quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

O Príncipe

Quando acordei hoje, estava assim “sei lá”, meio passional por dentro (Plagiando o belo verso da canção de Jorge Aragão) para explicar o meu despertar.
Fiquei pensando em escrever algo, como faço há algum tempo, principalmente ao findar o ano.
Mas não queria escrever algo repetitivo ou questionar as mazelas nossas de cada dia.
Não queria escrever sobre tecnologia, essa que utilizamos dioturnamente e que nos escraviza, que limita o nosso pensar, que nos leva ao “second life” virtual e fútil; pois viver é muito mais que um like.
Não queria escrever sobre “crenças” ou religião, pois muitos estão tratando a espiritualidade como mercado e a fé como mercadoria.
Enfim, há algum tempo estava com vontade de reler o Pequeno Príncipe, um grande príncipe, de espírito perene e corpo efêmero.
Chorei muito, ao reler as belas e inspiradoras páginas de Saint-Exupéry.
Aliás, tenho esse “hábito”, de tempos em tempos sinto vontade de chorar. Não é tristeza, dor ou saudade é algo que não consigo explicar e me faz muito bem.
Minha mente e meu coração se emocionaram com os baobás, com a flor, com os vulcões, com o Rei, com o vaidoso, com o beberrão, com o homem de negócios, com o acendedor de lampiões, com o geógrafo, com a raposa e com a cobra.
A maravilhosa narrativa de Exupéry é recheada de metáforas e uma das minhas preferidas é uma frase da flor:
- É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas.
2019 está partindo e minha mensagem para vocês que leram este maravilhoso livro e “desafiando” a curiosidade daqueles que ainda não leram, é:
           Que em 2020 você consiga ver o elefante na barriga da jiboia e o carneiro dentro da caixa. Afinal, somos todos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos.