terça-feira, 29 de maio de 2018

Uma nova Revolução Cognitiva


Em 2016 e 2017 eu era colaborador da Escola de Pais do Brasil e fiz algumas palestras em algumas escolas e empresas. Os temas abordados sempre giravam em torno de famílias, educação e tecnologia. Em uma das palestras eu iniciava fazendo referências ao início da humanidade, ou melhor, o surgimento do Homo Sapiens, a Revolução Cognitiva, a Revolução Agrícola, a Revolução Científica e Revolução Industrial. Dentre essas, a Cognitiva é a abordagem mais difícil, pois não se tem uma precisão do como, porque, onde ou quando, exatamente, aconteceu a mesma.
Talvez a cognição humana tenha surgido após Eva ter comido a maçã, talvez tenha surgido com a povoação, no planeta, dos espíritos da raça adâmica ou quem sabe o Fernão Capelo “Sapiens” estava cansado da mesmice e do marasmo de sua realidade existencial e alçou novos voos descobrindo que o “viver” era muito mais do que caçar para comer, sem se importar se estaria no inferno ou no paraíso.
Independente de como a Revolução Cognitiva ocorreu, ela foi um marco, o qual podemos chamar de: a necessidade do Homo Sapiens entender seu mundo e seus sentimentos de uma maneira, vamos dizer, holística.
Após a revolução cognitiva, todas as demais ocorreram e talvez possamos chama-la de “a mãe” de todas as revoluções que se seguiram.
Atualmente estamos na Terceira ou Quarta Revolução Industrial, ou Revolução da Informação, ou Revolução do Informacionalismo, ou Revolução Tecnológica, ou Revolução Virtual. Costumo dizer que nasci analógico, estou envelhecendo digital e desencarnarei de maneira virtual.
Juntamente com esta Nova Revolução, vivemos a era da superficialidade, do imediatismo, da necessidade da onipresença social, dos direitos perenes e dos deveres efêmeros, de um Deus particular, do Eu, da necessidade sufocante de ser feliz e “eterno”, da futilidade do aqui e agora.
Vivemos de verdades individuais e absolutas, de consumos incontroláveis, do gozo eterno, dos prazeres sublimes. Não ouvimos, precisamos falar, opinar, julgar. Meu reino, meu mundo, somos a essência da hipocrisia.
E que que nos resta? Onde iremos chegar? Creio que se faz urgente uma nova Revolução Cognitiva, talvez uma Revolução Cognitiva Comportamental (os psicólogos irão adorar). Uma introspecção direcionada para a nossa sobrevivência enquanto Homo Sapiens, uma nova abordagem de nossa realidade existencial, uma profunda e difícil mudança interior , a conscientização de que o “EU” não sobreviverá sem o “NÓS”.