domingo, 8 de julho de 2012
A história da estória
O Planalto Central
beirava a maior idade , “experienciava" a revogação do AI5, o lance da
garotada era pegar umas ondas no Piton Farias e a criatividade musical era
embalada pelo que podemos chamar de : rock “candango” urbano (espero que a
galera do quadradinho não fique
chateada, é só para contextualizar o momento).
O mundo ainda não havia sido invadido pelos PC, a Internet
ainda era coisa de milico, os relacionamentos não eram virtuais/fugaz e a globalização
ainda estava nas fronteiras político-econômicas dos Tigres Asiáticos.
No Centro de Ensino Nº1, a meninada ainda tinha um ensino
com qualidade e as salas de aula eram compostas pelas alas: galera do fundão,
os CDF e os que ficavam em cima do muro; algo que parece perene.
A Lu e o Robinson eram colegas de sala, ele sonhava com ficção e teatro, ela com dança e música.
Estava na hora do recreio e Robinson chamou a Lu para mostrar-lhe sua primeira
obra escrita “As Aventuras de Rebeto” que era embalada por pássaros, bruxas,
frutos e dramas existenciais. A Lu gostou da estória e disse para o Robinson:
- deixa comigo que eu vou datilografar para você e depois te
entrego...............
2012......
O mundo está globalizado, a Internet virtualizou nossas
vidas e o mundo contemporâneo é tão dinâmico que o ontem, o hoje e o amanhã convergem
para um momento único e o que é importante para uma grande maioria, infelizmente, é apenas o “agora”.
A bela Floripa ainda curtia o finalzinho do verão, o Th do
meio entra em casa e pergunta para Lu:
- mãe, por acaso você tem alguma estória de criança para que
eu faça a ilustração, pois estou pensando no meu tema para o Trabalho de Conclusão
de Curso (TCC) e a ideia é ilustrar uma estória infantil.
Como há momentos no qual até o universo conspira para que
situações aparentemente desconexas, ou não “resolvidas”, se concretizem, a Lu
respondeu:
- tem o livro do Robinson!!!, quando eu tinha 12 anos um
colega de sala me mostrou um caderninho verde no qual ele escreveu um estória
muito legal. Na época eu peguei o livro para datilografar mas em função dos
rumos que nossas vidas tomaram, eu nunca mais encontrei o Robinson para
devolver o caderninho mas o guardei até hoje. Dá uma lida e se você gostar,
acho que ficaria bem legal como tema de seu
TCC. Mas antes, precisamos encontrar o Robinson para pedir autorização, pois
ele é o autor e eu ficaria muito feliz em devolver a história agora digitada e ilustrada.
O Th do meio gostou
da estória escrita há 33 anos, conversou com seu orientador e começou elaborar
seu trabalho de conclusão do curso de Design.
A Lu, by facebook (para este propósito os sites de
relacionamentos são fantásticos) conseguiu reencontrar o Robinson, fez
contatos, pediu autorização para utilização de sua estória (que ele até já
havia esquecido) como insumo para o TCC e o convidou para estar presente na
defesa do trabalho perante a banca examinadora.
05 de julho de 2012.......
O relógio marcava 17h e no auditório Henrique Fontes da
UFSC, o Th do meio começava a apresentar/defender o seu TCC. Na plateia,
estavam, além de alguns amigos do Th, eu, a Lu, o Th mais velho, o Robinson com
sua esposa e os filhinhos.
Não conseguirei definir com palavras a gama de emoções que
permearam a apresentação do que a princípio seria, apenas, mais um trabalho
acadêmico. Como comentou um dos professores da banca “é o Design emocional”.
O “viver” é este algo magnífico e mágico, que permite aos
seres humanos alguns momentos que são únicos e que resumem o ontem e o hoje no
aqui, no agora e no sempre.......
Espero que, em breve, tenhamos a oportunidade de conferir “As
Aventuras de Rebeto” nas livrarias.
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Grande Bhother, tocante esta história, entre outras coisas, fala de amizade, complicidade e emoção. Adorei, fique com Deus e tenha uma ótima semana, a minha acabou de ficar melhor.
ResponderExcluirNilson
Que história...nada na nossa vida é por acaso. Parabéns para vcs e para o filhão. Agradeço a DEUS nosso reencontro.
ResponderExcluirMagalan