Estávamos as vésperas da mudança para a casa. O Th do meio chegou em casa falando :
- a cadela do sogro do porteiro
deu cria e ele está doando.
Como íamos para uma casa e a
Frida é pequenina, eu e a Lu concordamos em adotar um filhote de maior porte . A Lu para variar determinou:
- tem que ser fêmea.
Lembro do dia que pegamos Amora.
Era linda, foi amor a primeira vista e
ela já demonstrava que ia dar trabalho.
Amora cresceu fazendo aquele
monte de merda que cachorro levado faz :
- roia tudo, do para lama do
carro aos pés das cadeiras
- destruiu uma parte do jardim
- detonou as bromélias
E por aí foi. Cresceu bastante e
por questões de gênero e idade quase matou a pequena Frida umas quatro vezes.
A Lu sempre falava para Amora:
- você não pode brigar com a “rimã”
(leia como está escrito), o teu nome é Amora, de amorosa. Dá beijo na mãe, dá
beijo; e Amora dava aquela lambida básica no rosto da Lu.
Aqui no Pântano, Amora era minha parceira
de caminhada e as vezes dava um trabalho danado pois queria pegar as corujas e os quero-queros.
Um dia fui pegar Amora no
PET, a atendente ao trazê-la abaixou
para pegar alguma coisa que não lembro então Amora deu-lhe uma lambida do
queixo até a testa; rimos bastante.
Amora caçou passarinhos, pegou gambá, escondia osso, "odiava" carteiros, motos e o pessoal da limpeza urbana.
Amora gostava de banana, maçã, jabuticaba e acerola.
Amora para mim era Morita
Amora era agitada e calma, brava
e dócil, obediente e levada.
No dia 19 de outubro levamos Amora
para castrar, pois não queríamos que ela tivesse câncer ou uma gravidez “indesejada”, pois não teríamos
como ficar com possíveis filhotes e com certeza não iríamos abandonar os
pequeninos.
Amora operou e foi para casa no
dia 20. Recuperou bem e parecia já estar quase totalmente recuperada da
cirurgia. No dia 23 às 1h43 ouvimos um uivo visceral e depois outro, a Lu levantou e foi ver
Amora, ela estava paralisada e atônita no jardim, enquanto a Lu me chamava, Amora deitou na grama e percebemos seu vomito no chão. Pegamos Amora , forramos o chão da garagem com uns panos e colocamos
Amora neles. Amora estava com o olhar triste e respirava um
pouco ofegante. Liguei para o veterinário ele fez algumas perguntas e acertamos
que as 08h eu levaria Amora na clínica.
Ficamos com Amora por alguns minutos
ela parecia bem e voltamos a dormir às 3h. A Lu levantou as sete e trinta e foi ver
Amora, ela estava caída, inerte . Havia morrido.
Levei Amora na clínica, após a autopsia o
veterinário me chamou e me mostrou o que foi verificado ; ele me mostrou uma
perfuração entre o estômago e intestino e seu pâncreas. Segundo ele, estava
maior que o normal, na região da operação parecia tudo normal.
O veterinário ficou de enviar o
que foi coletado para laboratório para tentar descobrir o que realmente
aconteceu.
Fiquei alguns momentos olhando
para Amora e foi muito triste vê-la naquele estado.
Bem, Amora se foi, foram quatro
anos de convívio, guardaremos Amora em um cantinho amoroso de nossos corações e
com a alegria que ela bondosamente nos presenteava todos os dias.
Afinal todos os cães merecem o
céu.