domingo, 8 de julho de 2012

A história da estória

1978.....
O Planalto Central  beirava a maior idade , “experienciava" a revogação do AI5, o lance da garotada era pegar umas ondas no Piton Farias e a criatividade musical era embalada pelo que podemos chamar de : rock “candango” urbano (espero que a galera do quadradinho não  fique chateada, é só para contextualizar o momento).
O mundo ainda não havia sido invadido pelos PC, a Internet ainda era coisa de milico, os relacionamentos não eram virtuais/fugaz e a globalização ainda estava nas fronteiras político-econômicas dos Tigres Asiáticos.
No Centro de Ensino Nº1, a meninada ainda tinha um ensino com qualidade e as salas de aula eram compostas pelas alas: galera do fundão, os CDF e os que ficavam em cima do muro; algo que parece perene. A Lu e o Robinson eram colegas de sala, ele sonhava com ficção e teatro, ela com dança e música. Estava na hora do recreio e Robinson chamou a Lu para mostrar-lhe sua primeira obra escrita “As Aventuras de Rebeto” que era embalada por pássaros, bruxas, frutos e dramas existenciais. A Lu gostou da estória e disse para o Robinson:
- deixa comigo que eu vou datilografar para você e depois te entrego...............

2012......
O mundo está globalizado, a Internet virtualizou nossas vidas e o mundo contemporâneo é tão dinâmico que o ontem, o hoje e o amanhã convergem para um momento único e o que é importante para uma  grande maioria, infelizmente, é apenas o “agora”.
A bela Floripa ainda curtia o finalzinho do verão, o Th do meio entra em casa e pergunta para Lu:
- mãe, por acaso você tem alguma estória de criança para que eu faça a ilustração, pois estou pensando no meu tema para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e a ideia é ilustrar uma estória infantil.
Como há momentos no qual até o universo conspira para que situações aparentemente desconexas, ou não “resolvidas”, se concretizem, a Lu respondeu:
- tem o livro do Robinson!!!, quando eu tinha 12 anos um colega de sala me mostrou um caderninho verde no qual ele escreveu um estória muito legal. Na época eu peguei o livro para datilografar mas em função dos rumos que nossas vidas tomaram, eu nunca mais encontrei o Robinson para devolver o caderninho mas o guardei até hoje. Dá uma lida e se você gostar, acho que ficaria bem  legal como tema de seu TCC. Mas antes, precisamos encontrar o Robinson para pedir autorização, pois ele é o autor e eu ficaria muito feliz em devolver a história agora digitada e ilustrada.
O Th do meio  gostou da estória escrita há 33 anos, conversou com seu orientador e começou elaborar seu trabalho de conclusão do curso de Design.
A Lu, by facebook (para este propósito os sites de relacionamentos são fantásticos) conseguiu reencontrar o Robinson, fez contatos, pediu autorização para utilização de sua estória (que ele até já havia esquecido) como insumo para o TCC e o convidou para estar presente na defesa do trabalho perante a banca examinadora.

05 de julho de 2012.......
O relógio marcava 17h e no auditório Henrique Fontes da UFSC, o Th do meio começava a apresentar/defender o seu TCC. Na plateia, estavam, além de alguns amigos do Th, eu, a Lu, o Th mais velho, o Robinson com sua esposa e os filhinhos.
Não conseguirei definir com palavras a gama de emoções que permearam a apresentação do que a princípio seria, apenas, mais um trabalho acadêmico. Como comentou um dos professores da banca “é o Design emocional”.
O “viver” é este algo magnífico e mágico, que permite aos seres humanos alguns momentos que são únicos e que resumem o ontem e o hoje no aqui, no agora e no sempre.......

Espero que, em breve, tenhamos a oportunidade de conferir “As Aventuras de Rebeto” nas livrarias.

2 comentários:

  1. Grande Bhother, tocante esta história, entre outras coisas, fala de amizade, complicidade e emoção. Adorei, fique com Deus e tenha uma ótima semana, a minha acabou de ficar melhor.
    Nilson

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  2. Que história...nada na nossa vida é por acaso. Parabéns para vcs e para o filhão. Agradeço a DEUS nosso reencontro.
    Magalan

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