quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Vote no César


Com a partida precoce do Eduardo Campos e diante da ascensão da Marina, os políticos das terras tupiniquins estão mais eriçados que barata em bico de galinha.
Atualmente sou cético em relação a classe política brasileira, em função da constatação de algumas características de nossa equivocada República, ou seja; o poder executivo no Brasil é, ou passa a ser, na essência; neoliberal ( abstraindo do “estado mais eficiente”), desde o senhor Fernando Collor. Não importa se antes da eleição o excelentíssimo candidato seja da “esquerda” ou da “direita”, foi eleito, vira neoliberal.
Neste “modelito” neoliberal/capitalista, nosso frágil poder executivo tem que negociar os mais diversos cargos com o “trem da alegria do legislativo”, usando estes como moeda de troca para tentar emplacar, o que entende ser “bom para o povão”.
Nossos ilustres congressistas são, vamos dizer, RIDÍCULOS. Claro que no contexto deste post, o “ridículo” pode assumir vários adjetivos, fica a cargo da imaginação do leitor e de tudo o que a mídia publica em relação a atuação desses senhores.
Podemos dizer que nossos políticos, antes de eleitos, tem que pedir benção e anuência aos  “agiotas” , depois de eleito tem que pagar a conta, aí meu brother o jeito é vender a alma para o diabo. As pessoas vão dizer que sou um frustrado, escrevo bobagens e por aí vai; na real alguns até parecem “decentes”, vamos dizer uns 2%.
Hoje dei uma olhada na tal “propaganda eleitoral gratuita”, sinceramente é algo sem noção e totalmente insipiente. Os pretensos candidatos vomitam coisas tipo:
- o Brasil precisa mudar
- sou a favor de negros, índios, gls etc
- vamos lutar pela ética
- me ajude a ajudar você
- vou lutar por você aposentado
- por melhores política públicas
- sou o fulano bombeiro, feirante, dono de mercado, líder comunitário, professor gente boa, enfermeira que gosta de velhinhos, sou a manicure gracinha, sou ex jogador de futebol, sou comediante, sou cantor de pagode
- vamos continuar os sonhos do Eduardo Campos
- vamos apoiar a Dilma
- sou petista desde que nasci
- por uma educação melhor
...............
Meu caro candidato qual é a porra do seu projeto, na sua avaliação quais são os dois (mais que dois é exigir muito) maiores problemas, de seu bairro, sua cidade, seu estado, seu país e qual a sua proposta de solução? Qual sua proposta para educação, saúde, transporte?
Galera, independente dos Eduardos, Marinas, Aécios, Dimas etc, nosso problema mais grave está na composição do LEGISLATIVO.
De fato, na minha modesta opinião, o cargo legislativo deveria se por concurso público, com vagas para as diversas áreas de atuação. Após aprovação no concurso o candidato concorreria a eleição e o povão elegeria alguém com conhecimentos em gestão para elaborar os projetos, leis etc visando garantir a eficácia dos serviços públicos e do estado, além disto , nossos ministros teriam uma qualificação mínima para exercer suas funções e por aí vai, vira um efeito em cascata, no bom sentido é claro, até para a escolha do poder executivo.
Alguns devem estar perguntando, onde entra a política neste modelo? É simples, não entra. Todas as tendências políticas no mundo, com raríssimas exceções, estão desacreditadas,  carentes de ideologias, repleta de interesses e a dinâmica do mundo contemporâneo exige uma nova visão para gestão do estado.
O estado deve ser gerido como uma empresa, com planejamento, metas, indicadores, supervisão e continuidade. Não cumpriu as metas companheiro? Pede para sair. Verba desviada companheiro? Processo e cadeia. É submeter o estado a lei Sarbanes-Oxley.
Bem, independente de minhas opiniões “anarquistas”, e pensando no modelo político atual vou votar no César. Um líder nato, que tem a visão e entende dimensão das necessidades básicas de seu povo, que sabe ceder e sabe punir, que entende a imperfeição do ser, que conduz seu povo para algo melhor e sabe encarar os dias ruins. Que expressa no olhar algo que não vejo nos olhares “humanos” do mundo contemporâneo.

domingo, 3 de agosto de 2014

O somatório das heranças psicológicas


E aí pintou essa coisa do veranico no inverno de Floripa, um desses insights sábios da natureza.

Já passava das 9h, estiquei o esqueleto e vamos vivenciar o domingo.

Fui na padoca, hoje dei sorte pois o pão estava quentinho. Não sei vocês, mas um café, com pão de trigo (mesmo que pão francês, pão de sal enfim nomes oriundos das nuances regionalistas) quentinho, manteiga e um queijinho, hoje rolou uma trançado com alho by Paraná, é tudo de bom. Alimentei as meninas (Frida e Amora) com banana e aí pensei em conferir a mar do Pântano do Sul, como a Lu estava empenhada nos estudos da herança psicológica pertinentes ao convívio familiar, que “influencia” a prole, acabei partindo sozinho.

Aliás é  bem interessante a pesquisa da Lu, pois “carregamos” mais de nossos pais do que pensamos, afinal ainda somos os mesmos, e ao decidirmos casar e ter filhos , a herança psicológica destes será o resultado do somatório das heranças psicológicas de mãe e pai  mixadas com as experiências existenciais próprias.

Bem, no caminho para o Pântano encontrei o meu brother Mago das Lentes e aí percebi que hoje, depois de algum tempo, haveria inspiração para escrever algo; é sempre bom encontrar o grande Milton com sua máquina de “captar emoções e momentos”.

Chegando no Pântano, fui dar um bom dia para o Atlântico Sul, o dia estava perfeito, 27 graus, uma brisa suave, uma marola para a galera do surf, para galera do jacaré, um bate bola na areia, um frescobol, as crianças brincando na areia, as meninas  tomando sol e tudo aquilo para quem não é do mar, não enjoar.

Passei alguns minutos olhando e ouvindo os belos acordes da natureza, algo tão magnífico e profundo quanto ouvir uma sinfonia, aí lembrei de um carinha que é zelador de um prédio no Campeche, certo dia batendo um papo ele me disse :
- na minha hora de almoço, sempre vou para o mar; às vezes pego umas ondas, outras fico quieto no meu cantinho de areia só ouvindo o mar, as ondas, o vento; o stress vai embora rapidinho.

O mar tem uma natureza harmônica que oscila entre a calma e a inquietação, entre a ternura e a aspereza, entre a alegria e a tristeza, enfim entre todas as heranças psicológicas, e próprias, que compõem nossa maneira de ser e de agir.

“A lua faceira recostou-se no mar,
hipnotizou-se pelas ondas inconstantes
e o brilho das águas,
e assim quis logo o mar, que lhe jurou noites de amor,
Mas sem amarras, o mar era liberto e nada lhe podia prometer !

A lua entristecida resolveu então,
só admirar as intrigantes e misteriosas
águas do mar ...
Entreter-se suas madrugadas com a melodioso som das águas,

E o mar não contentado 
tenta conquistar a lua romântica,
e enternecida de ilusões,
a mostrar-se numa exuberância,
chamando-a, e envolvendo com suas ondas insaciáveis...
Sem forças para resistir a lua pergunta : 
Para onde mar, queres chegar ? 

" Tu lua descobrirás o meu verdadeiro mundo, 
e saberás meu verdadeiro amar, 
e lá poderemos reinar ... "
BeatrizTrevisani