quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Tecnologias disruptivas.

Olá pessoal, tudo bem?

Há muito não publico no blog e fatos contemporâneos, notadamente nas Terras Brasilis, são ricos em inspiração para aqueles que gostam de exercitar a escrita. Todavia, tudo que escrevemos atualmente é passível de polarizações e sinceramente acho que cansei de ficar tentando justificar o “óbvio”. Chegamos ao ponto de negar fatos e isso transcende ao bom senso. Pensando em fatos, cabe um comentário sobre as Olimpíadas onde a periferia está demonstrando que supera a miséria sem fim e é forte na resiliência, na perseverança, na coragem, na fé, na esperança.

Bem, minha narrativa de hoje trata de uma questão pessoal. Esta semana solicitei a empresa que fornece sinal de TV a Cabo, a desativação/desinstalação dos pontos de TV aqui em casa. No momento o qual estava em contato com a atendente do provedor, me veio lembranças de um momento de minha vida profissional.

O fato ocorreu em 2004 ou 2005, eu trabalhava em uma empresa de Telecom, que por interesses “sombrios” foi vendida em 2009, e começamos a avaliar um serviço a ser disponibilizado para os clientes, chamado Triplo Play. Este serviço unificava o acesso à Internet, serviços de telefonia e vídeo on demand, em um único dispositivo, o que hoje seria uma “smart TV”. Lembro que quando estávamos fazendo os testes, comentávamos sobre a possível “falência” das vídeo locadoras e as dificuldades para as empresas que forneciam sinais de TV no tocante a perda de clientes; com a implementação deste serviço, sem contar com a “descontinuidade” de toda uma cadeia produtiva e da criação de uma nova cadeia produtiva que exigia mais especializações.

Atualmente em meu celular posso: receber e enviar e-mail, assistir filmes/vídeos (Netflix, Amazon Prime, Globoplay, etc.), fazer as tratativas bancárias, comprar, vender, ver o noticiário, trabalhar, estudar, localizar, ser “induzido” ao consumo por algoritmos diversos, ser “induzido” a interpretações erradas e corretas de fatos, falar e ver qualquer pessoa em qualquer lugar, videoconferência, traçar rotas etc. O planeta ficou “reduzido” a um celular e a um acesso à Internet.

Toda inovação tecnológica, ou pelo menos a maioria, implica na descontinuidade de outras tecnologias, e atualmente em uma rapidez nunca antes vivenciada, traz o que poderíamos chamar de efeitos comportamentais que vão da depressão ao êxtase, do entendimento ao equívoco, da informação a desinformação, da valorização do “supérfluo”.

Resumidamente, o “processo” de criação ou trasnformação de uma tecnologia que irá descontinuar outra tecnologia chamamos de tecnologia disruptiva. Este “processo” é um problema? Dependendo de vários fatores, sim e na minha avaliação o maior problema é que na tecnologia disruptiva, ou na utilização desta, está sendo “embarcada” o que eu chamaria de “humanidade disruptiva” e este é o “ponto de inflexão” (parafraseando o Flávio Augusto da Silva).

Será que estamos sabendo lidar com os “efeitos” da tecnologia em nossas vidas, no nosso modo de pensar, no nosso modo de agir?

Pense nisso!