segunda-feira, 22 de novembro de 2010

1822


Ao terminar a leitura do livro 1808, do Laurentino Gomes, havia ficado surpreso com o estilo da narrativa dos fatos históricos adotado pelo autor.
Uma nova maneira de aprender a nossa histórica em um livro baseado em uma vasta bibliografia e que denotava um trabalho de pesquisa brilhante visando nos oportunizar o conhecimento real dos acontecimentos históricos, dos povos colonizados e colonizadores, em seu contexto mais amplo, ou seja, cultural, social, comportamental, humano etc.
Hoje terminei a leitura do livro 1888, outra obra magnífica do autor. Fiquei maravilhado com o conteúdo, no mesmo estilo de 1808, onde pude descobrir personagens e fatos, até então, por mim totalmente desconhecidos.
Entendo que uma das maiores riquezas de um povo é o perfeito entendimento dos fatos de sua história, pois é através do conhecimento das raízes, do passado político, social, econômico etc é que passamos a entender , em relação ao Brasil, questões como : escravidão, corrupção, interesses, políticas, relação de poder , heranças etc.
No livro há personagens que merecem citação e conhecimento por parte de nosso povo:
José Bonifácio – o ser pensante, o mentor de todo o processo político da época, com idéias reformadoras bem interessantes como, educação primária gratuita para todos, a criação de uma universidade, transferência da capital para o interior, reforma agrária, fim da escravidão, direitos e deveres iguais para todos. Um homem que foi responsável direto pelos desígnios do Brasil colônia e até pós colônia. (“O regime de escravidão, dizia ele, corrompia tudo e impedia que a sociedade evoluísse” citação do livro 1822, pág 153).
Thomas Alexander Cochrane – o escocês que foi herói e vilão. Um tremendo mala, mercenário, que fazia dinheiro ganhando batalhas, libertando povos e depois saqueando o que podia.
Maria Quitéria – a heroína da Independência, lutou com homens e como homem.
Chalaça – o alcoviteiro de imperador. O que hoje poderíamos chamar de “empresário” de celebridades.
D. Pedro I – o executor, um ser humano contraditório, amante da vida, amante dos amores, amante dos desafios, um inconseqüente, um imperador brilhante, um homem dividido entre duas pátrias, a de coração e a de opção.
Além das personagens, fatos marcantes como a Batalha de Jenipapo , o 02 de julho ( data marcante para o povo baiano) e a heróica resistência do povo, composto por mulatos, negros e índios, que deram suas vidas defendendo os sertões nordestinos, Bahia, Piauí, Maranhão, Pará, fatos bem pouco conhecidos pela maioria de nossa população.
Me emocionei ao ter este contato mais próximo com os fatos e personagens de nossa bela e intrigante história onde o improvável foi desmistificado por aqueles que fizeram a diferença.
“Os livros 1808 e 1822 merecem ser lidos por vocês, seus filhos, seus netos..........."
Se a inspiração continuar batendo à porta do Laurentino, quem sabe seremos presenteados com os 1889 e 1964.
http://www.youtube.com/watch?v=3SfYMxPNVTE

Um comentário:

  1. Grande Brother! Parabens pela materia, gostei muito. Tambem li os livros são show de bola...

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