sexta-feira, 6 de março de 2020

Ana, Luíza e Beatriz

       
         Em algum momento, de um oito de março, em um ano qualquer.

        Ana chegou confusa, 
        Difusa, como que sem rumo
        Um tanto quanto sozinha
        Pensando dominar seu destino
        Desafiou o mundo
        Perdeu seu caminho
       
        Se tornou Luíza
        Alegre e obtusa
        Se fez criança
        Obediente e pura
        Menina ou adulta, o que ser?
        No clamor do corpo, se fez "prazer"

        Mulher, se fez Beatriz
        Feiticeira, sensual e segura
        Pronta para "briga"
        Nem sempre se ganha
        Nem sempre feliz
        Uma hora, um minuto
        Perda de tempo, será?
        Que nada, é preciso dissimular
        Na tristeza, na alegria, no amor
        Fingir! Se necessário for

        Colocou seu tesouro na mochila, saiu pela vida
        Falava de política, usava roupas coloridas 
        E até experimentou umas viagens nos baseados das esquinas
        Fez muitas coisas, estudou , se formou e até foi atriz     
        Ela não tem ódio no coração
        Ela espalha serenidade e maturidade 

        Mas não deixou de ser menina e meiga
        Ela transborda uma beleza peculiar
        A tonalidade certa do batom, do esmalte e do blush
        Ela inventou seu momento e seu lugar
       
        Ana, Luíza e Beatriz
        Mulheres sozinhas? As vezes não
        Talvez um momento
        Ou quem sabe tesão
        Um orgasmo contido, o orgulho ferido
        O Macho querido
        Aonde está o amigo?
        Um beijo, um carinho
        Um afago, um abraço
        Será solidão, ou apenas cansaço
        Coração de vidro, virou estilhaço
       Solidão que sonha, que espera e seduz
       Uma mulher que vive e que acontece    
       Simplesmente, chama de luz!