quinta-feira, 17 de março de 2011

Enola Gay, again....



Há 66 anos (a unidade e a dezena de uma centena intrigante para os cristãos), um coronel yankee lançava, de seu avião que tinha o nome da mamãe, um “presente radioativo” aos habitantes da cidade de Hiroshima. Um ato de “vingança” atrasada, em função do que havia acontecido em Pearl Harbour (4 anos antes)ou uma última tentativa em exterminar, seguindo a receita nazista , aqueles que ainda “incomodavam”, pois os “nazi” estavam só a capa do Batman.
Os efeitos deste genocídio, que deixou muita Tsunami com inveja, com 140.000 mortos e milhares de herdeiros radioativos (sem falar nos 70.000 mortos em Nagasaki ); perduraram por muitos anos nos corações e mentes do povo das terras do sol nascente. Com certeza ninguém sente saudades de um calorzinho básico de 4.000 graus. Mas sabem como é :
- pela democracia e pela liberdade do planeta vale tudo, ou; aos “inimigos?” apenas o rigor da “lei’”.
Por desígnos divinos, herança karmica ou apenas um comportamento da natureza, os japas, vivem “tremendo” , literalmente, a maior parte do tempo. Acho que é algo tipo turbulência em avião, depois de algum tempo você acaba se acostumando. Mas o que aconteceu na última sexta foi “queda livre no vácuo” e aí o bicho pega. O mundo inteiro assistiu a destruição de parte do território amarelo, uma visão real e impressionante da “avant premiere” de 2012. Não o filme, mas o fato.
A galera de “há 24 horas daqui” nos surpreendeu com uma demonstração universal de serenidade, resignação e respeito ao próximo diante do caos patrocinado pela tríade terremoto-tsunami-radiação nuclear. Algo muito distante do comportamento passional dos povos dos trópicos, onde desespero, saque, roubo e corrupção se confundem com a ajuda providencial e humanitária em ocorrências similares.
A “tragédia” no Japão me leva ao auto questionamento existencial, meus valores, meus sentimentos, minhas crenças:
Precisamos quebrar paradigmas,
Trocar o “possuir” pela "usabilidade",
Trocar o “meu” pelo compartilhar,
Trocar o “sozinho” pelo coletivo,
Trocar o “egoísmo” pela doação,
Trocar a “descrença” pela fé,
Trocar o “eu” pelo nós,
Globalizar coração e mente.
Bem, para terminar segue um e-mail que recebi do gaucho de Kuala Lumpur que traduz a dimensão do ocorrido no Japão.

"Um colega da minha empresa que trabalha em Tokio enviou as fotos que
ele coletou na segunda-feira e domingo quando ele saiu para dar uma
olhada no estado da cidade.
Eu ia traduzir o email que eu e mais alguns colegas recebemos dele
após desejar Feliz Aniversário para ele (sim, ele estava de
aniversário na segunda-feira) mas preferi deixar em inglês para manter
exatamente o que ele disse:

Thanks for the Warm Birthday Wishes!
Just to let you all know that the situation is pretty dire, super
markets, convenience stores and vending machines have run out of basic
supplies of water, bread, rice, milk etc. The following are some
pictures I captured today and yesterday of empty racks...
With the nuclear reactor issue, we are currently in short of 25% of
electricity due to which the main electric company (TEPCO)has decided
to start off with power cuts, depending on the area, it could be
anywhere between 3hrs-7hours a day...till the end of April.
Thanks once again for the warm wishes I will keep you all updated."

http://www.youtube.com/watch?v=JIVaUcE4kAM&feature=related

domingo, 13 de março de 2011

How was your weekend ?


São 17h, domingo e desde quinta, fatos por mim vivenciados presencialmente e virtualmente, me levaram a tentar concatenar algumas centenas de pensamentos traduzindo em palavras a síntese do jeito “Brother” de entender os fatos e comportamentos do cotidiano em nosso belo e flutuante planeta.

O início do final de semana começou com o fim ou a perda da infraestutura existencial para nosso amigos que vivem a 24 horas daqui. As fotos e vídeos divulgados e disseminados nas mais variadas mídias (notadamente na rede de pacotes concebida pela DARPA, a irmã pródiga da ARPANET que se tornou o centro nervoso que garante nossa comunicabilidade e interoperabilidade, o Worflow Genérico mundial, o que conhecemos como Internet) ; detalham tudo o que poderia ser dito ou escrito.

No lado de cá onde as placas tectônicas perecem estar, ainda, “adormecidas” (quem sabe se ao catucarmos o pré-sal, elas comecem a “despertar”).
Pausa : alguns muitos não vão gostar desta, vamos chamar, observação.

Continuando..
Eu e a Lu fomos ao aniversário do pequeno Lucas, o primogênito do Douglas. Como sempre a gauchada faz umas festinhas bem criativas e a criançada se diverte um bocado. Me lembrei de quando os Th eram pirralhos e fazíamos as festinhas nas escolinhas, é aquela coisa da garotada cair na farra e papai e mamãe aparecerem nas fotos com a fisionomia extenuada pelo cansaço natural advindo da organização da festa/brincadeiras.

Após a festa dos baixinhos fomos a paella do Guga. Não o Guga tenista, mas o Guga brother/vizinho, que largou o trampo e ralou nos estudos para ser um futuro graduado em Geologia; se candidatando a herdeiro profissional do paraibano José, seu sogro. Nosso brother passou no vestibular e daqui a alguns semestres iremos comemorar o “canudo”, com certeza.
Durante o delicioso jantar batemos um papo muito legal com seu José e em um determinado momento eu perguntei se os governos municipais, estatuais etc , consultavam os especialistas em geologia para definir o plano diretor no tocante a ocupação do solo, construções etc, ele nos informou que atualmente sim mas que não era assim.

Fiquei imaginando algumas situações e na condição de leigo no assunto, penso :
- os continentes são formados por placas que “flutuam” em um núcleo líquido e em constante ebulição,
- fazemos perfurações petrolíferas, construímos hidroelétricas, construimos prédios em mangues aterrados, impermeabilizamos o solo, garimpamos, aviões decolam e pousam a todo minuto, enfim, enchemos as placas de “pancada”, “buracos” e “pesos”,
Afinal , o quanto contribuímos para o aumento do número de deslocamentos e tsunamis ? Os senhores parlamentares tem algum conhecimento para “criar leis” que abordem o tema?

Na manhã de hoje assisti na telinha, (Management TV) uma interessante entrevista com a doutora Damisa Moyo, por sinal uma bela mulher, referente a seu livro Dead Aid, cujo conteúdo aborda o “assistencialismo” econômico aos países do continente africano e suas consequências. Algo que se tornou insipiente devido aos resultados econômicos e sociais na maioria desses países. O tema me lembrou o filme “O jardineiro fiel”, vale a reflexão.

Bem, nosso final de semana terminou com uma almoço super gostoso na SEEDE, onde além do alimento fomos brindados com uma bela prece, direcionada aos japinhas, que foi proferida pelo grande Zeferino. Me emocionei, pois diante da mesa farta do lado de cá muitos do lado de lá ficaram sem a mesa, sem a água, sem o pão...

E aí , como foi seu final de semana ?

segunda-feira, 7 de março de 2011

No meu cantinho


Estou aqui no meu cantinho,
Onde o mar vem banhar o pé do morro,
Onde as corujas fazem visitas noturnas,
Onde cães e cadelas de rua buscam um amigo, um abrigo.

Estou aqui no meu cantinho,
Onde o bucólico me traz remanescências de um passado sabiamente esquecido,
Onde no sul tem saquinho e naufragados, no leste tem lagoinha,
Onde a “Solidão” nunca está sozinha.

Estou aqui no meu cantinho,
Onde as baleias se aquecem em julho,
Onde os golfinhos fazem acrobacias,
Onde pesca e pescador se confundem na penumbra .

Estou aqui no meu cantinho,
Onde o "quero quero" me desperta toda manhã,
Onde o coaxar dos sapos embalam meu adormecer,
Onde o mato é meu vizinho.

Estou aqui no meu cantinho,
Onde mosquito é companheiro no verão,
Onde todo mundo diz bom dia,
Onde no mercadinho tem até pão quentinho.

Estou aqui no meu cantinho,
Onde o mar é generoso,
Onde berbigão vira pastel,
Onde até carioca vira manezinho..............