quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Faço por merecer ?


 

Quando completei 50 anos, escrevi “Um novo Cinquentar”, quando completei 60 anos, escrevi “E se você descobrisse que morreria na semana que vem, o que farias?”. Seguindo esta sequência, a princípio, só escreveria algo sobre mim ao completar 70 anos; todavia o ato de escrever, no meu caso, “independe” de minha vontade. É algo que surge em momentos distintos é o que talvez possamos chamar de inspiração e essa varia em função do meu caminhar, de minhas emoções, do meu aprendizado e nas ocasiões as quais meu espírito me instiga.

Amanhã completarei 65 anos e pensei em fazer um “trailer” dos 70, talvez até em função desses tempos complexos que estamos vivenciando, não só aqui, mas como no mundo. Difícil entender o renascimento de movimentos ultrarradicais os quais milhões de pessoas estão adotando como modelo ideal de relações socio, política e econômica. As pessoas estão “esquecendo”, ou nunca assimilaram os malefícios de um mundo com valores tão distópicos.

Mas minha abordagem não será esta, mesmo porque talvez tenhamos que “retornar” aos anos 30,40,50,60,70, do século passado, para que definitivamente consigamos evoluir.

O que me faz escrever hoje é uma autorreflexão em função de ter assistido a uma palestra do Cortella: “Faça por merecer”. Nesta palestra ele utiliza o filme “O resgate do soldado Ryan”, que é fantástico, para discorrer sobre o tema.

Não irei aqui fazer spoiler do filme e sugiro, aqueles que não assistiram, assistam.

Pensando na palestra e no filme, me veio o seguinte questionamento:

Eu fiz ou faço por merecer? Ou como o próprio Cortella questiona: se eu não existisse, faria falta? E aqui entendam como “falta”, a “importância” que represento para aqueles que convivo em um contexto mais amplo.

Faço por merecer como filho, pai, esposo, profissional, vizinho, cidadão etc?

Faço por merecer minha mesa farta, meu lar, minha saúde, minha família, meus amigos etc?

Bem, ao completar 65 anos faço um convite a todos, antes de “questionar” o de onde eu vim ou para onde eu vou ou porque eu existo. Simplesmente procurem responder:

Faço por merecer?