Ilustração Tharso Duarte - tharsoduarte.com
A meia noite do dia 31 de dezembro de 2019, estávamos comemorando o fim de um ano e o início de mais um ano, 2020. Brindamos com amigos e familiares, assistimos ao espetáculo pirotécnico da queima de fogos, fizemos vários posts em redes sociais, pulamos as ondinhas na praia, fizemos várias reflexões e “promessas” visando um upgrade no nosso corpo e no nosso espírito.
Chegou o carnaval, e tudo parecia estar dentro da “normalidade” existencial de nossos tempos, mas, de repente surge a notícia:
- O VÍRUS
A população, de nosso pequeno planeta, ficou atônita diante do que estava ocorrendo. Na Ásia, Oceania, África, Europa, Américas, nosso algoz chegou silenciosamente, “democraticamente”, para pobres, ricos, brancos, negros, pardos, amarelos, católicos, espíritas, mulçumanos etc. Holisticamente nos impôs a doença, suas consequências e mesmo após 10 meses continua, inexoravelmente, com sua “ira”, provocando seus efeitos: mortes, desemprego, isolamento, incertezas, depressão, etc e também desafiando a capacidade de gestão, responsabilidade, honestidade e coerência dos poderes públicos, no que poderíamos chamar de: a “dicotomia” saúde&economia.
Diante deste cenário, o mundo sentiu na pele a urgência de um planejamento de políticas de estado únicas, coerentes com a realidade da Pandemia, o que infelizmente não ocorreu, em alguns países, notadamente nas terras tupiniquins. O “modus operandi” da humanidade foi alterado drasticamente e o “prejuízo” econômico, social e humano, tornou-se universal.
Em contrapartida descobrimos que nossos heróis, vestem jalecos brancos, macacões azuis, ou verdes ou amarelos e como “Dom Quixotes” enfrentam um inimigo, invisível, perigoso e cruel, em uma luta incansável para preservar nossas vidas, mesmo diante de tantas dificuldades, falta de apoio e descaso por parte daqueles que deveriam prover os recursos mínimos necessários, no tocante ao SUS, diante de uma situação tão crucial.
Nossos heróis são de carne e osso, também morrem e precisam urgentemente de nossa ajuda, nosso isolamento social, nossa utilização perene de álcool, máscara, sabão e água. Nossos heróis precisam de nossa sensatez, nossa coerência, nossa lucidez, nosso amor e respeito da vida de um para com o outro. Se não o fazemos por nós, que façamos por eles que merecem nosso respeito, nossa admiração, nossa gratidão.
No momento estamos na perspectiva da cura que a vacina irá nos proporcionar, algo que trouxe uma discussão surreal e irresponsável entre os “poderes”, na “terra brasilis”, e independente de posicionamentos bizarros não podemos esquecer que será um processo lento, que nossa “redenção” ainda irá demorar e as mazelas causadas pelo vírus permanecerá, com menor ou maior intensidade, em 2021.
Aos médicos, enfermeiros, técnicos, infectologistas, enfim aos profissionais de saúde, nosso eterno muito obrigado.
Para a humanidade, resta a difícil e perigosa reflexão:
- Como será o amanhã?
A resposta está dentro de nossas mentes e em nossos corações.
Neste Natal, neste final de 2020, #fiqueemcasa.