Em 2016 e 2017 eu era colaborador
da Escola de Pais do Brasil e fiz algumas palestras em algumas escolas e
empresas. Os temas abordados sempre giravam em torno de famílias, educação e
tecnologia. Em uma das palestras eu iniciava fazendo referências ao início da
humanidade, ou melhor, o surgimento do Homo Sapiens, a Revolução Cognitiva, a
Revolução Agrícola, a Revolução Científica e Revolução Industrial. Dentre essas,
a Cognitiva é a abordagem mais difícil, pois não se tem uma precisão do como,
porque, onde ou quando, exatamente, aconteceu a mesma.
Talvez a cognição humana tenha
surgido após Eva ter comido a maçã, talvez tenha surgido com a povoação, no
planeta, dos espíritos da raça adâmica ou quem sabe o Fernão Capelo “Sapiens” estava
cansado da mesmice e do marasmo de sua realidade existencial e alçou novos voos
descobrindo que o “viver” era muito mais do que caçar para comer, sem se
importar se estaria no inferno ou no paraíso.
Independente de como a Revolução
Cognitiva ocorreu, ela foi um marco, o qual podemos chamar de: a necessidade
do Homo Sapiens entender seu mundo e seus sentimentos de uma maneira, vamos
dizer, holística.
Após a revolução cognitiva, todas
as demais ocorreram e talvez possamos chama-la de “a mãe” de todas as
revoluções que se seguiram.
Atualmente estamos na Terceira ou
Quarta Revolução Industrial, ou Revolução da Informação, ou Revolução do Informacionalismo,
ou Revolução Tecnológica, ou Revolução Virtual. Costumo dizer que nasci
analógico, estou envelhecendo digital e desencarnarei de maneira virtual.
Juntamente com esta Nova
Revolução, vivemos a era da superficialidade, do imediatismo, da necessidade da
onipresença social, dos direitos perenes e dos deveres efêmeros, de um Deus
particular, do Eu, da necessidade sufocante de ser feliz e “eterno”, da
futilidade do aqui e agora.
Vivemos de verdades individuais e
absolutas, de consumos incontroláveis, do gozo eterno, dos prazeres sublimes.
Não ouvimos, precisamos falar, opinar, julgar. Meu reino, meu mundo, somos a essência
da hipocrisia.
E que que nos resta? Onde iremos
chegar? Creio que se faz urgente uma nova Revolução Cognitiva, talvez uma
Revolução Cognitiva Comportamental (os psicólogos irão adorar). Uma introspecção
direcionada para a nossa sobrevivência enquanto Homo Sapiens, uma nova abordagem
de nossa realidade existencial, uma profunda e difícil mudança interior , a conscientização
de que o “EU” não sobreviverá sem o “NÓS”.