terça-feira, 21 de junho de 2011

O pinguim, a andorinha, o beija-flor e o engraxate.

O título de qualquer “obra” é o “fiel da balança” entre a curiosidade e o desinteresse. Com certeza o título acima, pelo menos, irá aguçar a curiosidade de meu distinto público, permitam-me assim chamá-los, em ler as linhas seguintes.
No mundo contemporâneo nosso tempo exíguo somado a bilhões de informações diárias, nos impedem de admirar, contemplar, curtir, maravilhar coisas simples de nosso cotidiano e até ter um comportamento que poderíamos chamar de provinciano.
Durante os últimos dias, três fatos chamaram minha atenção e me fizeram sentir um felizardo por poder “vivenciar” esse mix de beleza/simplicidade e que infelizmente muitos “esqueceram”.
No sábado eu e a Lu fomos dar uma banda no Açores. Na caminhada pela praia, maré alta e água fria, fomos presenteados com as acrobacias de um pinguim que estava a surfar e nadar para garantir seu almoço na praia farta de iguarias. Me senti um menino extasiado com a bela performance da ágil criaturinha.
Hoje o Th design me chamou para ver as andorinhas que bailavam em frente a nossa varanda e me confidenciou sobre o amigo beija-flor que vem visitá-lo de vez em quando.
Também hoje, no JA SC, o Cacau fez uma matéria com um engraxate que é o “cara” em Araranguá e outra com a bruxinha que nos orientou, no inverno que inicia, a ter carinho e meiguice para com nosso próximo.
E no ciclo sábio da natureza as tainhas continuam a oferecer o sustento e o alimento
São essas coisas simples, belas, comportamentais e naturais que fazem essa ilha ser realmente Mágica!
http://www.youtube.com/watch?v=OITefBHuEkk

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Liberdade! Liberdade! Abra as asas sobre nós.....

Em agosto de 1969 o mundo assistiu ao que poderíamos chamar de “uma demonstração universal do direito de expressão e de liberdade/usabilidade do corpo” durante o famoso festival de Woodstock. Algo que sugeria alguma coisa tipo “deixa a vida me levar” .
Nos anos posteriores a meninada entendeu que fumar um baseado, não fazer nada e dar uma trepada de vez em quando era tudo de bom e alguns marmanjos entenderam que queimar um fuminho, com “responsabilidade”, aliviava o “stress”. De vez em quando rolava um LSD básico para substituir a conta do psicólogo.
Desde que o mundo é mundo o dito ser humano utiliza algum artifício para “relaxar” ou “excitar”: uma bebida, um cigarro, uma erva, uma pílula, uma injeção e por aí vai. Afinal fazer umas “viagens” de vez em quando é tudo de bom.
O mundo ficou globalizado e a maconha ( muito fraquinha ) evoluiu para cocaína, êxtase, crack e derivados. Afinal precisamos de emoções fortes.
No mundo contemporâneo o dito ser humano assimilou bem um conceito que vou classificar como dicotomia, ou seja :
Fumar dá cancer, causa infarto, etc etc etc e várias pessoas pararam de fumar.
Não beba se for dirigir, bafômetro, prisão etc etc etc mas se você não for dirigir, pode beber; só não esqueça do energético!?
Você deve fazer exercícios físicos, sair do sedentarismo, ter saúde para ter uma família, trabalhar, ser produtivo para nação, criar seus filhos etc.
Você deve doar sangue, célula tronco, córnea, rins , pele e tudo que permita salvar a vida de seu semelhante. Logicamente que o órgão deve estar nas condições mínimas de uso!!??
Agora as mentes brilhantes de nosso país nos assinalam : Você tem o direito de liberdade de expressão e pode participar da marcha para liberalização da maconha, mas não pode fumar maconha.
Diante desta decisão suprema, fiquei a meditar:
O cigarro faz mal e a maconha não ? A maconha não altera os reflexos, dá taquicardia, altera a percepção etc? Não seria melhor fazer uma campanha da maconha, drogas, igual ou mais sistemática que a do cigarro?
Ahahah! Deve ser por causa daquele lance do glaucoma.
A bebida antes de você dirigir faz menos mal que o durante dirigir?
Ahahah!Deve ser porque limpar o vômito no carro, no dia seguinte, é F.....
A liberdade não exige uma certa lucidez ?
Em algum momento de minha vida fumei cigarro e hoje quando faço natação me arrependo de tê-lo experimentado.
Em algum momento de minha vida, queimei meus baseados, descobri que era uma merda e parei.
Minha pobre evolução, ainda, me faz prisioneiro de alguma cerveja ou vinho; já consegui diminuir mas ainda resta o definitivamente não sorver; um dia chego lá.
Talvez o significado de "liberdade" esteja subliminarmente contido em uma mensagem proferida há alguns muitos anos:
"Tudo me é lícito mas nem tudo me convém"
http://www.youtube.com/watch?v=DZGMLP2pK8c&feature=related

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A namorada

“Poetas, seresteiros, namorados, correi.
É chegada a hora de escrever e cantar.
Talvez as derradeiras noites de luar.” By Gil.
Lua e namoro fazem uma perceria que talvez date o início do “início”, algo que não conseguimos explicar e não precisa, basta sentir.
O namorar, que é o início de um fim cada vez mais improvável no mundo contemporâneo e que foi substituído pelo “ficar”, ficou bem menos romântico ou talvez incorporou a dinâmica e a futilidade do planeta globalizado.
Estive assistindo na telinha algumas reportagens sobre o namoro, o amor, a cara metade e por aí vai. O que mais me impressionou foi a , vamos chamar de, “baixa qualidade/criatividade do diálogo” durante esta coisa mágica que é a aproximação, a paquera, a conquista.
Ouvi algumas coisas tipo:
- aí gata, você é muito linda!
- e você é muito gato!
- você tem “orcutii”?
- e você tem “é-meiu”?
Fora isso, é o “estar-ficar” na balada ouvindo o eterno spank!spank!spank!.....
Entendo que a meninada de hoje não descobriu o prazer de sentir aquele frio na barriga, a troca de olhares insinuantes, um sorriso maroto, um piscar atrevido, algo tipo :
“Teu rosto como um templo
Voltado para o oriente
Remoto como o nunca
Eterno como o sempre
E que subitamente
Se aclara e movimenta
Como se a chuva e o vento
Cedessem seu momento
À pura claridade
Do sol do amor intenso” by Vinícius
Ou talvez algo mais atual:
“You can run into my arms
It’s okay, don’t be alarmed
Come into me
There’s no distance in between our love
So gonna let the rain pour
I’ll be all you need and more” by Christopher Sterwart
Tenho saudades da criatividade romântica, dos anos 60, 70, 80, que foi traduzida em poesia, letras de músicas ou simplesmente belas cartas; e que em algum momento foi esquecida. Talvez hoje sejamos mais individualistas, obstinados, focados e perdidos em nosso egocentrismo.
Talvez estejamos cada dia mais distantes de nossa “espiritualidade”.
Talvez o medo tenha inibido a amor.
Talvez o consumismo fútil, a busca desesperada pelo sucesso, o narcisismo doentio do culto ao corpo, a vulgarização do belo, a banalização do verbo etc, impeçam e expressão máxima de nossos sentimentos e desejos.
Talvez nosso maior desejo, em relação ao namoro, se resuma em :
“Touch me now
I close my eyes
And dream away”
http://www.youtube.com/watch?v=dNNk1twaNsA&feature=related

quinta-feira, 2 de junho de 2011

O paraíso é uma questão pessoal.

Há alguns anos, aliás após meio século encarnado tudo vira “há algum alguma coisa”, estava em um voo indo de algum lugar para um destino qualquer .
Para passar a stressofobia natural do alguns metros acima do nível do mar dentro de uma “lata” , estava lendo “O paraíso é uma questão pessoal” (by Richard Bach), após ter lido “Fernão Capelo Gaivota” e “Longe é um lugar que não existe”, que também levam a assinatura do Richard Bach; ao passar por minha poltrona uma aeromoça parou,sorriu e exclamou:
- realmente o paraíso é uma questão pessoal.
Devido a alguns acontecimentos, este momento me veio à mente e fiquei lembrando de meus paraísos pessoais. Em cada momento de transição (infância, puberdade, juventude, estudante, solteiro, casado, empregado, aposentado etc ) estes paraísos justapuseram-se.
Na infância meus paraísos se resumiam na bicicleta que nunca pude ter, jogar bola no campinho da esquina, pipa e curtir aquele banho nas chuvas de verão.
Chegou a puberdade se confundindo com a juventude e junto aquela atração “inesperada” pela filha da vizinha da esquina, a namoradinha das férias de fim de ano, a barra da Tijuca, a escola técnica com amigos e aventuras mágicas e os bailes no clube onde eu e um grande brother que vive em um cantinho especial de meu coração curtíamos muito, mas muito, os the best Dobbie Brothers; com nossas roupas coloridas, nossa dança e compartilhando o “varejo” e a “cuba”.
Como não poderia deixar de ser, um dia o sonho acaba e o para sempre também acabou com o início da vida de “trampo”. Novas paisagens, novos lugares, novos amigos, grandes desafios entre novas culturas e seus paraísos individuais .
So Brother, listen to the music....
http://www.youtube.com/watch?v=29RvK7OI2Fg&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=J9URZfqYf2o&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=CDWGKQcQ8zw&feature=related