sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Em 2017, vamos fazer diferente, vamos colonizar nossos corações.

Foto do site bing.com/imagens

Em 2016 ocorreram 23 ataques terroristas no mundo.
Boko Haram e Estado Islâmico passaram a fazer parte do cotidiano dos noticiários, além da barbárie na Síria que persiste com a “anuência” e o “patrocínio” dos governantes mundiais.
Diariamente centenas de pessoas, por medo e opressão, se aventuram ao mar tentando chegar à velha terra prometida, Europa.
Terremotos, tsunamis, vulcões, furacões e tornados levantam-se como cavaleiros da natureza, como todo o sempre, a nos lembrar nossa pequenez.
A população mundial cresceu dez vezes mais nos últimos 200 anos, do que nos milhares de anos predecessores.
Fome, miséria, doenças continuam perenes, como uma herança existencial, para alguns povos, notadamente africanos, cujo “karma” parece definir um destino imutável.
O planeta reclama sustentabilidade, e nós continuamos com nossas sacolas plásticas, nossas garrafas pet, nossos carros e com nossa vaidade maltratando a terra.
As ideologias teóricas e pragmáticas dos políticos, se perdem na vaidade do poder, afinal como alguém disse “A conquista enobrece mas a posse avilta”.
A dinâmica da tecnologia, a Internet e nosso modelo sócio econômico, nos convida ao virtual, ao individualismo, ao narcisismo, ao consumo e a solidão, um momento histórico que poderíamos chamar de a Revolução da superficialidade.
Nosso DNA já não é tão misterioso, e em breve poderemos escolher as características de nossos herdeiros, viver 200 anos e plagiarmos Andrew Martin.
Talvez o planeta venha derreter mas poderemos morar em Marte ou quiça em outra Galáxia.
Tragédias continuarão acontecendo mas , felizmente, alguns nos lembraram que existe algo mais sublime no ser humano: o amor, a compaixão,a caridade. Medellín é muito mais digna do que um Cartel e diante desses fatos nos lembraremos de Drummond:
...Ao acabarem todos
só resta ao homem
(estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de con-viver.”
Um belo 2017 para vocês.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

O Debate


O Th mais novo olhou para mim e disse:
- amanhã tem um debate no CCJ na UFSC às 18:30h referente a situação política atual, queres ir ?
A situação política atual me faz pensar que vivemos em um remake do magnífico 1984 do George Orwel, com um enfoque diferente , mas com alguns Big Brother  tupiniquins espalhados pelos respectivos poderes, manipulando a informação de acordo com seus respectivos interesses. Diante deste fato, respondi: 
- to dentro
A mesa do debate foi composta por dois juristas e uma historiadora, durante 90 minutos nos foi apresentado os aspectos jurídicos, políticos e históricos em relação ao processo de impeachment.
Não vou entrar em julgamento de valores pois o tema é complexo e  inusitado, até o judiciário tem interpretações distintas em relação a matéria, mas a conclusão após debate foi que juridicamente o processo de impeachment não tem sustentação, ou seja, é insipiente. Diante deste fato surge a seguinte dúvida: Porque o processo então ?
Entendo que a presidente não soube fazer o que poderíamos chamar de “networking político” , é aquela coisa que funciona muito bem, na cabeça hipócrita de alguns, visando a perenidade do cargo, é chamar o povo que tem poder de decisão para aquele famoso churrasco, aquela degustação de vinho, aquele dia na casa da praia (no caso em questão no palácio da Alvorada) e por aí vai. O cara pode até não gostar de você, mas aquela picanha uruguaia/argentina, aquele destilado doze anos estavam excelentes e era boca livre.
Independente das pedaladas fiscais, ou qualquer outro “deslize”, serem legais ou não, o networking bem “praticado” irá manter o poder, acho que o processo contra o “ilustre” presidente da câmara é uma prova disto.
Na minha visão de leigo, nossa democracia de coalizão é feita na base do “aos amigos tudo e aos inimigos apenas o rigor da lei”, infelizmente. Creio que esta quantidade exorbitante de partidos “P EVERYTHING”, facilita esta politicagem do toma lá da cá.
Sinceramente minha intenção não é polarizar ou criar radicalismos, mas é lastimável algumas pessoas, nos dias de hoje, dizerem que tem saudades da “Dita Dura”, ou constatar que na preferência do eleitorado fluminense/carioca, na última eleição, em relação a quantidade de votos, foi :
Jair Bolsonaro
Clarissa Garotinho
Eduardo Cunha
Hoje é imputado, a presidente Dilma todas as mazelas de nosso povo, pois somos muito facilmente influenciáveis e passionais em relação as informações tendenciosas apresentadas pela mídia.
Não estou defendendo a presidente ou o Lula, não estou defendendo a corrupção, mas aqui para nós meu brother, em relação aos poderes, quem tem respaldo moral para atirar a primeira pedra?
Este fato histórico,  nos permiti uma oportunidade ímpar, ou seja, conhecer um pouquinho do “modus operandi” do jogo do poder, cabe a todos uma reflexão e uma tomada de decisão em relação ao que poderemos fazer para mudar algo tão vergonhoso.
Nosso país não se resume a um pão com  mortadela versus um pão com presunto, podemos e devemos ser muito mais do que este posicionamento radical, temos nossos direitos e deveres como cidadãos e toda forma de radicalização empobrece o debate, acaba com a troca de ideias e permite a manipulação, afinal :
“Não concordo com nada do que dizes, mas defenderei até a morte o teu direito de dize-las.” Voltaire.
Quem sabe um “iluminista” descerá dos céus em seu cavalo alado para nos salvar.
Nota : gratificante poder participar de um debate tão importante, idealizado por jovens alunos do curso de Direito da UFSC. Isto é o que podemos chamar de:  o exercício da cidadania sob a batuta do Estado Democrático de Direito. Parabéns meninas e meninos.