Estávamos no momento “chá das 17h”
que na versão tupiniquim é café e a Lu me mostrou um texto bem legal, que foi replicado virtualmente sem autoria e cujo tema é
o mês de abril e começa assim:
Quase findando ABRIL
Um ABRIL que não abriu....
Comecei então a pensar sobre o fim de
abril e me veio naturalmente o início de maio, o 1º de Maio, o dia do
Trabalho, o dia do Trabalhador, um dia que começou a ser eternizado a partir do
fim do século XIX, com vários fatos que ocorreram no mundo, que implicaram em mortes
de trabalhadores devido a protestos e passeatas reivindicando, basicamente,
cargas horárias de 8h/dia e não mais as 15, 16 ou 17 horas de “escravidão
remunerada”. Ressaltando que na China o papo, sempre, foi outro.
Iniciei minha vida profissional
em 1975 e até o fim do século XX, participei de várias passeatas, greves e outras manifestações, visando melhores condições de trabalho, ganhos salariais etc. Na década de 80,
depois de uma divisão “política ideológica” surgiram CUT e CGT, as grandes
centrais sindicais (qualquer semelhança das centrais sindicais com tendências
ideológicas de esquerda e de direita, não é mera coincidência). Uma época, eminentemente,
“analógica” e na minha opinião bem mais criativa, mais poética, mais romântica.
O mundo se transformou ou nos
transformou e nós transformamos o mundo, em todos os sentidos, rapidamente, dinamicamente
nos últimos 20 anos e nossas relações, em todos os sentidos, passou por um “upgrade”
comportamental notadamente no tocante ao que podemos ou poderíamos chamar de
relação de trabalho e relação de emprego. Antigas profissões não mais existem,
outras rapidamente deixarão de existir e novas profissões surgem sistematicamente.
Com essa efemeridade profissional vieram as alterações na legislação visando atender
ao modelo econômico vigente.
Além de toda essa mudança radical,
veio a Pandemia e o que era pouco certo ficou muito duvidoso, pensando em “vínculo
empregatício” e em empreendedorismo ( acho bem intrigante/preocupante essa
corrente empreendedora) , principalmente nas terras tupiniquins cujo chefe do poder
executivo é irracional, sendo este, na minha opinião, o adjetivo que melhor o
qualifica.
Infelizmente, pensando no 1º de Maio de 2020, teremos pouco ou nada a comemorar e um dos grandes desafios
contemporâneos será a redefinição ou adequação ou adaptação da relação trabalho & trabalhador
dentro de um modelo econômico que urge ressignificar.
Neste 1º de Maio de 2020,
minhas reverências aos profissionais da saúde, da segurança pública, da limpeza
urbana, dos mercados, da agricultura, do transporte enfim todos aqueles que se expõem
visando garantir nossa resiliência diante da Pandemia.
Neste 1º de Maio de 2020,
minhas reverências aqueles que se dedicam ao auxílio, em todos os sentidos, as
populações de vulnerabilidade social, a população de rua etc.
Neste 1º de Maio de 2020,
minha solidariedade aqueles que estão tendo seus contratos de trabalho
suspensos, aqueles que perderam seus empregos, aqueles que perderam a condição
de garantir o sustento, aqueles que não podem mais vender o almoço para comprar
o jantar.
Neste 1º de Maio de 2020, que o Pai nos conceda um amanhã melhor que o hoje, que a esperança embale a certeza de que iremos superar e que a cura e o auxilio irão chegar.
Neste 1º de Maio de 2020, segue um link de uma canção que marcou uma época, que fala de trabalho, de esperança,
de amizade e de oração.
"Gente de mano caliente
Por eso de la amistad
Con um lloro para llozarlo
Con um rezo para rezar
Con un horizonte abierto
Que siemore esta más alla
Y esa fuerza pa buscarlo
Con tezón y voluntad
Cuando parece más cerca
Es cuando se aleja más
Yo tengo tantos hermanos
Que no los puedo contar" Athaualpa Yupanqui