terça-feira, 7 de maio de 2024

Estamos evoluindo ou involuindo?

Desde janeiro, tive que interromper minhas atividades físicas e outras rotinas diárias devido a uma estenose na coluna lombar. Ultimamente, tenho me sentido desanimado, enfrentando dificuldades para andar, sentar e dormir. Talvez meu corpo esteja me dando a chance de "evoluir através da dor". Após passar por cirurgias no ombro e no pé, às vezes penso que em alguma vida passada cometi erros graves, ou talvez esteja enfrentando uma espécie de "Enem físico existencial" nesta efêmera encarnação.

Nesse estado, passo a maior parte do tempo deitado, observando a natureza pela janela do meu quarto e fazendo reflexões cotidianas. Recentemente, enquanto refletia, pensei sobre diversos temas: inteligência artificial, geração Z, fake news, as enchentes no Rio Grande do Sul, o show da Madonna, as hipocrisias dos chamados "Poderes da República", os conflitos entre Hamas e Israel, Rússia e Ucrânia, a política ineficaz da ONU, as relações entre China e EUA, o neoliberalismo, a precariedade da educação contemporânea, a desigualdade no legislativo brasileiro, tecnologias disruptivas, consumismo, ética e moral, entre outros.

Comparando um pedaço da história, como o século XIV com o século XXI, percebo que o mundo evoluiu em vários aspectos. No entanto, ainda estamos à mercê de uma "pandemia perene" de dominação política, religiosa, econômica e social por parte daqueles que, ainda hoje, elegemos. Nosso planeta continua refém das decisões de "colonizadores" internos e externos, e muitos de nós permanecem em um cativeiro perene de "colonizados", alguns até coniventes com esse status quo.

Vamos desmatar para engordar nosso gado, negociar imóveis, encontrar diamantes. Vamos impermeabilizar o solo, construir grandes torres de apartamentos. Usamos o celular como refúgio de nossos medos e desejos, nos educamos com algoritmos de um mundo virtual. Oferecemos pão e circo, pois o povo adora entretenimento. Praticamos crossfit para depois recorrer à fisioterapia. Bebemos vinho para dormir e café para despertar. Vendemos nosso almoço para comprar status. Criticamos uns, enquanto elogiamos outros. Elegemos os mais belos, ricos, poderosos, mesmo que sejam os mais tolos. Idolatramos figuras midiáticas, pagamos dízimos, queimamos livros, poluímos o mar. Negociamos corrupção diariamente, criamos santos e demônios. Vivemos uma segunda vida de verdades fabricadas e prazeres efêmeros. Nos armamos para proteger nossas famílias, amamos nosso Deus acima de tudo. Viajamos ao ritmo das baladas, criamos leis para proteger nossa casta, empreendemos sem limites, buscamos fortuna em reality shows, veneramos influenciadores digitais, seguimos gurus, mentimos para preservar nossas "verdades". Consumimos alimentos sem sabor, água contaminada, e seguimos no ritmo frenético da sociedade.

E quem sabe, em uma quarta-feira qualquer, terminaremos em cinzas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário