Há algum tempo fui “intimado” a exercer meus dotes culinários em pró da “prole”. Como já tenho uns KM a mais e desde os 18, ao sair da barra da saia da mamãe, já comecei a ter intimidade com temperos, cheiros e panelas, a coisa flui fácil. Na real defini para Lu e os TH a Constituição da Cozinha , o Alcorão que rege os desígnos da culinária no lar e a mesma é composta por um direito e um dever, ou seja : todos tem o direito de comer tudo e até repetir e todos tem o dever de jamais, JAMAIS, reclamar do rango. É meio na base da ditadura mais funciona que é uma beleza......
O grande desafio na confecção do rango diário é compatibilizar a variedade com o desejo e preferências de cada um, principalmente quando entre os cinco concorrentes alimentar há dois vegetarianos que não comem nem peixe, é F........
Mas entre um frango com sopa de cebola e um shitake xadrez eu vou dando meu recado, o bicho pega quando optamos pelos ensopados.
Como vivemos no modismo do “ tudo deve passar por um UPGRADE” resolvi dá uma turbinada nos meus dotes e fui participar de um treinamento de sushi&sashimi. Na real eu não gosto dos hossomaki e nem dos uramaki , sou chegado dos sashimi de Sake, Suzuki, Ebi e Tako, acompanhados pelo molho de Shoyu com Wassab, mas os Th carnívoros mandam muito nos *maki, a Lu e o Th mais velho também gostam, mas daqueles com Kyuri, Negi e frutas.
O fato que me chama atenção é que nosso paladar latino está muito distante do paladar dos asiáticos e sinceramente ninguém irá me convencer que gosta mais de um Shari do que um arroz quentinho temperado com alho e sal ou gosta mais de ebimaki do que um camarão com catupiri, ou prefere um shakemaki ao invés de um salmão com molho de alcaparras.
Mas então o que faz com que a galera goste tanto desse rango “sem graça” para os nossos padrões “gustativos” ?
Seria um ingrediente secreto no preparo do Sushi no su ?
Seria um modismo ?
Seria uma dieta saudável ?
Seria uma demonstração do poder da globalização culinária ?
Seria porque é fashion ?
Seria uma mudança de hábito imposta pela perspectiva do efeito 2012?
Pode ser uma combinação de tudo isso mas o que fascina nesse jeito asiático de fazer o rango é a arte do preparo, da paciência, do cuidado, da técnica, da confecção e apresentação do alimento a mesa.
Preparar um Uramaki, um Hossomaki, um Futomaki é uma terapia anti stress,
um ato de dedicação, doação e amor na arte da preparação daquilo que nos alimenta.
Creio que não serei um sushi grandfather mas com certeza minha relação com o alimento sofreu o que eu vou chamar de upgrade carinhoso............