão.
Na manhã do domingo eu, Lu, Dadá e Dudu, fomos tomar café e passear no parque ecológico do Córrego. Como crianças, curtimos os pássaros, as tartarugas, os coelhos e os jacarés.
Também neste domingo de muito esporte , as meninas do vôlei perceberam que, além dos belos olhos, a Ekaterina Gamova bate forte na bola.
Na F1 o Alonso, como sempre bem babaca, dançou e o jovem Sebastian, poeticamente, me lembrou o grande Airton.
Bem, o final de semana está terminando, hoje é segunda, lá se vai o feriadão e eu escutei alguém abrir os portões; na magia da inspiração, como menino correndo atrás do sol, do tempo, dos versos e do vento; eu também busco, nos dois rios, a resposta para Samuel e Nando.....
http://www.youtube.com/watch?v=Cn96FmqSLoA.
http://www.youtube.com/watch?v=1LQypDCvMz4&feature=channel
http://www.youtube.com/watch?v=2hBKunYWVMg&feature=channel

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Nativo, nômade e forasteiro.


Esta semana pensei em dois “temas” como insumos para o post .
Um seria a F1 e o quanto a mesma se tornou “sem graça” sem a presença daquele que carregava a bandeira na mão e a pátria no coração, que realizava ultrapassagens incríveis, que desafiava tempo-velocidade-tecnologia e tornava a velha F1 algo emocionante e que dava muito tesão para assistir.
O outro seria a minha percepção em relação a metamorfose que Florianópolis sofre em função da invasão humana sazonal.
Como, nesta semana, o Sena foi bastante comentado e homenageado pela mídia e seu filme está chegando aos cinemas, vamos falar da população flutuante da ilha.
A primavera está de partida e estamos prestes a receber o verão e com ele aquele "mundão" de visitas, parentes ou não, principalmente no nosso belo litoral.
As cidades litorâneas são literalmente invadidas e um novo cotidiano é imposto aos nômades e nativos pelos forasteiros ávidos por aliviar o stress urbano e o “burnout” contemporâneo.
Definindo uma classificação, a la brother, da população urbana da ilha poderíamos ter :
Nativo – o carinha local, o que nasceu no lugar, na ilha seria o manezinho
Nômade – o carinha que veio de outra cidade para morar na ilha
Forasteiro – o carinha que está de passagem na ilha
Um amigo manezinho diz que o forasteiro só é promovido a nômade após cinco anos de residência mas jamais será um nativo, como tenho quatro anos de ilha, ano que vem ganho meu diploma, se a vida não me impor uma nova situação/condição de forasteiro.
Já vivi, ou melhor, passei por todos os “estágios” urbanos do Oiapoque ao Chui e também fora das fronteiras nacional, experiências fundamentais que me permitiram assimilar as “mudanças” (cultura, culinária, clima etc) impostas pelo destino.
Ainda estamos em novembro mas a nossa bela ilha já “sofre” a mutação humana; novas placas de carros, novos sotaques, outros comportamentos (piores e melhores), e a elevação natural do stress, agora dos nativos, em função do upgrade forçado do jeito provinciano de ser para atender as expectativas do "time" turístico.
A cozinha não pode fechar às 00h.
Vamos passar os próximos 12 finais de semana levando 3 horas para ir da Barra da Lagoa para o Itacorubi, o que por um lado não é ruim, é só ir parando na Galheta, na Mole e se estiver muito congestionado virar para esquerda para ver o surf da Joaca.
Ir para a Guarda, Rosa etc também vai ser aquela encrenca, pois a tal duplicação está mais morosa que obra de igreja, difícil de concluir.
Buscando uma visão “holística” do verão, nômades e nativos estão para o século XIX assim como o forasteiro precisa da globalização do século XXI e a democratização da ocupação, aquela coisa de “vamos invadir sua praia” pois estamos de saco cheio do escritório.
Vamos dizer que todos querem o mesmo, mas o fator motivacional é bem diferente.
O interessante da ilha é que quando você começa a ficar de saco cheio do inverno, chega o verão e quando começa a ficar de saco cheio dos forasteiros, eles estão de partida, sabe como é: “bem vindo a Floripa, mas não esqueça de ir embora” sem conotação de xenofobia, é claro.
A sorte do ilhéu é ser banhado pela friaca do sul, senão a ilha iria ficar “cloudiada” do inverno ao verão.
Para um nômade eu acho que estou bem manezinho, igual ao nosso querido mago das lentes http://miltonostetto.blogspot.com/.
http://www.youtube.com/watch?v=jPKutsLwt8U

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Dos filhos deste solo serás mãe gentil


A ascensão do mundo feminino ao mercado de trabalho para os mais diversos cargos, inclusive gerenciais, é explicada ( sabe como é, tudo tem que ter uma explicação hoje em dia, nem que as mesmas venham do “conforto” do divã) por determinadas características da mulher:
- visão periférica (uma herança do tempo das cavernas)
-delicadeza
-atenção
-saber ouvir
-empatia
-emoção
-multifacetado
E por aí vai.
De fato, o status da mulher no mundo contemporâneo nos faz recordar as décadas de 60 e 70 onde, na terra do tio Sam, uma senhora começou a chutar o pau da barraca e instigou a mulherada a “queimar os soutien”, a famosa Betty Friedan e aqui no lado tupiniquim a nossa querida e bela Leila Diniz brincava e sacaneava os barbados com suas declarações e posicionamentos diante da vida.
Não sou um especialista do assunto, mas entendo que a “revolução” feminina teve grande influência na estrutura familiar em vários aspectos: financeiro, educação dos filhos, emocional, relacionamento, doação, o direito de ir e vir, “liberdade” etc.
Como em toda revolução, os efeitos são positivos e negativos e o maior desafio conjugal é a demarcação das fronteiras e limites em relação ao amor e respeito de um para com a vida do outro, de modo a não comprometer a possível felicidade da prole.
Transportando a estrutura familiar para o contexto de nação, o cargo de maior projeção do executivo nacional será, pela primeira vez, ocupado por uma mulher que tem em seu currículo uma trajetória de luta pela “liberdade” em busca da tão sonhada felicidade geral.
O “trono” nacional deixará, para a eleita, o legado da maior popularidade de um presidente já registrada na nossa história e um status quo onde o conceito da pátria está em alta com a prosperidade e progresso diante das mazelas do mundo.
Após a eleição, como de costume, inicia-se o “leilão” dos cargos para o alto escalão do poder, mas como disse nosso operário mais ilustre disse:
- “o congresso nacional tem a cara de nossa sociedade”
Se esta afirmação é verdadeira, nossa sociedade e nossa politicagem estão na M...., obrigado.........
Como já havia dito em outras ocasiões, na minha opinião, a estrutura sócio-econômica mundial é pautada no canibalismo social e o grande desafio dos governantes é “sobreviver” dentro deste modelo que cada vez mais demanda, de forma indireta, violência, fome, egoísmo, vícios, vulgaridade, insegurança, medo, vulnerabilidade, autodestruição, doenças, futilidade etc e estes estão sobejamente “maquiados” por aqueles que detém o poder.
É isso aí grande galera, a nossa “Margaret Thatcher”, a nossa “Golda Meir”, a nossa “Anita Garibaldi”; com certeza já acendeu algumas velas para Deus e outras para o diabo, mas graças as características femininas, e eu espero, ela não perderá, jamais, a ternura...............
“Um cafuné na cabeça, malandro, eu quero até de macaco- Milton e Leila”
http://www.youtube.com/watch?v=fjPxLhAUat8

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O solo


Logo após de ler meu post sobre a morte, um amigo ligou fazendo as seguintes considerações:
- também gostei muito do livro do Saramago . No teu post esqueceste ou omitiste o que considero o melhor no livro que é o último capítulo.
- é verdade, mas a omissão foi proposital, não queria falar sobre o mais inusitado da trama com receio de cortar o barato de quem ainda vai ler .
- e vai ficar assim? Usa sua “criatividade”, não vais dar uma palhinha sobre o the end?
- vou pensar .
Bem , sem querer dar uma de “o mocinho morre no final”, que na realidade não é o caso, vou complementar o post com :
O final é surpreendente pois a morte se rende ao mais nobre de nossos sentimentos, e este fato é descrito de forma magnífica, algo que só um POETA poderia fazê-lo.
Segue um trecho da página 192, que considero belíssimo.
“...O violoncelista começa a tocar seu solo como se só para isso tivesse nascido. Não sabe que aquela mulher do camarote guarda na sua recém-estreada malinha de mão uma carta de cor violeta de que ele é destinatário, não o sabe, não poderia sabê-lo, e apesar disso toca como se estivesse a despedir-se do mundo, a dizer por fim tudo quanto havia calado, os sonhos truncados, os anseios frustrados, a vida, enfim. Os outros músicos olham-no com assombro, o maestro com surpresa e respeito, o público suspira, estremece, o véu de piedade que nublava o olhar agudo da águia é agora uma lágrima. O solo terminou já, a orquestra, como um grande e lento mar, avançou e submergiu suavemente o canto do violoncelo, absorveu-o, ampliou-o como se quisesse conduzi-lo a um lugar onde a música se sublimasse em silêncio, a sombra de uma vibração que fosse percorrendo a pele como a última e inaudível ressonância de um timbale aflorado por uma borboleta. O vôo sedoso e malévolo da acherontia atropos perpassou rápido pela memória da morte, mas ela afastou-o com um gesto de mão que tanto parecia àquele que fazia desaparecer as cartas de cima da mesa na sala subterrânea como a um aceno de agradecimento para o violoncelista que agora voltava a cabeça em sua direção, abrindo caminho aos olhos na obscuridade cálida da sala. A morte repetiu o gesto e foi como se os seus dedos finos tivessem ido pousar-se sobre a mão que movia o arco. Apesar de o coração ter feito tudo quanto podia para que tal sucedesse, o violoncelista não errou a nota. Os dedos não tornariam a tocar-lhe, a morte tinha compreendido que não se deve nunca distrair o artista em sua arte..... José Saramago”
E como me lembrou o grande Paulinho, em um e-mail, “a música é o silêncio em movimento”, segue o link de uma canção que muito gosto. Para vocês , para Saramago, para o violoncelista e para morte.
http://www.youtube.com/watch?v=4RWMzcRgYsc

terça-feira, 26 de outubro de 2010

A morte....


Pode ser devido a proximidade do tal dia de finados (contraditório ter um dia "dedicado" para os mortos, se somos todos espíritos eternos e sendo o corpo apenas uma roupagem adaptativa para as necessidades terrenas), pode ser que a impiedosa senhora já esteja preparando meu "sobreaviso" ou talvez seja porque terminei de ler mais um do Saramago, “As intermitências da morte”.
Como em Ensaio para Cegueira e Ensaio sobre a Lucidez, o grande Saramago brinca com situações inusitadas que impõem a suas personagens as atitudes e posturas equivocadas, que é peculiar da natureza humana, diante do inesperado, do desconhecido, do novo, do surpreendente.
Na trama, Deus e a morte dividem o poder de decisão do momento de nosso "fim", ou melhor, de nosso novo "início".
Fica bem interessante imaginar viver os fatos da trama onde a morte entra em greve e as pessoas passam a viver “eternamente” no nosso mundinho de provas e expiações.
Em decorrência do fato,surgem as ocorrências inevitáveis das crises existenciais, institucionais, religiosas e financeiras:
- Como a igreja poderá sobreviver sem a morte ?
- Como as empresas de seguro farão o seguro de vida, que para o segurado é de morte?
- Como os cemitérios vão ser populados se não há corpos?
- Como não mais levar flores para um monte de osso que na realidade é apenas um monte de osso?
- Como evitar a falência das funerárias?
- Como evitar a falência do sistema previdenciário?
- Ou pior, como ficar condenado eternamente a um estado vegetativo?
Com certeza é uma situação a qual não imaginamos pois a morte é a sequência natural da vida, é nosso destino, nossa “meta”, o diploma evolutivo que nos permite passar para a próxima séria, repetir o ano ou quem sabe ser agraciado com uma “graduação”.
No decorrer da trama e como precisamos da morte, a mesma retorna mas de uma maneira um tanto quanto peculiar, ou seja, ela passa a avisar aos candidatos ao desencarne o dia de embarcarem na carruagem púrpura rumo ao “desconhecido”.
Entendo que a grande sacada do Saramago, em seus ensaios, é nos permitir reflexões que fogem a tudo aquilo que entendemos como normal e que não “condiz” com nosso modelo mental.
De fato só conseguimos ter discernimento sobre somente aquilo que está dentro das fronteiras de nossos parcos sentidos.
Bem, como a sombria senhora do poder é implacável e que também em tecnologia temos poetas, músicos, artistas etc, segue abaixo uma brincadeira divertida entre a morte e a tecnologia.
Não se preocupem, afinal até os roteadores morrem.....
http://www.youtube.com/watch?v=_y36fG2Oba0
(Plenária do RIPE 55, a qual um dos profissionais mais brilhantes que conheci, o pequeno grande Diogo Montagner, estava lá e curtiu o momento)
=Peço desculpas à galera que não atua na área de tecnologia de rede, pois será um pouco complicado entender a brincadeira do participante do RIPE 55=

domingo, 24 de outubro de 2010

Arrepia até o perispírito.


Como estamos no “the end” eleitoral, talvez devesse escrever algo a respeito ou pelo menos emitir uma opinião sobre quem, no meu entendimento, deveria ser o futuro inquilino do Palácio do Planalto, mesmo tendo como pretendentes ao cargo de tal relevância dois candidatos, vamos dizer, de pouca ou nenhuma “envergadura” política. Como o Serra está “fora” de minhas convicções ideológicas eu opto pela “ex guerrilheira” que sofreu, semelhante a seu "mentor", o “upgrade” Neoliberal imposto pelo mundo globalizado.
Compartilhando com vocês algo mais relevante, quero falar sobre o belo evento do final de semana que tivemos a oportunidade de participar, ou seja , o 11º Concerto Espírita da Primavera que faz parte da programação da Semana Nacional de Artes Espírita.
Foi uma feliz coincidência pois durante a semana eu estive ouvindo algumas belas canções nacionais das décadas de 70 e 80, aquelas músicas maravilhosas dos Venturini, do Tavito, do Roupa Nova, do Raul etc .
Na sexta fomos a um evento no SEEDE ( Seara Espírita Entreposto da Fé ), que faz um belo trabalho de Assistência á Família Carente e do Atendimento a Infância e a Adolescência, onde o tema foi a arte espírita, notadamente a música e a “influência” de tons, sons, acordes e versos em nossa existência. Uma palestra musical apresentada e comentada pelo brilhante dirigente da instituição.
A música tem o “poder” de aflorar lembranças e sentimentos: amor, alegria, tristeza, encontros e despedidas, alívio, dor , um momento, um lugar, um alguém, um desejo, fé, esperança, desilusão, tranqüilidade, excitação, paz, tormento, alento, enfim toda essa gama de emoções peculiar aos seres humanos em evolução; mas acima de tudo a música traduz a mensagem de seus autores e cabe a cada ouvinte assimilar aquela que lhe convém, ou melhor, lhe toca a alma e o coração e que condiz com sua atitude e postura.
No sábado retornamos à SEEDE para assistir ao Concerto, que foi magnífico, onde fomos presenteados com as belas apresentações de corais, grupos, bandas e dupla. Nos foi oportunizado ouvir lindas canções espíritas e música popular brasileira, como comentado pelo apresentador do evento :
- foi tão belo e intenso que, como fala o espírita manezinho, arrepiou até o perispírito.
Bem, como a premissa básica do espiritismo é a evolução através do aprendizado contínuo oportunizado pelo ciclo nascer-morrer e cujo progresso é proporcional a nossas escolhas e atitudes diante da vida e do próximo, segue abaixo o link de uma canção que não é espírita, que no concerto foi interpretada de maneira brilhante pelo Grupo Vocal Espírita Maestro Valdenir Zaneti e que foi escrita por alguém que viveu com “medo”, entre incertezas , dúvidas, incoerências e solidão, mas na minha opinião resume o evento e nosso compromisso diante da vida, do próximo e de nossas existências.
http://www.youtube.com/watch?v=DwrSVDRP-2Y

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Os meninos da natação.



Quando tinha 14 anos (como diz o Valdeca : “ o Brother não presenciou o dilúvio, mas pisou na lama”) estava na linda praia da Barra da Tijuca no RJ (quando os “*barra*” eram apenas um grande mangue e avenida era apenas a Sernambetiba), quase morri afogado , mas fui salvo por um surfista.
Desde então permaneci por vários anos com pavor de lugares com água superior a 1,70m de profundidade.
Quando cheguei no DF, por vários momentos, comecei a fazer natação para tentar superar minha fobia, mas ficava naquela “começava e parava” e ainda tinha um agravante: eu fumava. Após a nascimento do Th do meio, e graças a ele ( teve broncopneumonia aos seis meses), parei de fumar.
Comecei então, a encarar meu desafio com mais seriedade e fui fazer aulas de natação no SESC GUARÁ.
Conheci muita gente boa na natação, principalmente um professor chamado Wellington, que teve uma paciência enorme com seu aluno mais “medroso”. Após algum tempo, eu já sabia nadar, todos os dias o Wellington me convidava :
- vamos nadar lá no fundo ?
Eu dizia :
- ainda não.
Um dia, talvez um daqueles dias em que você aposta todas as fichas e se impõe um auto desafio tipo é hoje ou nunca, eu disse :
- vamos lá
E foi algo magnífico e emocionante para mim, conseguia finalmente me libertar de um de meus bichos, um de meus medos, um paradigma “equivocado”, como tantos outros que temos por hábito nos “punir” ou merecer.
O mundo masculino tem por hábito mencionar ou lembrar das “mulheres” de suas vidas, mas o Wellington foi para mim um dos “homens” de minha vida, foi o Freud de meu divã submerso.
Essa mesma emoção eu senti quando pulei da pedra na piscina natural da Barra da Lagoa ( na época, compartilhei essa “aventura” em um e-mail que enviei para alguns de vocês), onde outros homens ( o Th do meio e o Th mais novo) e a mulher de minha vida ( a Lu ) se fizeram “Wellington” e eu pulei, foi muito bom.
Atualmente faço natação na UFSC que é o “lugar” para fazer natação em Floripa. Fico observando os meninos/as professores ( todos estudantes de educação física) ajudando alguns “Emerson” a superar suas “limitações” e encarar a água com serenidade. Muito legal observar a evolução dos alunos e a dedicação e atenção dos meninos/as professores para com os alunos dos 10 aos 60 anos. Esses “atletas” ( donas de casa, crianças, aposentados, professores, alunos, enfim, o povão) conseguem uma medalha toda vez que não usam mais a “boinha” para flutuar e alcançam a “liberdade” traduzida em braçadas e pernadas.
Em muitas situações em nossas vidas, alguns amigos e outros “anônimos” nos auxiliam a dar algumas braçadas e a saltar da pedra para superar algumas dificuldades e ir ao encontro de nossas escolhas, de nossas realizações, de nossas pequenas grandes vitórias.
http://www.youtube.com/watch?v=xzh0j4xt7io

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Ciranda e destino.



Durante essa semana a telinha mundial, a Internet, celulares, os sites de relacionamento e toda forma e maneira de comunicação focaram luz, câmera e ação nos 33 chilenos que passaram quase 70 dias experienciando , literalmente, as entranhas de nossa mãe terra.
Um evento patrocinado por empresas do mundo capitalista e não capitalista (um lastimável consenso entre ideologias distintas), onde a “Visão” de negócio abstrai do que costumamos chamar “valores humanos” e jogam milhares de trabalhadores em um “reality show” onde o “final feliz” é algo raro.
No “reality show” chileno, o governo por questões óbvias, patrocinou o “happy end” com colaboração de engenheiros, técnicos , especialistas em resgate, familiares, voluntários, jornalistas, mineiros etc , aliados a tecnologia dos yankee.
O mundo parou para ver a Fenix , que com certeza será promovida a peça de museu, resgatar em seu “útero” os 33 mineiros heróis e os seis escudeiros voluntários; em uma bela demonstração de dedicação, doação, perseverança, fé, profissionalismo, união, sinergia e equipe.
O episódio sofrerá as devidas metamorfoses em filmes e livros, que em breve será exibido não só nos cinemas mas também nos treinamentos de gestão de pessoas , trainees etc das grandes empresas, visando o formação dos futuros "líderes".
Para cada um dos sobreviventes, dos missionários, dos profissionais que participaram do resgate, dos familiares, dos políticos, enfim de todos que acompanharam o desenrolar dos fatos , ao vivo ou on line, o episódio traz ensinamentos e a oportunidade da reflexão dos mais variados questionamentos: a vida e a morte, a religiosidade, o medo, a superação, a caridade, o interesse, a moral, a ética, o amor.
Intimamente e por alguns instantes a maioria de nós deve ter pensado:
“E se eu estivesse lá”
Um pensamento que nos remete ao âmago de nossa solidão, nossas certezas, nossas dúvidas, nossas verdades e nossas mentiras.
No mundo há vários subterrâneos em várias “MINAS” onde crianças, jovens e idosos passam fome, sofrem por doenças, são levados aos vícios e crimes, vivem na mais absoluta solidão, perecem todos os dias e que infelizmente carecem de uma mobilização mundial que lhes permita sair do “BURACO” , da escuridão.
Mas estamos aprendendo , evoluindo e chegará o dia em que compartilhar a nossa mesa farta não será apenas uma retórica ou um surto “ético” patrocinado por nossa conveniência ou pelos “interesses” de alguns.
Em homenagens aos 33 homens que demonstraram que a união, a doação e a caridade são as leis que regem nosso universo, principalmente nas adversidades onde o “destino” :
“sem pedir licença muda as nossas vidas e depois convida : rir ou chorar (verso- Composição: Toquinho / Vinicius de Moraes / G.Morra / M.Fabrizio)”,
segue uma canção que meu subconsciente "indexou" ao fato...
http://www.youtube.com/watch?v=QtJ8ro1NSh0

domingo, 10 de outubro de 2010

A cota do eu sei.



Na sexta, eu, a Lu e o Th mais novo assistimos o "Tropa de elite 2", que na minha opinião está magnífico, merecedor de um "Oscar".
Uma continuação brilhante do tropa1 e cujo tema principal, além da corrupção nossa de cada dia, é o que convencionamos chamar "O Poder do Sistema" onde o arroz com feijão é similar a macarronada italiana e ao burger king.
Nascimento tem alma de guerreiro e coração de justiceiro, entende que para dizimar o mau temos que também ser "maus", não tem esse papo de indulgência, pois nada é tão ruim que não possa ficar pior.
Em contrapartida existem personagens como o Fraga, o Gandhi do mundo contemporâneo (o che sem colete), que acredita que todo ser humano tem algo de bom e recuperável.
Outra personagem bem interessante é o Coronel Fabio, que desde o tropa 01 consegue conviver e sobreviver na tênue linha entre o bem e o mau, é corrupto mas não tem a essência do mau do Major Rocha, afinal como diz o próprio Fábio,"cada cachorro lambe sua caceta".
No tropa 2, Nascimento descobre que lhe "faltava" a malícia/conhecimento do jogo político, o conhecimento da conivência da politicagem com o bandidagem, mas ele acaba descobrindo, e de uma maneira um tanto quanto dolorosa.
Começa a entender o que é "política" quando "cai", de maneira conveniente, para cima, e vai ocupar um alto cargo na secretaria de segurança pública, ou seja, a proximidade do "rei" nos permite descobrir a podridão do reino.
Curiosamente o filme só teve sua estréia após às eleições e aqueles que irão assistir, ou assistiram, entenderão o motivo.
Há algum tempo digo que o "problema maior" não está no executivo nacional e sim no legislativo estadual e federal, entendo que o filme ratifica meu entendimento.
Como no papo entre Fábio e Rocha, onde Fábio cobra um percentual maior da cota do "Eu sei", o poder legislativo trata a cota como o quanto um "político" está de rabo preso com o "Sistema".
No filme, é bem interessante constatar que a personagem "superou" o ator, ou seja, não conhecemos bem o Wagner mas o capitão Nascimento é o cara, o paladino da justiça do Rio 40 graus.
Nosso "inconsciente coletivo" precisa de um capitão Nascimento para exorcizar os "vícios" herdados desde 1800, onde o povo da favela é "usado" ao bel prazer do dono da "senzala"; mas como isso, ainda, é apenas ficção nós permanecemos no :
"Se você quer me F....., me beija porra".
http://www.youtube.com/watch?v=YkA4CazdOh8

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Inútil ?


Estava conversando com um amigo sobre meu blog, aí ele perguntou:
- não vais escrever um post sobre o resultado das eleições ?
Eu respondi :
- não.
Hoje à tarde, ao retornar de um atendimento emergencial na ortopedia (estou com tendinite da pata de ganso, coisa de atleta hshshshsh), caminhando pela Madre em companhia de uma chuva fininha tipo “garoa paulistana”, fiquei pensando sobre a conversa com meu brother e das notícias que havia visto na telinha referente aos resultados do pleito.
Após o divagar na reflexão ou refletir na divagação não tive outra opção a não ser a de falar sobre o curioso pleito eleitoral.
Algumas constatações merecem alguma reflexão :
01 – Efeito Marina – creio que o Sr. Presidente Lula deve estar pensando : P...M... a Marina teve um desempenho bem parecido com o meu em minha primeira disputa de eleição para presidente, como convencê-la a apoiar minha “discípula”?
Entendo que Dilma e Serra devem ter aprendido alguma coisa com a senadora, pois Marina tem um discurso, tranqüilo, sincero, ponderado,consistente e fala como estivesse conversando em uma roda de amigos:
“Meu brother o planeta só sobreviverá com a adoção de políticas visando um “progresso” sustentável, tendo como premissa o atendimento às necessidades básicas da natureza e por conseguinte "continuidade" do ser humano. O mundo tem que repensar esse modelo sócio econômico baseado no consumo exacerbado, que é auto destrutivo."
Sinceramente, posso queimar minha língua, mais entendo que Marina não deve apoiar os candidatos para o segundo turno, pois essa escolha deve ser de inteira responsabilidade do povo; mas “política” é “política” companheiro.
02 – o voto inconseqüente - fica difícil falar sem levar as pessoas ao entendimento de que faço um julgamento de valor, mais sinceramente não é. Tivemos um “palhaço” (sem conotação pejorativa), como campeão de votos , jogadores de futebol “desempregados” também eleitos e por aí vai. Quero acreditar que alguns desses votos sejam uma forma de protesto, equivocada é claro, mas prefiro assim entender do que pensar que somos tão “ignorantes” em relação a nossa responsabilidade diante da escolha de nossos representantes no poder legislativo.
03 – o voto para os descendentes, diretos e indiretos, do coronelismo nacional – é o que eu chamaria de “ranço vergonhoso” para manutenção no poder dos herdeiros de uma “classe” que está fora de seu tempo mas que infelizmente ainda detém um certo poder.
Eu não votei pois meu título ainda é do DF, mas sinceramente espero que os senhores políticos eleitos tenham um “surto” de ética, dignidade, honestidade, decência e que a letra da música abaixo não seja o “hino” popular dos próximos 04 anos.
Até a próxima eleição.....
http://www.youtube.com/watch?v=9Jbh46Arubs&feature=fvsr

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Um novo cinquentar.....


Estou bem perto do que convencionamos chamar “aniversário” de nascimento, algo que já foi considerado como costume pagão pelo cristianismo.
Não sei se isto acontece com a maioria, mas quando fiz 50 anos passei a contar os “aniversários” de forma decrescente, objetivando é claro chegar ao que poderíamos chamar de “o retorno ao ventre materno”, algo tipo Benjamin Button saca, ou quem sabe um retorno ao “Nosso Lar” ainda bebê. Já pensou Nosso Lar se transformando em uma grande creche? Com certeza os ministérios teriam outros nomes e o André Luis e sua turma teriam que fazer uma especialização em “pediatria espiritual”.
Mas sendo um espírito pouco evoluído, com certeza, vou passar uma temporada no Umbral e se não criar juízo talvez faça uma escala nas Trevas. Ainda bem que meu 66 será apenas um 34.
Pensando nessa minha vida boa..
Pausa :uma colher de chá do grande papai do céu; aliás acho que no notebook do “Senhor” há um bug ou minha “conta” está bem elevada e as “surpresas” ainda virão, ou talvez quem sabe, eu tenha “ludibriado” o sistema, na hora das minhas escolhas pré encarnação, com aquele famoso jeitinho “meu brother vamos negociar”, afinal nada é tão bom que não possa ficar melhor, mesmo em um mundo de provas e expiações. Depende de nós.
Continuando: e aproveitando a data “comemorativa” estou fazendo meu planejamento estratégico para os próximos 03 anos sem ter grandes preocupações com ameaças e oportunidades, afinal estou naquela fase da pouca relevância nas tentativas fracassadas pois a qualidade supera a quantidade.
Fazendo uma retrospectiva de minhas “realizações”,encontrei:
- duas titulações de técnico (fantástico),
- presidente de Centro Cívico (muito bom e divertido),
- presidente de Associação de Técnicos ( uma grande experiência),
- petista de carteirinha (para entender o que é “política”, depois que você entende salta fora),
-uma graduação (valeu a pena),
-síndico (uma demonstração universal de insanidade e burrice),
-duas pós graduação (fundamental),
-publicação de artigo (gratificante),
- supervisor e coordenador em empresas estatais e privadas (um eterno aprender),
- alguns trabalhos como voluntário (buscando a evolução),
-professor (#@%&*#),
-cozinheiro (talvez o meu melhor talento hshshshs),
-pai (a maior emoção),
-filho (!?),
-esposo(???)
-e para alguns um amigo (para os amigos tudo, para os “inimigos” apenas o rigor da lei) .
Bati tudo em um liquidificador, provei e descobri que está faltando algo, ou melhor, alguns algo. Existe em mim uma falta do meu eu para com os meus “eu”, algo que me “complete”. Minha querida Lu irá pensar “ porque esse cara não vai a luta, aproveita para evoluir e vai fazer uma trabalho voluntário, praticar a caridade?” Também acho que este seja o caminho, mas há maneiras e maneiras de realizar a “caridade” e ajudar ao próximo. Talvez essa minha maneira esteja atrelada a minha vaidade aflorada e me impeça de fazer algo mesmo sabendo que o ótimo é inimigo do bom e que todos somos seres em evolução.
Bem, depois dessa reflexão tracei meu plano, minhas metas e vou remando meu barco nesta bela ilha.
Quem sabe os mares do sul trarão as respostas para dúvida existencial de um espírito inquieto e que pouco, ou melhor, nada sabe.
E como recordar é viver, segue uma que sugere uma explicação para meu eterno cinquentar...
http://www.youtube.com/watch?v=IG1ZU56tsdo

sábado, 25 de setembro de 2010

Constantino



Na última quarta assistimos uma palestra bastante interessante cuja tema era " O espiritismo e a política"
Nesta, o palestrante explicava o motivo pelo qual não cabe dentro da doutrina espírita uma "bancada espírita" nas assembléias, camara ou senado.
Resumidamente a política, por sua natureza, "desvirtua" doutrinas/religiões.
Foi o que aconteceu aos cristãos após Constantino, ou seja, o cristianismo passou a ser a religião oficial do estado.
"In hoc signo vinces"
A "fé" passou a servir as vaidades políticas.
Nesta sexta assistimos ao que poderíamos chamar de "demonstração universal do tirar da reta", por parte do STF, em relação ao desejo popular de tornar o processo eleitoral um pouco mais digno, ético e responsável.
Ficha limpa neles meu brother !
Em paralelo vimos o Sr.Roriz adotar uma "artimanha" política ao que poderíamos chamar de "demosntração universal da cara de pau", ao declarar publicamente:
- "Votem em minha esposa pois quem vai governar sou eu."
Bem, eu na condição de cidadão desconhecedor das leis fiquei um tanto quanto "confuso".
Em relação ao STF:
- se a votação empatou, não existe um esquema para desempatar, tipo: não caberia ao carinha que preside a seção o voto de "minerva"?
- é de bom senso "empatar" matéria de tamanha relevância?
- se para o TSE, a ficha limpa já vale nesta eleição e para o STF o tema carece de consenso; após a eleição,dependendo da decisão do STF não caberá ao ficha suja recorrer e solicitar uma nova eleição ? A recíproca seria verdadeira ?
Em relação a "artimanha" do Sr.Roriz:
- juridicamente pensando, para a declaração "Vote em minha esposa pois quem vai governar sou eu", não caberia uma impugnação da candidatura ?
- cada povo tem o governo que merece ?
- Sócrates e Paltão votariam em Roriz ?
Em relação aos dois temas:
- Existe um povo que a bandeira empresta, para cobrir tanta incoerência...( plagiando o Castro Alves )
Com certeza esses fatos, no meu entendimento, reforçam o posicionamento da doutrina espírita em relação ao envolvimento com a política pois são ciências "mutuamente excludentes".
Abstraindo dos ensinamentos sobre indulgência, eu traduziria em :
- Ou você evolui ou vai ser político no seu contexto mais amplo, pois "políticos" todos nós o somos.
Talvez o grande "culpado", pois sempre temos a necessidade de achar um, tenha sido o Constantino mas como sou um simples mortal e ignorante em diciplina de alta "complexidade" vou tentando controlar...
http://www.youtube.com/watch?v=v7rAHA1ucms&feature=related

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Me chama de mulher......



Como todas as segundas, essa também chegou preguiçosa e com os resquícios do peixe, do vinho, do FlaxFlu e do domingo em família.
Abri os olhos, dei aquela espreguiçada de recem nascido, olhei para a Lu e minha “rádio” começou a entrar no ar.
Levar a Frida para o banho, chamar o Th mais velho para acompanhar o Th do meio ao SOS para avaliação do efeito pelada, fazer o rango para prole.
Se ainda estivesse na ex Brt, talvez estivesse me preparando para uma audio conferência com gerentes e diretores visando explicar que no mundo da convergência há “falhas” e falhas; e que o mitigar dos efeitos colaterais é proporcional a tecnologia, topologia, gerência, procedimentos, uma equipe competente, uma boa dose de sinergia e gestores e colaboradores sem medo de perder o emprego, pois esse medo “trava” a competência e oprime a criatividade.
Devemos utilizar os erros/problemas como insumos para o aprendizado e não para caçar “bruxas”.
Não podemos, ou melhor, não devemos ser iguais a classe política que precisa, até, decorar o improviso.
São simplesmente ridículos.
Mas isso é passado e espero que essas experiências tenham contribuído, e ainda contribuam, para minha/nossa “evolução”.
Após essa viagem ao tempo, “regressei”, tomei meu café e comecei a exercer meus dotes culinários. Feijão, arroz, legumes, salada, o picadinho de carne e a soja para os libertos dos vícios alimentares aprendidos na “caverna”.
Comecei a pensar na elaboração meu post semanal e a “inspiração” parecia que não iria despertar tão cedo. Pensei no “Você usa lenço ?” e me veio uma canção do Chico chamada “Teresinha” que no meu entendimento traduz o que vou chamar de “o que significa o amor, ou a relação com o outro, para o universo feminino”.
Nesta letra o grande Buarque, com maestria, traduz em versos as relações e atitudes de “tipos” de homens para com uma mulher.
Fiquei pensando no quanto se “perdeu”, em função das babaquices do cotidiano adicionadas a dinâmica perturbadora do mundo contemporâneo, esse amor que homens e mulheres deveriam ter um para com o outro, aquilo que não pode ser vulgar, fútil, desonesto, vaidoso, egoísta e muito menos financeiro.
Acho que minha metade feminina “aflorada” tomou o lugar da inspiração e continuei a pensar nos desamores e frustações da grande maioria das mulheres que querem apenas um homem a seu lado, que além de amante seja um parceiro, um amigo e a recíproca tem que ser verdadeira.
Então, antes que a inspiração atrapalhe minha metade, segue para meninos e meninas o link da canção na qual espero que seus versos e prosa contribuam para que aprendamos alguma coisa sobre essa “magia” que desafia os relacionamentos e que podemos resumir como sendo um “amor com tesão” ou pelo menos um “tesão de amor”....
http://www.youtube.com/watch?v=FsG67OOUG8k&feature=related

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Você usa lenço?



Passava das 17h e eu estava em frente a Secretaria Estadual da Infraestrutuna , na Tenente Silveira, esperando o amarelinho ( buzu executivo que roda na ilha).
Havia passado no mercado público onde comprei o pescado da semana, depois passei no trampo da Lu e fomos tomar o café vespertino na padeiro de Sevilha. Galera lá tem um pãozinho e outras iguarias hummmmmm!hummmmmmm, vamos dizer que é uma “sacanagem” para com os gordinhos, ou seja, se entrou tem que comer ( sem sentido pejorativo) , não tem outro jeito.
Depois de forrar o bucho demos um beijinho amanteigado e lá fui encarar o little yellow. Enquanto aguardava fiquei observando, para variar, a mulherada. Realmente, além do terminal , a Tenente Silveira, a Deodoro, a Felipe Schmidt, enfim o centro de Floripa é uma passarela, muita mulher bonita. Se não tivesse um relacionamento tão gostoso com a Lu, arriscaria um affair com alguma balzaquiana de iris cor de mel, nada sério, apenas algo tipo uma noite e meia de bocas, cheiro e pele, saca?
Não sei porque passei a língua pelos lábios, como o beijo amanteigado se tornou lembrança e a testosterona havia baixado, peguei meu lenço e “limpei” os lábios.
Desde a época de primário uso lenço e perfume, um legado materno que preservarei até o pós cinzas e que na minha opinião é item fundamental do vestuário masculino.
O lenço já me ajudou, e ainda ajuda, em várias situações: banheiro sem papel toalha, namorada com cistite (?!), aquele "sarro" na sala do futuro sogro, mesa sem guardanapo, secando algumas lágrimas da Lu.
Não a nada mais charmoso do que oferecer um lenço para enxugar as lágrimas de uma mulher. Há algum tempo encontrei com uma amiga na entrada do prédio onde trabalhávamos. Notei que ela estava triste, aborrecida. Começamos a conversar e ela contou sobre o aborrecimento que acabara de ter com o chefe, que era um babaca, e começou a chorar. Peguei meu lenço e ofereci para ela. Surpresa e com um leve sorriso ela pegou meu lenço e agradeceu. De fato havia uma contribuição da natureza da mulher para o choro de minha amiga, vamos chamar de TPM.
Acredito que não haja comerciais de lenços para homens devido ao ranço machista da sociedade onde o homem não chora, mas como chorar é algo maravilhoso vou dar uma de Olivetto e fazer o meu comercial:
Você já ofereceu seu lenço para quem você ama?
O lenço que secou as lágrimas da amada, nenhum homem esquece.
Use lenço, pois até as tigresas choram.
http://www.youtube.com/watch?v=18lRxwGZUUs&feature=related

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A idiossincrasia do voto e o sincretismo político.


Terminei a leitura do livro “Ensaio sobre a lucidez” by Saramago.
A trama desenrola-se em um período de eleição, qualquer semelhança não é mera coincidência, em um determinado país e o comportamento inesperado do eleitor onde a grande maioria votou em branco. O que poderíamos chamar de idiossincrasia coletiva do voto.
Saramago, como em Ensaio para cegueira, “brinca” com o comportamento humano e suas reações diante do inesperado, do surpreendente. Há uma sequência de situações onde o comportamento do povo incita os políticos a tomarem decisões totalmente equivocadas, caracterizando algo que é premissa da maioria dos governos em nosso planeta, a INCOMPETÊNCIA patrocinada pela tríade orgulho/vaidade/egoísmo. O que poderíamos chamar de sincretismo político global.
Não quero fazer “apologias”, mas sinceramente entendo que todos deveriam ler o livro e aproveitar para fazer a “reflexão do voto”.
Pensando em idiossincrasia e sincretismo, assisti o debate político realizado ontem na telinha. Algo simplesmente improdutivo e ridículo. A Dilma e Serra, um jogando merda no ventilador do outro, a Marina tentando fazer ser ouvida e o Plínio utilizando de um sarcasmo peculiar para “sacanear” os demais. Simplesmente lastimável e creio que os próximos serão bem pior.
De fato, entendo que as regras definidas para os debates não contribuem em nada para um diálogo produtivo e proveitoso. Como sou um cara “intrometido” vou dar algumas dicas para os senhores reportes e candidatos:
01 – deverão ser elencados, por ordem de prioridade e bom senso, os problemas mais críticos do país, definidos pelos eleitores. Ex: segurança, saúde, educação, emprego, catástrofes patrocinadas pela ocupação indevida do solo, corrupção, INSS etc,
02 – cada candidato deveria ter 15 minutos para explicar o seu planejamento estratégico, com os respectivos prazos, para tratar esses assuntos, 01 hora,
03 – cada candidato teria uma réplica de 05 minutos para “criticar com suas propostas”, o planejamento do outro, 20 minutos,
04 – cada candidato teria 05 minutos para tréplica, 20 minutos,
05 – 20 minutos para perguntas “consistentes” a serem feitas pelos reportes ou platéia.
Duas horas de algo que mereça ser ouvido, assistido.
Além dos debates incipientes permanecemos na mesmice dos anos eleitorais, onde nesses sempre “surgem” os escândalos de tráfico de influência, vazamento de informações sigilosas, lobby, corrupção e por aí vai.
Não vou dizer que devemos “sofrer” um “surto epidêmico” do voto em branco, mas ver a Marina desbancar Serra e Dilma seria uma demonstração nacional de cidadania, um não a mesmice, algo do tipo :
“...falemos abertamente sobre o que foi a nossa vida, se era vida aquilo, durante o tempo em que estivemos cegos, que os jornais recordem, que os escritores escrevam, que a televisão mostre as imagens da cidade tomadas depois de termos recuperado a visão, convençam-se as pessoas a falar dos males de toda espécie que tiveram de suportar, falem dos mortos, dos desaparecidos, das ruínas, dos incêndios, do lixo, da podridão, e depois, quando tivermos arrancado os farrapos de falsa normalidade com que temos andado a querer tapar a chaga, diremos que a cegueira desses dias regressou sob uma nova forma, chamaremos a atenção da gente para o paralelo entre a brancura da cegueira de há quatro anos e o voto em branco de agora....” José Saramago.
Alguns, ou melhor, muitos alguns vão dizer que a Marina não está preparada para assumir um cargo de tamanha relevância para o país e eu volto a repetir:
O grande problema não está no ocupante do mais alto cargo do palácio do planalto, o problema está na ocupação dos cargos dentro dos “pires” ou “cúpulas” ou “pratos”, que estão na esplanada dos ministérios.
Ideologia? Quem sabe precisemos de alguma para sobreviver..........

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Onde eu possa


E aí pegamos o 320 para o DF. O comandante Almir estava de folga, mas acho que algum parente seu foi trabalhar na logística da bagagem pois a nossa só chegou no dia seguinte. Sabe como é :
- Almir! Essa é para ficar em Brasília ?
- Deixa aí mesmo meu querido, o voo está atrasado. Se alguém reclamar mandam de volta.......
Como bandeira pouca é bobagem ainda consegui esquecer a mala dos sapatos no transporte da locadora, tudo bem, no day after tudo tava no Guará.
Logo no desembarque constatamos que o clima no Planalto Central está aquela coisa do cuspe chegar, em pó, ao chão e os pássaros voarem apenas com uma asa, pois com a outra eles se abanam.
Infelizmente a cidade voltou a ser um grande canteiro de obras, patrocinado pela destruição ecológica e pela total falta de sustentabilidade. O Lula lembrou uma muito boa : “ Ele era tão pobre, mas tão pobre que só tinha dinheiro.....”
Esse Lula não é o presidente, claro, mas aquele que foi carcereiro do tenente Bandeira e até levava madame Satã para o banho de sol no Spa judiciário. Depois descobriu que presídio é coisa de bandido e foi para o canteiro de obras chamado Brasília encarar o trampo no Senado Federal, que nesta época não era o “paraíso” do funcionalismo público.
Conheceu alguns políticos e muitos politiqueiros. Sempre foi bom de bola, jogou no Flu ( time por opção), manda muito no samba ( Império Serrano de coração) e de vez em quando dá uma canja e faz aquela ginga do aviãozinho nos pagodes. Como ele mesmo diz : “Sou um coadjuvante da história deste país”. E é mesmo, tem muita história para contar e por um presente do destino é meu sogro. Um grande brother.
Dona Zilda, a grande sogra, em dia de inspiração fez aquela rabada com agrião. Algo tipo manjar dos Deuses, saca.
O resto da galera família continua correndo atrás do prejuízo para não ficar que nem papagaio que acompanha João de Barro, ou seja, não querem virar “ajudante de pedreiro”.
Encontramos também os queridos amigos e amigas de várias tribos, aquele povo cujo abraço é carregado de afeto e ternura e que aquece a alma e o coração.
Fomos conferir o rango no buteco do Claudinei, que é muito bom, fomos no Armazem do Ferreira tomar aquele chopp, fizemos aquele churrasquinho de gato no ASCADE, curtimos o pagode também no ASCADE, mandamos pra dentro a bomba do Bos’s, fomos treinar o canto e a alegria no Karaokê da Asa Sul,comemos manjubinha na casa do pai do Artur, fomos ao Pizza á Bessa ( onde só tomei coca devido aos exageros gastronômicos dos dias anteriores) e como nem só de pão vive o homem fomos ouvir as maravilhosas palestras/cursos no SEIR (Sociedade Espirita Irmã Rosália).
Foi muito legal visitar os nômades e nativos do DF e é muito legal estar de volta á minha querida ilha, ao Itacorubí e à “solidão” dos Açores.
Como agradecimento ao carinho de vocês, segue o link da canção que traduz tudo aquilo que sinto por todos...
http://www.youtube.com/watch?v=2SRjdcDxk1Y&feature=related

domingo, 29 de agosto de 2010

Avant premiere


Este final de semana foi um tanto quanto especial pois a sétima arte, em dois momentos, me proporcionaram algumas horas de reflexão, interpretações e troca de idéias com a Lu.
No sábado assistimos o belo filme intitulado “O leitor” ( uma indicação do Th mais velho) baseado no romance Der Vorleser ( by Bernhard Schlink) e no domingo fomos agraciados, encarnados e desencarnados, com a avant premiere de “Nosso Lar”, baseado no que poderíamos chamar de o “livro de cabeceira de espíritas e simpatizantes”.
Na entrada do cinema, antes da pré estréia , encontramos com o Luiz e a Sueli e no meio da conversa o Luiz me falou:
- você vai fazer um post sobre o filme para publicar no seu blog?
Eu respondi:
- com certeza.
Entramos na sala de projeção e durante a exibição do filme, como a emoção me aflora com muita facilidade, chorei em algumas cenas como também ocorreu em “O leitor”.
Após o cinema fomos almoçar e depois fomos tomar um café na Chuvisco da Beira Mar. Fiquei pensando no que o Luiz havia me falado e no bate papo com a Lu confessei uma dúvida:
- como escrever sobre os dois filmes no mesmo post ?
A Lu, com aquela clarividência peculiar, me respondeu :
- o que há em comum nos dois filmes é que nunca é tarde para aprender, evoluir.
Ela foi simplesmente perfeita em sua observação, guardada as devidas proporções e situações retratadas em cada filme; é claro.
O filme “O leitor” tem aspectos, características, atos, posicionamentos, relacionamentos, conflitos e comportamentos dentro de um tema já abordado em vários filmes,ou seja, um romance ocorrido no período do pós segunda grande guerra, mas neste caso foram “moldados” por situações um tanto quanto incomuns ou peculiares. É simplesmente brilhante como ao autor trata algumas questões humanas e os conflitos existenciais de suas personagens.
O filme “O Nosso Lar” é algo que o mundo espírita aguardava com muita ansiedade. Os espíritas, em geral, vivem dentro da expectativa perene de “pregar” a doutrina para um mundo que não cre na reencarnação, caridade e no amor como pré requisitos imprescindíveis para nossa evolução e que desconhece ou confunde o que é espiritismo, na acepção da palavra ou doutrina, com umbanda, quimbanda, candomblé etc, cabe ressaltar que aqui não faço julgamento de valores pois como afro brasileiro e dentro de meu processo evolutivo também já “bati cabeça”.
Se eu fosse resumir religiões, seitas e crenças diria :
“Independente de nossas “verdades” mas totalmente dependente de nossas “atitudes”, nosso caminhar nos levará a Deus”.
Bem, no intuito de instigá-los a conferir as duas películas e no meu entendimento, a sinopse dos filmes poderia ser :
Em “O leitor”, Hanna, mesmo “perdida” na sua ignorância e orgulho, alcança a sua “luz” embalada pelo amor por um jovem advogado medroso, confuso e perdido nos valores de um mundo ainda ressentido pelas “atrocidades” de seu povo.
Em “Nosso Lar”, André, mesmo “perdido” no seu saber e orgulho, alcança a “luz” embalado pelo amor de sua mãe e seus queridos amigos espirituais.
Em “Nosso Lar, André descobriu:
Que o tempo é relativo e que sempre em algum momento e em algum espaço “físico” existimos.
Que o “servir” tem um contexto amplo e todo trabalho é uma forma de amor.
Que o amor deve ser incondicional e transcende a “existência”.
Que o “nascer” para uns pode ser o “morrer” na percepção de outros.
Que nossa evolução é composta por uma sequência de ciclos que “começam” no berço e “terminam” no túmulo.
Que há muitas moradas na casa de meu pai.
Quem sabe Hanna foi socorrida por Andre em seus devaneios pelo Umbral.
Como nada acontece por acaso, penso que encontrei na letra da música (site descrito abaixo) o que considero a síntese de “Nosso Lar”................
http://www.youtube.com/watch?v=RCoHD3SNAFo

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O astro e a reporter


Penso eu que a maioria de nós tem uma referência de "celebridade", um/a atleta, um/a jogador, um/a poeta, um/a artista etc.
Esta semana assisti no Arquivo N ( by Globo News ) uma matéria referente aos 80 anos do grande Sean Connery, o que foi bastante interessante e três aspectos da reportagem me chamaram mais a atenção:
01 - embora tenha feito filmes brilhantes como "O homem que queria ser Rei", "O Nome da Rosa" etc, ganhou o "Oscar" como ator coadjuvante no filme "Os Intocáveis",
02 - "A melhor coisa que aconteceu na minha vida foi ter beijado Sean Connery na boca", palavras de Catherine Zeta Jones ( filme Armadilha),
03 - Na entrevista com a reporter Ilze Scamparini, ocorre o seguinte diálogo:
Ilze - Mulheres bonitas ainda emocionam o senhor ?
Sean - Claro. Você é bonita. Eu mexo com você?
Ilze - Sim.( surpresa e um pouco acanhada, mas com certeza exitada ).
Sean - Ótimo , suas pernas são lindas.
A Lu estava do meu lado e perguntou :
- se você fosse o marido dela sentiria ciúmes? ( de fato não sabemos se a Ilze é casada )
Eu disse:
- não.
Bem , o que acontece na minha opinião?
Imagine você encontrando com a sua "referência", a proximidade do mito, do ídolo, do astro, da estrela, da musa. Com certeza a emoção irá se sobrepor a razão e você ficará extasiado.
Entendo que a Ilze estava tomada por esta emoção e diante da pergunta a resposta saiu como algo inevitável no momento que era "mágico", independente da situação pessoal e experiência na profissão.
Uma mulher diante de um homem personalizado por suas personagens: viril, sensual, bonito, charmoso, inteligente, maduro.
Aqui para nós, o tal de Sean é o cara.
O mesmo aconteceria comigo se encontrasse Sophia Loren, que sempre foi minha "referência intangível", acho que flutuaria....
Há duas frases da bela Sophia que gosto muito e vai como recado especial para mulherada:
"É preciso ficar com o rosto e com as rugas que se tem".
"Há uma fonte da juventude: é sua mente, seu talento".
Em um mundo de futilidades, incertezas, vaidades e solidão o recado cai muito bem.
Infelizmente o mundo anda carente de Sophia's e Sean's
Mas há também algo de belo em nossa existência e alguns tem a sorte de viver e compartilhar com sua "referência tangível" que é aquela emoção gostosa e perene do tenho-te em mim, hoje e sempre.....

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Dentro da baleia mora mestre Jonas.........



Sob a batuta da premissa da lei de “causa e efeito” , em nosso pequeno planeta globalizado, as queimadas do centro-oeste trouxeram uma névoa seca atípica para o sul, mudando o inverno e nossa sensação térmica.
Como era sexta-feira, resolvi pegar minha sacola e rumei para os Açores. Chegando lá não fui direto para casa, resolvi dar uma passada no posto do salva-vidas e dar uma olhada no oceano Atlântico. Ondas pequenas, mar tranqüilo e “ninguém” pegando onda, a princípio.
De repente percebi um esguicho pouco habitual no balneário, logo após outro e mais um, então vi algo inusitado, um presente do reino animal para o meu coração de menino. Havia várias baleias “pegando onda” no balneário e a emoção bateu forte. Como criança eu sorria ao presenciar o balé das meninas, com suas “caldas” subindo e descendo configurando uma coreografia única, vivenciada por poucos privilegiados e trazendo um facho de esperança para uma sustentabilidade decadente.
Fiquei por uma hora extasiado com algo tão belo. Comecei a conversar com uma jovem argentina e comentávamos a nossa alegria. Olha lá , olha ali, olha outra. A portenha me falou que no sul da Argentina elas também aparecem, dando aquele show peculiar no modo de nadar. Falei para ela da época em que no RJ, ao pegarmos a barca para ilha de Paquetá, éramos “escoltados” por golfinhos, algo que marca a lembrança de qualquer criança e que infelizmente, hoje , não mais existe.
Não há como descrever a emoção do momento com as queridas baleias, algo que fica tatuado em nossas mentes, em nossos corações e nos faz divagar sobre a grandiosidade da mãe natureza através de um ser grande e gracioso que habita em nossos mares.
Acabei não dormindo no sul e retornei para o “centro-oeste” da ilha. Chegou sábado e o efeito estufa aumentou, nos dando a impressão de um verão perdido no tempo, pensei : nossas amigas devem estar curtindo o “verão” no sul, rumei para os Açores. Nossas amigas haviam saído do balneário e rumaram para solidão e o saquinho, como o meu brother mago das lentes e poeta da fotografia, o grande Milton, havia me ligado; fomos no Arantes comer um camarãozinho acompanhados por umas “Originais” da hora, jogar uma conversa fora e matar a saudade. Para variar ele e sua lente produziram belas imagens dos nativos.
Chegou domingo e o efeito estufa teimava em ficar no sul, peguei a Lu e o TH mais novo e subimos a trilha do saquinho para rever nossas queridas amigas. Duas mamães com suas crias se refestelavam perto da arrebentação e ficamos um bom tempo apreciando o espetáculo.
Retornamos para o Açores e eu convidei o TH para um mergulho na Atlântico, entramos na água e rapidamente percebemos que na água só com uma long de neoprene, mais deu para “despertar” o corpo, a mente e o espírito.
Que coisa linda..................
http://www.youtube.com/watch?v=e-x86iiozsc&feature=related

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Comandante Almir


Chegamos cedo ao aeroporto, 01:40h antes do vôo.Temos tempo até para um ranguinho básico, pensei, pois aquele sanduba by air (que é o mesmo há muito tempo) não vai dar para encarar. Aliás, do Oiapoque ao Chuí o sanduba é o mesmo e não poderia ser diferente no mundo do MacD&Bob’s food “always the same for the global people”.
Cabe ressaltar que no aeroporto de Floripa não há essas opções todas, mas é melhor que o “borrachudo” quente com queijo e presunto de peito de peru ( se você for vegetariano pode tentar tirar o presunto, mas como é hot , metade do queijo sai junto).
Fizemos o “check in”, fomos a lanchonete e logo após entramos na sala de embarque. Ocorreu aquele atraso habitual, o que deixa a galera mas ouriçada que barata em bico de galinha, é um tal de olha relógio, fala no celular, navega no laptop, bebe água, toma café, faz um xixi ( alguns dão uma barrigada), enfim! Uma voz anunciou nossa procissão para a aeronave.
Na aeronave aquela confusão, também habitual, do esbarra daqui,pega o jornal, espera ali, tenta colocar o malão no bagageiro, alguém sentou no meu lugar, pede um travesseiro, chama pessoal de bordo, chora o bebê, pára tudo! Vamos ouvir as instruções de segurança! Vamos? Regula o ar, acende a luz (erra e aciona o chamado à tripulação), essa porra de livro não cabe na bolsinha da cadeira, o cara da frente já baixou a merda da cadeira e meu “espaço” ficou ainda menor, ouvimos o comunicado: “tripulação decolagem autorizada” e vamos nós.....
Vamos dizer que a “subida” foi um tanto quanto emocionante pois o avião balançava para direita e para esquerda, parecia que estava batendo azas. Logo depois todas as luzes apagaram e ficou tudo muito tenso, até o ar desligou. Depois ouvimos um barulho estranho e logo após parecia que estávamos voltando para o aeroporto.
Passados alguns minutos, ouvimos a voz a lá Cid Moreira :
“Senhores passageiros, boa noite, aqui quem fala é o comandante Almir!”
(Comandante Almir?)
“Nossa estimativa de vôo até o destino é 02:40h”
(02:40h até Sampa? O comandante bebeu??)
“Desculpe, pelas “trapalhadas” na subida, é que estou bastante excitado pois esse é meu primeiro vôo na função de comandante”
( PRIMEIRO VÔO? Risos nervosos)
“Mas não se preocupem, estou com o manual de instruções impresso na minha mão e tenho um backup no meu ipod”
(BACKUP NO IPOD ??? Mais risos nervosos)
“Após o meu treinamento intensivo via Internet, em um simulador 3D, eu fiz várias anotações no manual e vi vários filmes sobre desastres aéreos, tá tudo dominado”
(TUDO DOMINADO ???? Risos nervosos e preces)
“Vocês viram que eu subi direitinho, balançou um pouquinho, mas já to pegando o jeitinho da coisa”
(PEGANDO O JEITINHO DA COISA ???? Mais preces e alguns desmaios)
“Tem alguns botões e lampadinhas que eu ainda não sei para que servem, foi por isso que o trem de pouso abaixou duas vezes no ar e as luzes apagaram, mas já estou ligando meu lap top para ver as anotações no IPOD. Sabe como é , não poderia arriscar e colocar o ipod no micro do avião. Pode estar com vírus. Já pensou se eu tenho que reiniciar a máquina?”
(REINICIAR A MÁQUINA ????? Só desmaios. Neste momento tentaram invadir a cabine do piloto, mas estava trancada e nem a tripulação conseguia abrir)
“Eu sei que vocês estão um pouco apreensivos, mas olha só, minha mãe é muito religiosa e acendeu sete velas de sete dias para tudo dá certo. Vocês sabem que reza de mãe é muito poderosa. Li também meu horóscopo e está tudo de bom, sem nenhuma previsão de desencarne; portanto fiquem tranquilos”
(MUITO PODEROSA? HORÓSCOPO? DESENCARNE? Novenas e mais desmaios)
“Agora que já estamos no piloto automático, eu vou confessar uma coisa para vocês: quando eu disse que o vôo vai durar 02:40h é verdade pois o capítulo sobre pouso de aeronave eu estou lendo agora.Para relembrar, é claro.
(LENDO AGORA !?!?!? Silêncio sepulcral, todo mundo com cara de criança cagada.....)
Após muita “batição” de asas, rezas, desmaios, choros, vômitos, acabou o refri, acabou a cerveja, acabou a água, o banheiro parecendo o inferno, um engraçadinho pedindo para abrir a porta porque ele ia descer, a tripulação sem saber o que fazer e 02:48h de vôo, Almir anunciou:
“Senhores passageiros vamos pousar pois o combustível está acabando. Não se preocupem , já li o manual, tá tudo aprendido e o meu piloto,que sabe tudo de aero modelismo, vai dar uma força. Nesses minutos antes do pouso, vamos todos fazer uma oração pois como diz um amigo:
“Vai com fé meu querido”
Pai nosso......”

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Poder Legislativo? Privatização com Terceirização Já !


É uma prática de alguns governos, principalmente os ditos neo liberais, a privatização de instituições/empresas prestadoras de serviços que a princípio são um monopólio, ineficientes, se tornam cabines de empregos para os amigos e parentes dos políticos, tem uma administração incipiente etc.
A coisa se resume em : privatizar a empresa, estabelecer metas ( a princípio para “proteger” os direitos do consumidor e prestação de serviços com qualidade) criar um organismo de fiscalização, definir metas e cobrar resultados.
Do outro lado as empresas privadas “utilizam” o dinheiro do BNDES ( no Brasil) para adquirir outras empresas, criam um monopólio privado, definem metas/ indicadores e tentam cumpri-los e mesmo perdendo uma pouco da tão almejada excelência na prestação dos serviços terceirizam tudo que for “possível” para atender o patamar de lucratividade desejado por seus acionistas.
Como estamos em ano de eleição resolvi ler o livro “Ensaio sobre a lucidez” do grande Saramago ( quando terminar a leitura farei um post sobre o mesmo) e ontem ao assistir na telinha a farra de vereadores gaúchos e catarinenses, patrocinada pelo povão e organizada por empresas como a INM e outras do ramo; lembrei do livro, das privatizações/terceirizações por mim vivenciadas, da reportagem do juiz exonerado e premiado com uma aposentadoria de R$25.000,00, da ridiculização dos candidatos aos cargos políticos e pensei : Qual seria a solução para algo tão ignóbil? Bem, como sou testemunha do que eu chamaria “modelito neo liberal de privatização”, resolvi lançar a campanha “Poder Legislativo? Privatização com Terceirização Já!
Qual é a idéia ? Baseado no livro do Saramago, nas próximas eleições vamos todos votar em branco ( quando votamos em branco significa que nenhum candidato atende a nossas expectativas ). Após a constatação dos fatos, vai ocorrer aquele rebuliço no meio político, repercussão internacional, aquele bafafá na mídia e os homens do poder vão tentar definir uma estratégia, ou seja : quem sabe soltar uns boatos de golpe de estado, realizar nova campanha eleitoral um pouco mais moralizada, fazer o segundo turno do voto em branco e por aí vai. Nesse momento, nós, o povão, vamos todos para as ruas e para Internet com nossa nova proposta para a política nacional : Poder Legislativo? Privatização com Terceirização Já. Diremos para os propensos senhores do poder: “ Meus caros, temos uma nova proposta de atuação para o Poder Legislativo, um mix de privatização gerida por uma Agência (alguns poderão até chamar de contrato de gestão), que em linhas gerais deverá atender aos seguintes itens:
01 - As Assembléias Legislativas, a Câmara e o Senado irão a leilão, no mesmo modelito das estatais;
02 - Será criada a ANFPL ( Agência Nacional de Fiscalização do Poder Legislativo ) onde serão definidas as metas e indicadores cuja premissa será o atendimento as necessidades de infraestrutura dos municípios e a prestação de serviços pertinentes ao bem estar da população, do estado, do país;
03 – todos os parlamentares deverão comprovar idoneidade com as certidões negativas pertinentes;
04 – todo parlamentar, para concorrer nas eleições, será submetido a uma avaliação cujas disciplinas serão : Regimento Interno , Ética, Gestão de Pessoas, Gestão Financeira, Português, História, Informática, Inglês, Atualidades, Básico em Administração e Direito Constitucional. Todo pretenso parlamentar que não obter a nota mínima (nota 7) poderá participar de curso preparatório e em instituição a ser indicada pela ANFPL. Serão realizadas avaliações de três em três anos, após cada ano de eleição, visando criação de um banco de candidatos para concorrer nas eleições posteriores . Em tempo : o curso será realizado em período noturno ou finais de semana com carga horária semanal de 20 horas e carga horária total de 420 horas;
05 – o remuneração dos parlamentares será de no máximo vinte salários mínimos;
06 – todo parlamentar terá direito a dois assessores, concursados e que não poderão ter parentesco ou vínculos pessoais;
07 – todos os auxílios ( combustível, moradia, passagem aérea etc ) estão extintos;
08 – toda necessidade de verba necessária com material de escritório, telefonia etc deverá ser enviada à ANFPL para análise e aprovação. Em tempo : toda a verba, orçamento e gastos serão divulgados anualmente via Internet;
09– toda serviço de limpeza e apoio as atividades dos parlamentares será terceirizado e gerido pela ANFPL;
10 – todo parlamentar terá direto a ticket refeição no valor de 4% do salário mínimo;
11 – toda despesa com viagens, cursos etc será analisada, aprovada e liberada pela ANFPL;
12 – será elaborada documentação referente ao código de conduta e ética dos senhores parlamentares o qual o descumprimento do mesmo implicará em perda automática do cargo;
13- todo ano o parlamentar deverá apresentar à ANFPL cópia de sua declaração anual de IRPF;
14 – todos os cargos dos colaboradores da ANFPL serão preenchidos via concurso público;
Bem meus caros pode não ser o ideal, mas vocês não acham que já poderia ser um novo e belo começo???????