terça-feira, 26 de julho de 2011

O sonho

Um sono inquieto
Não sei se acordado ou dormindo
Um suar inesperado
Barriga para cima, barriga para baixo, assim meio que de lado.

O sussurro do trovador
Agora uma canção
Mas não sou cantor
Então um verso
Poeta também não sou .

Algo meio que ofegante
Uma inspiração, algo intuitivo
Imagens confusas
Uma visão, esmaecida.

A presença da fala
A ausência do tato
A comunicação virtual e auditiva
Um lugar tão distante.

Lembranças que vem e vão
Despertar! Dúvida sem conforto
O ontem que se foi
Um hoje do talvez
E um amanhã no “O que será?”.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Então, por que Maria Lúcia se casou com Jeremias ?

Estava eu naquela do “então, porque, quem sabe, talvez”; sempre com o alerta no “o que tá valendo” e optei por algo bem mais “intrigante” do que “quem matou Salomão Ayala”. Aliás, antes quero comentar sobre a interessante matéria exibida no programa Espaço Aberto Ciência e Tecnologia , a qual fiz o seguinte comentário no Face:
“Muito bom. Quem sabe será possível implantar, em um futuro próximo, o chip cerebral obrigatório para os políticos. Numa eventual crise compulsiva de corrupção faríamos um upgrade emergencial com foco em valores morais e éticos. Um matrix para o poder legislativo.”
Muito bom ouvir o neurocientista Nicolelis e sua afirmação de que não há algoritmo que consiga reproduzir o que vou chamar de “Inteligência Artificial” (vale conferir o filme de mesmo nome onde uma “máquina” reivindica atenção, carinho e amor, seguindo o modelo do Homem Bicentenário onde por amor vale até abdicar da eternidade).
Bem, hoje, estava eu preparando um belo carré de porco, com arroz branco, tutu e couve (refogue a couve com alho e azeite, fica mais saborosa) e ouvindo minhas canções naquela maravilhosa invenção do Sr. Jobs e seus pupilos (minhas preferências musicais oscilam entre Legião, Beatles, Jimmy Cliff, Santana, Dire Straits, Doobie Brothers, Eagles, Madona, Linkin Park, Foo Fighters,U2, Pink Floyd, Cássia Eller, Scorpions, Led Zeppelin, Nando Reis, Djavan, O Rappa e além de outros rola até um Espelho D’Água com o Aragão e o Emílio) quando tocou aquela coisa ( olha a “coisa” aí Paulinho) bela e forte que é “Faroeste Caboclo” e logo depois algo tão belo quanto: Índios.
Canções nos levam à maravilhosas viagens no tempo. Os meninos da Legião me remetem ao DF, ao namoro com a Lu, ao pessoal do Serpro, aquela festinha onde o rango era bolo e a bebida era cachaça, a Lu 17 e eu 26, o pessoal da SESA, Plebe Rude, Capital, RPM e aquele beijo que pré anunciava os Th e cujo sabor é eterno como o sempre.
Faroeste Caboclo, Índios, Será, Eduardo e Mônica, Tempo Perdido etc representam os anseios de alguém cuja procura não poderia ser encontrada em nosso tempo e que talvez a não conformidade existencial tenha “abreviado” seu desencarne.
Faroeste Caboclo retrata a saga de centenas, milhares, milhões de vidas marcadas pelo “não”, pela lágrima e que estão ao nosso lado, no nosso bairro, na nossa cidade, no mundo.
Domingo passado vimos na telinha o “making off” dos filmes sobre a vida e obra de Renato e um deles, como há muito esperado, é Faroeste Cabloco. Será bem interessante identificar, via sétima arte, a personificação daqueles que hoje habitam, de forma pessoal, a mente de cada um. Como comentado pelos artistas que personificarão Santo Cristo e Maria Lúcia, a letra do Renato deixou uma lacuna referente ao motivo pelo qual a Maria Lúcia se casou com Jeremias, algo que foi uma tremenda sacanagem e que, acredito, ninguém tenha entendido.
É isso aí galera, com certeza eu e Lu seremos os primeiros da fila para conferir Faroeste Caboclo, que representa uma geração, algo que não conseguimos definir ou que talvez seja apenas um misto de desejo, sentimento e vontade.
De um e-mail que recebi do grande Paulinho : Se as pessoas foram feitas para ser amadas e as coisas, para ser usadas, por que então nós amamos tanto as coisas e usamos tanto as pessoas?
Beijo pra todo mundo.

http://www.youtube.com/watch?v=2h97Ztwn9Fw&feature=related

sábado, 2 de julho de 2011

Yes, nós temos caipifruta.....

Há algum tempo, para variar, comentei em um e-mail sobre os sabores de minha infância:a manga, a goiaba, o cajá-manga, o tamarindo, a banana, a laranja, a tangerina, o coco-de-catarro, a romã, a fruta-do-conde, o jambo, a carambola, a uva, a jaca. Outro dia estava batendo um papo com o Dudu e falávamos sobre carne seca, costelinha de porco defumada, bacalhau do porto, paio e de pratos como rabada com agrião, dobradinha com feijão branco, carne seca com tutu e todas estas iguarias que ainda degustamos mas que o sabor se rendeu ao fast food globalizado e congelado; com algumas exceções do lar é claro.
Eu e a Lu, para fugir um pouquinho da friaca sulista,o Vini e a Gi, para relembrar a honeymoon, fomos dar uma olhada no “o que que a baiana tem”. De fato a Bahia é bem legal, tem um visual bacana, os baianos são gente boa mas de tudo que ‘experienciamos” o que mas chamou atenção foi o everythingfruta (entendam o everything como qualquer coisa que tenha algum teor de álcool), realmente os descendentes dos tupinambás e tupiniquins mandam muito bem na combinação álcool-açúcar-gelo-fruta; o resto virou fast food.
Com certeza a fruta tem aquele toque sensual, mas para segurar a onda um rango saboroso complementa qualquer prazer.
Não estou fazendo críticas, se trata apenas da constatação de que independente do folclore e cultura locais , e isto é do Oiapoque ao Chuí, a tradição e as festas estão focadas em bebidas, pois o rango, em função dos requintes necessários para o preparo, demanda tempo e tempo é algo que o mundo FAST não dispõe.
Não podemos perder tempo degustando um belo alimento em detrimento ao “calor humano” dos trios elétricos.
A infraestutura dos pontos turísticos, festas, mega eventos etc, direcionam esforços para permitir a viagem, by álcool, do povão que precisa se libertar do stress do cotidiano.
Muitos irão pensar: o Brother está exagerando, não é nada disso, tem muito rango bom por aí etc. Eu responderei que quem tem mais de 40 sabe do que estou falando.
O grande barato do rango não é comer um bigmac na China com o mesmo sabor do bigmac no Brasil, o grande barato do rango é degustar uma moqueca na Bahia e degustar um pato de Pequim em Beijim.
Bem, para resumir o contexto segue uma da galera do Slow Food.
É inútil forçar os ritmos da vida. A arte de viver consiste em aprender a dar o devido tempo às coisas.
Carlo Petrini, fundador do Slow Food
Em tempo : na minha humilde opinião o rango na ilha, sem considerar o que eu preparo (hshshshs), é no Ponta das Caranhas, no Porto do Contrato, na Mão na Massa ( Lagoa ), no Central.
http://www.youtube.com/watch?v=8UNy4RHXeGw&feature=related