sábado, 9 de maio de 2020

“Se você quer estar com alguém a quem ama, já não está lá?” Richard Bach


Em minha mensagem de final de ano, em 2019, escrevi um texto intitulado “O Príncipe”, cuja motivação surgiu após reler O Pequeno Príncipe do grande Exupéry, neste eu termino convidando a todos lerem ou relerem o livro, e com a seguinte mensagem:
“Afinal, somos todos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos”.
Creio que o momento atual, além do “exercício” providencial das mais diversas emoções advindas de convívios diuturnos, em função do isolamento, além de reflexões existenciais quanto ao que realmente faz “sentido” ou importa, é também propício para novas leituras e novas releituras.
Aqui, na soleira do Atlântico Sul estamos em isolamento social, #fiqueemcasa”, em período de grande estiagem, o que é bem preocupante, a Nala está no cio, o friozinho sulista está batendo a nossa porta nos convidando ao aconchego, ao vinho, ao café e ao caldo e um dia das mães atípico se aproxima, em um momento onde o "distanciamento" é um ato de amor, em um momento o qual nos vemos diante de uma profunda interrogação existencial.
Pensando em escrever algo para as mamães, me veio os livros do Richard Back, que similar a Exupéry, também adora "brincar" com as metáforas.
Entendo que O Pequeno Príncipe está para Exupéry assim como Fernão Capelo Gaivota está para Richard Back. Leituras que nos levam a belas reflexões, como o momento atual.
Especificamente, em função do dia das mães e de nosso momento COVID19, me veio a lembrança de “Longe é um lugar que não existe”. O livro começa com o autor pegando "carona", para ir ao aniversário de Rae, com algumas aves e sendo “questionado” quanto a obviedades humanas bastante “questionáveis”.
Quem leu o livro, eu não farei spoiler , deve estar pensando:
- O que tem a ver o livro com o dia das mães?
Em um momento, no livro, há o seguinte diálogo:
“Rae........você......Não é filha a quem chama de mãe e pai, mas a companheira de aventura delas na jornada maravilhosa para compreender as coisas que são”
Esta definição da relação mãe filha, ou pais filha, no meu entendimento, é providencial, pois todos somos companheiros de jornada, independente da relação parental. Todos estamos buscando o equilíbrio na linha tênue do aprender a conviver para evoluir. Nosso primeiro “companheiro” de jornada nos carrega no ventre, sente os efeitos físicos e biológicos devido a transformação do corpo ao gerar outro corpo, sente dor na alegria do nascimento e tem a sublime tarefa de nos conduzir a “compreender as coisas que são”. 
Independente do "gerar outro corpo", em outros relacionamentos, o primeiro “companheiro” não experiencia as emoções do feto no ventre, mas realiza igualmente a sublime tarefa de nos conduzir a “compreender as coisas que são”. Afinal "O laço que nos une não é o de sangue, mas sim o de amor e respeito da vida de um para com o outro'". Algo que nos foi ensinado, e infelizmente ainda não assimilado, há 2020 anos.
Enfim, para minha mãe, para a Lu e para todas as mães, neste momento tão “genuíno” de nossa existência, segue uma mensagem adaptada de um texto, do belo e emocionante livro do Richard Back.
“Haveremos de nos encontrar sempre, no ontem, no hoje, no amanhã, no aqui e no agora, fisicamente ou virtualmente, sempre que desejarmos, no meio da única comemoração que não pode jamais terminar. A comemoração da vida!”

https://www.youtube.com/watch?v=xT8HIiFQ8Y0