Quando acordei hoje, estava assim “sei lá”, meio passional
por dentro (Plagiando o belo verso da canção de Jorge Aragão) para explicar o meu despertar.
Fiquei pensando em escrever algo, como faço há algum tempo,
principalmente ao findar o ano.
Mas não queria escrever algo repetitivo ou questionar as
mazelas nossas de cada dia.
Não queria escrever sobre tecnologia, essa que utilizamos
dioturnamente e que nos escraviza, que limita o nosso pensar, que nos leva ao “second
life” virtual e fútil; pois viver é muito mais que um like.
Não queria escrever sobre “crenças” ou religião, pois muitos
estão tratando a espiritualidade como mercado e a fé como mercadoria.
Enfim, há algum tempo estava com vontade de reler o Pequeno Príncipe,
um grande príncipe, de espírito perene e corpo efêmero.
Chorei muito, ao reler as belas e inspiradoras páginas de
Saint-Exupéry.
Aliás, tenho esse “hábito”, de tempos em tempos sinto vontade
de chorar. Não é tristeza, dor ou saudade é algo que não consigo explicar e me
faz muito bem.
Minha mente e meu coração se emocionaram com os baobás, com a
flor, com os vulcões, com o Rei, com o vaidoso, com o beberrão, com o homem de
negócios, com o acendedor de lampiões, com o geógrafo, com a raposa e com a
cobra.
A maravilhosa narrativa de Exupéry é recheada de metáforas e
uma das minhas preferidas é uma frase da flor:
- É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser
conhecer as borboletas.
2019 está partindo e minha mensagem para vocês que leram este
maravilhoso livro e “desafiando” a curiosidade daqueles que ainda não leram, é:
Que em 2020 você consiga ver o elefante na
barriga da jiboia e o carneiro dentro da caixa. Afinal, somos todos eternamente responsáveis
por aquilo que cativamos.