O Th mais novo olhou para mim e
disse:
- amanhã tem um debate no CCJ na
UFSC às 18:30h referente a situação política atual, queres ir ?
A situação política atual me faz
pensar que vivemos em um remake do magnífico 1984 do George Orwel, com um
enfoque diferente , mas com alguns Big Brother
tupiniquins espalhados pelos respectivos poderes, manipulando a
informação de acordo com seus respectivos interesses. Diante deste fato,
respondi:
- to dentro
A mesa do debate foi composta por
dois juristas e uma historiadora, durante 90 minutos nos foi apresentado os
aspectos jurídicos, políticos e históricos em relação ao processo de
impeachment.
Não vou entrar em julgamento de
valores pois o tema é complexo e
inusitado, até o judiciário tem interpretações distintas em relação a
matéria, mas a conclusão após debate foi que juridicamente o processo de
impeachment não tem sustentação, ou seja, é insipiente. Diante deste fato surge
a seguinte dúvida: Porque o processo então ?
Entendo que a presidente não
soube fazer o que poderíamos chamar de “networking político” , é aquela
coisa que funciona muito bem, na cabeça hipócrita de alguns, visando a
perenidade do cargo, é chamar o povo que tem poder de decisão para aquele famoso
churrasco, aquela degustação de vinho, aquele dia na casa da praia (no caso em
questão no palácio da Alvorada) e por aí vai. O cara pode até não gostar de
você, mas aquela picanha uruguaia/argentina, aquele destilado doze anos estavam
excelentes e era boca livre.
Independente das pedaladas
fiscais, ou qualquer outro “deslize”, serem legais ou não, o networking
bem “praticado” irá manter o poder, acho que o processo contra o “ilustre”
presidente da câmara é uma prova disto.
Na minha visão de leigo, nossa
democracia de coalizão é feita na base do “aos amigos tudo e aos inimigos
apenas o rigor da lei”, infelizmente. Creio que esta quantidade exorbitante de
partidos “P EVERYTHING”, facilita esta politicagem do toma lá da cá.
Sinceramente minha intenção não é
polarizar ou criar radicalismos, mas é lastimável algumas pessoas, nos dias de
hoje, dizerem que tem saudades da “Dita Dura”, ou constatar que na preferência
do eleitorado fluminense/carioca, na última eleição, em relação a quantidade de
votos, foi :
Jair Bolsonaro
Clarissa Garotinho
Eduardo Cunha
Hoje é imputado, a presidente
Dilma todas as mazelas de nosso povo, pois somos muito facilmente
influenciáveis e passionais em relação as informações tendenciosas apresentadas
pela mídia.
Não estou defendendo a presidente
ou o Lula, não estou defendendo a corrupção, mas aqui para nós meu brother, em
relação aos poderes, quem tem respaldo moral para atirar a primeira pedra?
Este fato histórico, nos permiti uma oportunidade ímpar, ou seja,
conhecer um pouquinho do “modus operandi” do jogo do poder, cabe a todos uma
reflexão e uma tomada de decisão em relação ao que poderemos fazer para mudar
algo tão vergonhoso.
Nosso país não se resume a um pão
com mortadela versus um pão com presunto, podemos
e devemos ser muito mais do que este posicionamento radical, temos nossos
direitos e deveres como cidadãos e toda forma de radicalização empobrece o
debate, acaba com a troca de ideias e permite a manipulação, afinal :
“Não concordo com nada do que
dizes, mas defenderei até a morte o teu direito de dize-las.” Voltaire.
Quem sabe um “iluminista” descerá
dos céus em seu cavalo alado para nos salvar.
Nota : gratificante poder
participar de um debate tão importante, idealizado por jovens alunos do curso
de Direito da UFSC. Isto é o que podemos chamar de: o exercício da cidadania sob a batuta do
Estado Democrático de Direito. Parabéns meninas e meninos.
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