quinta-feira, 27 de maio de 2010

Efeito Borboleta


Interessante a constatação da experiência de certas teorias no mundo contemporâneo, mesmo que de uma maneira específica e não no seu contexto mais amplo.
Acredito que a grande maioria já leu ou ouviu alguma coisa sobre o efeito borboleta e a teoria do caos, algo que é pertinente a qualquer área: ciências, religião, sociologia etc .
O comportamento da natureza é uma constatação do “efeito borboleta” sofrido por todos: aquecimento global, o vulcão da geleira Eyjafjallajokull, queimadas, desmatamentos e por aí vai
Observando os fatos do mundo globalizado , percebemos o “efeito borboleta” notadamente na economia, pois uma instabilidade econômica (Grécia) ou o prenúncio de uma nova guerra (Coréia do Sul e Coréia do Norte) afetam as “especulações financeiras” ( bolsa de valores ) em todo o mundo.
Essa semana revi o filme The Butterfly Effect que trata o “efeito” como a conseqüência direta de nossos atos e atitudes do passado, enquanto encarnados, no futuro. É surpreendente observar, na trama, o que foi oportunizado ao protagonista, ou seja, os retornos ao passado para minimizar os efeitos negativos deste, de modo a permitir um futuro melhor para ele e para os que o cercam. É curioso constatar como um ato individual pode repercutir tanto na vida de outras pessoas, algo que merece uma profunda reflexão. Seria bem interessante se de alguma forma e ainda debaixo da batuta de nosso livre arbítrio pudéssemos exercitar o “efeito” em uma determinada idade, já pensaram como seria? Talvez nos fosse permitida apenas uma chance para “voltar” e mudar a nossa realização mais infeliz, que tal ? Talvez como na City of Angels, ficássemos em um “mundo” paralelo observando tudo e solicitando ao “pai” uma nova oportunidade, antes de ir para o “umbral”, para sentirmos sede, fome, frio, calor, amor, raiva, piedade, caridade e toda essa gama de emoções que constituem nosso corpo e nossa alma. Uma nova oportunidade para abraçar meus afetos e meus desafetos, uma nova oportunidade para aprender e entender Who I am.............
http://www.youtube.com/watch?v=FpO9MSEWpxc

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Nas lentes de minha alma.


Me convidei a viajar nas lembranças, com a súbita inquietude da alma que iniciou com o “ciclone by Floripa” na terça.
Faltou energia e a rainha dos raios inundou o céu da ilha com os efeitos “estroboscópicos” de sua força, tendo como coadjuvantes o vento e a chuva. Vejam bem, não quero parecer sarcástico pois os efeitos colaterais ( desabamentos, queda de barreira, inundação etc )foram sofridos por muita gente na ilha, mas havia algo indescritível.
Tive vontade de sair à rua e ver bem de perto essa manifestação, mas se o fizesse a galera iria dizer que estou ficando senil, maluco e por aí vai. Fiquei na varanda, conversando com meu morro e apreciando o “prelúdio”.
Hoje peguei o 1.0 e fui para as bandas do Pântano do Sul, lugar que gosto muito e que o grande brother Milton ( o “mané izibido” do RJ) também gosta. O céu estava nublado,o sol acanhado e soprava aquela brisa gostosa. Ao circundar a Lagoa fui presenteado com o belo visual da galera da vela, a revoada de pássaros e toda aquela beleza natural que é peculiar na Conceição.
Chegando no Pântano fui até o Açores e a Solidão, o mar estava como eu, inquieto, como que a reclamar seu espaço e uma gaivota passeava solitária.
Nesta semana ouvi e vi a palavra saudade com uma certa freqüência e talvez minha inquietude seja uma saudade disfarçada, não é triste nem alegre é resignada.
Como nas estações do ano, os dias ensolarados ou chuvosos, o calor ou o frio, a brisa ou o ciclone, meu pensamento se manifesta, é dúvida e desejo, é o ontem , o hoje ou o agora, é momento.
Escrevo porque gosto, me completa, me faz sentir vivo e como nosso poeta das lentes, tento traduzir em palavras o que minha alma capta e fotografa, algo tipo “While my guitar gently weeps”. http://www.youtube.com/watch?v=vNBEiyGwGRc&feature=related

sábado, 15 de maio de 2010

Como vai essa vida de aposentado?

Outro dia uma amiga me enviou um e-mail comentando uma de minhas divagações e em um determinado momento ela perguntou:

- q q anda fazendo nessa vida de aposentado?

Entre outras coisas eu respondi:

- a vida de aposentado é um tanto quanto, vamos dizer, vida de aposentado. Você tem que cuidar mais da mente, corpo e alma, se não cai no marasmo e aí o bicho pega.

Na real essa coisa da aposentadoria é algo bem mais complexo, pois é uma fase da vida que depende de algumas variáveis onde as principais, no meu entendimento, são:
- a idade da “vítima” que será aposentada,
- o valor do benefício,
- como a vida pessoal e familiar estão estruturadas nesse momento,
- a atividade profissional,
- como foi o processo da aposentadoria (que no meu caso, e de outros amigos, não foi uma opção e sim uma imposição das circunstâncias. Eu fui aposentado, não me aposentei).
Outro fato interessante no meu processo de “convidado” a sair da empresa, foi que o mesmo ocorreu no dia de meu aniversário de casamento.
Aqui não cabe mágoas ou rancores pois minha visão daquilo que representamos para as empresas é ‘numeral” e “impessoal”, o affair está diretamente vinculado as “aspirações” e “determinações” empresariais ou "comportamentais" do dito colaborador.
Há algum tempo passou na telinha, programa Globo Reporter, uma matéria cujo tema era aposentadoria e cujo título, bem sugestivo por sinal, foi “Prêmio ou castigo”. Neste há várias situações de aposentadorias onde alguns relatos merecem destaque: perda do poder aquisitivo, sentimento de vazio, preocupações, saúde, filhos, “reclusão”, tristeza, insegurança, crise de identidade, penúria, escassez, depressão e uma que vou destacar: “projeto de vida”.
Eu não tinha um projeto de vida para o pós aposentadoria inesperada, creio que a grande maioria de nós não o tenha e isso é fundamental.
Não vou negar que passei por crises existenciais pois meu narcisismo orgulhoso se considerava um “talento desperdiçado” rssssssss, mas um fato interessante me fez cair a ficha de minha realidade profissional, ou seja :
Em um determinado momento fiz inscrição em um desses sites de classificado de empregos visando ter a “dimensão” de minha empregabilidade. O resultado foi tipo assim “um soco no fígado”.
Fiz inscrições para algumas vagas e nenhuma empresa fez contato. Um tempo depois um especialista me enviou um e-mail comentando meu currículo e a primeira dica foi :
- omita sua idade
Eu pensei :
- omitir minha idade? Como?
- meu currículo e minha idade denotam meus “talentos”! Ou não?
- será que sou tão bom que não há vagas disponíveis (o lado “narcisorgulhoso” di novo)?
- será que semelhante a jogador de futebol, meu passe, meus dribles, meu pique já são morosos e não consigo acompanhar a equipe?
- será que semelhante a um cantor, meus agudos e meus graves já não tem a mesma afinação?
Talvez sim, talvez não, mas valeu a experiência.
Com certeza existe um vazio que devo preencher ou não, pois o tempo se encarregará de dispersar ou atenuar.
Tenho alguns projetos de vida que se confundem, se misturam, se atrapalham, mas entendo ser algo natural, é alguma coisa parecida com a vida do menino que tem quinze anos, ou seja :
“é muito novo para ter os mesmos “direitos” dos meninos de dezoito e muito velho para que lhe sejam permitidas as “bobeiras” dos meninos de doze”.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Soweto Blues

Para variar estava navegando pela GloboNews e estava rolando um documentário bem interessante sobre a África do Sul, mas especificamente sobre Soweto.
A matéria abordava a realidade da cidade, seus encantamentos e suas mazelas, algo que a galera que vai curtir a Copa não irá perceber, aprender ou atentar.
Independente dos equívocos históricos e suas conseqüências, o continente africano vive a herança de seu “Karma” a lá The Constant Gardener e a Africa do Sul é hoje um “outro” país com o grande desafio da superação do que eu chamaria de “irresponsabilidade global”.
Aprendi algumas coisas sobre o país e descobri o Soweto Gospel Choir, revi a Miriam Makeba e algo fantástico chamado Soweto Blues.
Não sou um crítico de estilos musicais e nem tenho conhecimento ou musicalidade para tal, mas algumas composições me falam diretamente a alma, são fortes, densas e carregam uma emoção tão grande que transcendem a nações, idiomas, crenças ou cor da pele.
Pensando no fato histórico que marcou tão profundamente um povo, como vários outros foram marcados, segue abaixo o que a inspiração me permitiu.

E os homens diferentes chegaram,
Sua pele, seus olhos, sua cultura e suas verdades
Não são as minhas,
Mas me disseram que eu deveria obedecer

E os homens diferentes chegaram,
Eles disseram que eu não poderia cuidar de meu povo
Que não éramos desenvolvidos
Que trariam o progresso

E os homens diferentes chegaram,
E eles disseram que éramos inferiores
Que teríamos poucos direitos, mas muitos deveres
Que sua lei iria definir e cuidar de nossas fronteiras

E os homens diferentes chegaram
E eles disseram que seu Deus nos traria a redenção
Que deveríamos aprender a lição
Que só nos seria permitido a submissão

E os homens diferentes chegaram
E com eles vieram as lágrimas, o sofrimento
E com eles vieram a morte e a solidão
E com eles vieram o medo e a prisão

E os homens diferentes chegaram
E com eles eu aprendi a ter fé, a ter consciência
E com eles eu aprendi a lutar, a perseverar
E com eles eu aprendi a perdoar
E com eles eu também aprendi que não posso esquecer
E com eles eu também aprendi que não pode,de novo,acontecer...........

Soweto Blues, entre o nunca esquecer e o sempre perdoar..........
http://www.youtube.com/watch?v=oJiqvPMQXAc

sábado, 8 de maio de 2010

Seria a ética e a política um paradoxo?

A mídia nos revelou nos últimos dias o “inocente” diálogo entre nosso ilustríssimo Secretário Nacional de Justiça, o Tuminha, e seu assessor para assuntos tecnológicos Li Kwok Kwen ou Paulo Li.

O mais interessante nesse fato foram as declarações dos ilustríssimos representantes dos poderes legislativo e executivo sobre a questão :

Lula – o nosso querido presidente adora falar umas bobagens, só de vez em quando, e similar ao caso do ex ilustríssimo governador do DF , ele “duvida” da constatação do fato, ou melhor da gravação. Sinceramente eu não sei se é uma falha da assessoria ou é aquela máxima : “Aos amigos tudo ! Aos inimigos apenas o rigor da lei!”

Sarney – o ilustríssimo ex presidente, ex governador e atual presidente do Senado acha natural o nosso Tuminha pedir umas dicas para comprar alguns aparelhos by Galeria Pagé. Sabe como é , essa carga tributária em nosso país está um absurdo.....

Quanto ao nepotismo é claro que ninguém vai criticar o Tuminha por praticar uma máxima que é uma preferência da política nacional.

Em 2008 fiz parte do grupo de voluntários da ex Brasiltelecom, para falar de Ética nas escolas públicas. Esse trabalho, que considero bastante interessante, era uma parceria da ex BrT com a Junior Achievement. Em uma dessas palestras, no Colégio Estadual Henrique Stodieck, após falar sobre o comércio de produtos piratas um aluno me questionou :

- Você nunca comprou um CD pirata ?

Eu respondi:

- Não

E expliquei :

- Independente da questão dos “benefícios” advindos dos impostos , durante minha vida conheci alguns músicos da noite e vi o quanto é dura a vida desssa galera para ganhar o pão nosso de cada dia ou para tentar gravar um CD. Outro aspecto é a questão do trabalho escravo nos famosos Tigres Asiáticos, algo que o nosso mundinho dito ocidental faz questão de não atentar para o fato ou achá-lo pertinente apenas ao governo local.

O menino que me fez essa pergunta, ao ouvir as declarações de nossos políticos sobre o caso Tuminha, deve pensar:

- Aquele cara que falou de ética é um babaca.....

Bem, pensando na dicotomia do paradoxo , lá vai :

Aumento de cargos públicos, mais emprego = aumento da dívida pública

Longevidade, aposentados = déficit previdenciário

Baixa taxa de juros, mais consumo = inflação

Alta taxa de juro, menos consumo = inflação

Taxa Selic, + - ? = crescimento

Aumento da construção civil, empregos = meio ambiente

Montadoras de carros , Brasil = base da economia ?

Crime doloso, crime culposo = poder econômico

China, globalização, quebra da economia = o mundo quebra

Cuba, quebra da economia = ninguém liga

Pré sal, vazamento de petróleo = cadê as praias ?

Coréia do Norte, bomba atômica = pode?

Iran, bomba atômica = não é igual a mamãe, ops ! Sadan

Internet, e-commerce, e-business, e-bank, e- everything = !?

SDO, estudo do Sol = 2012 ?

Consumismo, recursos naturais = sustentabilidade

Poder aquisitivo, automóveis = trânsito caótico

Garrafas pet, sacos plásticos = destruição do planeta

Camara, Senado = problemas sociais

Ideologia política, bom senso = !?

Ética, honestidade = egoísmo

Gastos com legislativo, R$11.000,00 por minuto = P..Q..P..

Qualidade de vida, cidadania = “Perseverar para mudar”.

By Brother52

domingo, 2 de maio de 2010

Um novo sinônimo para "mãe"

Independente da “necessidade comercial” da data, mãe é aquele ser especial, pelo menos a maioria delas, que merece ser “celebrada” todos os dias.
E aqui, neste pequeno espaço digital, mãe não significa apenas o ato biológico, mas sim um contexto bem mais amplo do significado do que é ser mãe e até me arrisco a dizer que também não está preso a gênero.
Neste meio século de aprendizado, tive o privilégio do convívio com várias mães: minha querida mãe biológica, mãe madrinha, mãe professora e mãe esposa.
Definir ou descrever com palavras o ser “mãe”, é algo simples, pois existem vários sinônimos para mãe: amor, carinho, perseverança, fé, dedicação, doação, generosidade etc.
Outro dia assisti na telinha o filme A Troca (Changeling) que é baseado em um fato real ocorrido na década de 20 nos USA.
A película é um belo exemplo do que é essa capacidade excepcional do ser “mãe”, diante de situações bem adversas e das dificuldades femininas impostas por uma sociedade extremamente machista, da época, e cuja “autoridade” masculina estava fundamentada na corrupção e no poder.
Parece algo bem atual, não?
Bem, neste domingo das "mães" vou me permitir sintetizar todas as mamães em um ser humano maravilhoso.
Uma grande mulher a qual somos eternamente gratos por ter nos ajudado em uma fase muito difícil de nossas vidas.
Ela cuidou do Th no meio, dos seis meses a um ano, quando ele estava muito doente com bronco pneumonia e após ficar internado por oito dias no hospital Santa Helena no DF.
Com certeza seu amor, seu carinho e sua doação para com o nosso Th, foi fundamental para recuperação e superação das crises e da doença.
Os desígnios impostos pela nossa condição existencial reservaram para essa grande mulher uma grande provação, a doença grave de sua filho e sua partida prematura aos 26 anos.
Este ano nos encontramos no RJ e ela confidenciou que sente saudades de seu filho e que quando uma solidão inexorável atraca em seu coração ela sente sua presença e seu perfume que lhe trazem a resignação, a aceitação e o conforto.
Essa grande mulher nos trouxe um novo adjetivo para palavra mãe: Ivonete.
Para Dadá, para Lu, para minha querida comadre e para todas as mães um grande beijo.
Com carinho, Brother52.